O Ginásio Clara Fischer Pasqualini tem sido alvo de polêmica na localidade do Braço do Baú, na cidade de Ilhota. Mais precisamente, é a lanchonete que existia no local que causou um burburinho que se espalha por todos os cantos do bairro. O fato é que, Augusto Hammes, até então responsável pela manutenção da lanchonete, construiu o espaço dentro do ginásio, que é patrimônio público e por lá atuou na venda de comidas e bebidas por cerca de cinco anos. Avisado que, a partir de agora os moradores da região estão formando uma associação para tomar conta do ginásio, e também da lanchonete, o empreendedor destruiu a estrutura que havia edificado anos antes. Indignados, os membros da associação foram até a Delegacia de Polícia registrar um Boletim de Ocorrência e tentam, por meio legal, resolver a situação.
O vice-presidente do Clube de Futebol do Braço do Baú, Luiz Alberto Zimmermann, afirma que Augusto tinha conhecimento há mais de seis meses que uma diretoria estava sendo formada para transformar o clube em uma associação. ?Ele explorou o local por mais de quatro anos, não pagava aluguel e ainda as contas de luz e água estavam sendo pagas pela prefeitura, pois é um local público.
?É, na verdade, uma situação ilegal?, reclama. Luiz alberto conta que, como na sexta-feira que vem se inicia um campeonato de futebol no ginásio, a associação cogitou a ideia de improvisar um bar novo, porém preferiu não fazer nada, porque o caso está indo parar na Justiça. Luiz frisa que a associação está sendo organizada dentro da lei, com toda a documentação correta, conforme o prefeito da cidade, Ademar Felisky, informou ser necessário.
?Em primeiro lugar, este é um patrimônio público, em que nada poderia ser construído ou destruído sem documentação?, declarou Ilário Pelz, vereador que mora na área e apoia a associação. Ele afirma faltou a Augusto a consciência de que este é um bem que viria apenas a ajudar a comunidade e que é uma vergonha a destruição de um patrimônio público. O vereador acrescenta ainda que o ginásio é o único lugar que as pessoas da região têm para se divertirem, e é um ponto de encontro frequentado tanto por adultos quanto por crianças. De acordo com Ilário, toda a comunidade ficou chocada com a atitude de Augusto, que segundo o vereador, não era dos melhores zeladores, visto que as portas das cabines dos banheiros estão depredadas.
O que diz o responsável:
Augusto Hammes se defende afirmando que o prefeito Ademar Felisky havia prometido que durante seu mandato enquanto prefeito ele ficaria responsável pelo ginásio. ?O prefeito não cumpriu sua promessa e agora a associação quer cuidar do ginásio. Se querem fazer uma sociedade, tem que comprar um terreno, não chegar e invadir algo público?, indignou-se Augusto, que descreveu o caso como inveja política.
O empreendedor diz ter investido muito no local, na compra de mangueiras, bomba de água, lava-jato, alambrados para o campo e pagamento da pintura de toda a estrutura. ?Não tive lucro nenhum, só fiz isso para servir o povo. O bar era meu, fui eu quem construiu?. Na Prefeitura, ninguém quer falar sobre o assunto
Procurado para falar sobre as leis que envolvem o patrimônio público, o procurador do município de Ilhota, Agnaldo Perrone de Oliveira, preferiu não tecer comentários sobre o assunto por não ter conhecimento completo do que ocorreu no Ginásio Clara Fischer Pasqualini. ?Não posso me manifestar sobre qualquer valor moral ou jurídico sem analisar o caso como um todo?, declarou.
O prefeito Ademar Felisky encontrava-se acamado e não foi possível fazer contato com ele, para que falasse sobre a sua visão dos ocorridos, até o fechamento desta edição.
Ana Lúcia Wilvert, secretária de Administração e Finanças, afirma que há punