Obras da Rodovia Guilherme Jensen estão paralisadas - Jornal Cruzeiro do Vale

Obras da Rodovia Guilherme Jensen estão paralisadas

01/06/2012

Com muitas indagações, o vereador Jens Juergen Mantau (PSDB) deu início à audiência pública sobre a construção das rotatórias da rodovia Guilherme Jensen, no bairro Itoupava Central. O autor do requerimento que solicitou o encontro disse que a comunidade precisa de respostas. ?Queremos saber se as rotatórias que já estão prontas poderão sofrer alterações; se tem como fechar o espaço de acesso da segunda rotatória, que permite que os carros passem reto (os motoristas estão cortando por ali, podendo provocar acidentes); e se há a possibilidade das pessoas que querem ir pro centro, que saem da rua Guilherme Scharf, irem até a terceira rotatória fazer o retorno. Com relação aos ônibus, o que nós podemos fazer? Ainda queremos saber quando a empresa vai iniciar a terceira, quarta, quinta e sexta rotatórias??, questionou.

As repostas vieram do gerente de infraestrutura da 15ª. Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR), engenheiro Joni Machado. Quanto às mudanças nas rotatórias, destacou que nada é estático. ?Tudo pode ser modificado. Claro que a gente privilegia o detentor dos projetos, que é a prefeitura. Se for de consenso, viável técnica e operacionalmente e com recursos financeiros, não tem porque não ser alterado?, afirmou. Segundo ele, a empresa que está fazendo a obra espera que possa reiniciar as obras dentro de um novo espectro. ?Querem uma estruturação do contrato. O contrato é uma licitação e não pode ser alterado, a princípio. Dependendo do nível de alteração significa uma alteração de contrato. Há todo um acompanhamento jurídico para que não haja questionamentos no futuro. Busca-se uma adequação, em consenso com todas as partes?, explica.        

Joni ressaltou que os retornos um e quatro já estão prontos. ?Em dois meses foram finalizadas estas duas rotatórias. Atualmente, a condição foi dada como paralisada no processo devido a questionamentos técnicos, operacionais e dos próprios usuários. Primeiramente, a obra foi orçada em mais de R$ 2 milhões. Resta pela planilha R$ 1,4 milhão para fazer as demais quatro rotatórias?. O representante do governo estadual disse que as obras já foram discutidas há um bom tempo. ?É uma via que já está congestionada, já extrapolou a sua capacidade. O crescimento local é grande. As rotatórias não são soluções totais, são minimizadoras. O importante é a questão da segurança dos pedestres para que não percamos mais vidas?, ressaltou.

Quanto ao projeto conceitual, desenvolvido pela Secretaria de Planejamento de Blumenau, o gerente de projetos viários, Cássio Bortoloto, relatou que o documento foi entregue à SDR no dia 18 de setembro de 2009, após a ideia ter sido acatada pela comunidade, em audiência pública realizada em setembro de 2009. ?O conceito deste projeto não é apenas colocação de retornos. O objetivo é o impedimento das conversões sobre o eixo da pista. Foram escolhidos pontos estratégicos na rodovia, que atendam as vias coletoras?.

O transporte coletivo é outro ponto bastante questionado pela população. Em horários de pico, as pessoas têm de sair de casa 45 minutos antes para pegar o ônibus em relação ao que faziam antes da instalação das rotatórias. Conforme o presidente do Seterb, Rudolf Clebsch, houve muitos impactos na infraestrutura viária. ?A integridade física das pessoas já está comprovada, com apenas dois semáforos instalados, mas é evidente que o transito ficou mais lento?, disse. Clebsch falou que estão sendo realizadas integrações no terminal e acredita que a implantação de futuros projetos na via, para que vire uma via urbana, pode ser a solução. ?Dificilmente agradaremos a todos, pois é uma cidade que cresce e isso tem impacto na estrutura da cidade. Emplacamos mais de mil veículos por mês e não há infraestrutura para todos estes veículos?, falou.

Já o presidente do Conselho de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Codeic), Adilson Baher, questionou a demora da implantação dos seis retornos. ?Qual a resposta que o Estado pode nos dar??, indagou. Ele apontou que a iniciativa de implantar as rotatórias surgiu em uma Audiência Pública ocorrida no dia 31 de julho de 2009, no CCT Ribeirão Itoupava, com objetivo de pedir segurança para o bairro. ?É uma demora de três anos?, avaliou. Ele ainda ressaltou que as ações que estão sendo tomadas são em favor da segurança. ?Segurança e velocidade não podem andar juntas?, declarou. A mesma opinião é compartilhada por Leonardo Moser, vice-presidente do Codeic. ?Nossa posição é pela integridade física do cidadão. E, para isto, infelizmente, foi preciso ter um trânsito mais lento?. Leonardo afirmou que quando as seis rotatórias ficarem prontas, o trânsito deve fluir um pouco melhor. ?Segurança total mesmo só depois de prontos os seis contornos?, finalizou.

Indignado, o presidente do Conselho Local de Saúde do Ambulatório Guilherme Jensen, Ernesto Lange, cobrou do governo obras para região norte. ?Estamos esperando o corredor de ônibus há 14 anos. Porque nossa região que cresce tanto é abandonada pelo poder público? São feitas somente promessas políticas?, salientou. Ele declarou que se as rotatórias já estivessem prontas teriam evitado diversas mortes e atropelamentos que ocorreram na localidade. ?É uma vergonha o governo municipal não ter cobrado do Estado estas rotatórias?, citou.

O vereador Jens Juergen Mantau colocou como prazo dia 11 de junho como prazo para as respostas que não foram dadas.

Vereadores
Roberto Tribess (PMDB)
O vereador parabenizou Jens Juergen Mantau (PSDB) pela iniciativa. O peemedebista disse estar decepcionado com o Governo do Estado. ?Deveria vir aqui com as respostas exatas, já que receberam as perguntas com antecedência. Infelizmente, o tempo passa e temos que estar em audiência para resolver os problemas. O número de acidentes vem caindo, mas se as obras estivessem concluídas, seria melhor ainda?.

Helenice Luchetta (PSDB)
Há mais de 10 anos, quando trabalhava no Colégio Estadual Emilio Baumgarten, a vereadora Helenice Luchetta (PSDB), solicitava medidas de segurança para a rodovia SC 474. ?Lutamos muito para que o anseio da comunidade fosse atendido. Infelizmente, às vezes, as licitações fazem com que os projetos emperrem. Gostaria também de saber se esta empresa será punida?, declarou. Ela cobrou uma resposta sobre o término da obra. Ainda observou que o transito está lento e algumas linhas de ônibus deixaram de existir em função da demora.

Vanderlei Paulo de Oliveira (PT)
A luta antiga por mais segurança na rodovia Guilherme Jensen foi lembrada pelo vereador Vanderlei Paulo de Oliveira (PT). O parlamentar recordou a Audiência Pública realizada em 2009, quando, segundo ele, representantes dos governos estadual e municipal prometeram a implantação das medidas de segurança naquele mesmo ano. ?Por isso nossa revolta pela obra estar parada?, disse.

João José Marçal (PP)
?O projeto Blumenau 2050 já foi por água a baixo?, disse o vereador. Ele afirmou que ?começou pelo elevado da Mafisa. A única forma desta cidade crescer de forma ordenada já começou desordenada. Desde o início disse para não fazer sinaleira na rodovia Guilherme Jensen. Vão a outras cidades conhecer como o trânsito flui?. O parlamentar entende que tecnicamente as sinaleiras não funcionam. ?Quem gosta de sinaleira, gosta de ficar na fila. Onde está a mobilidade urbana? Deve-se começar a pensar em intervenções subterrâneas?.

Texto: Assessoria de Imprensa | Câmara de Vereadores de Blumenau

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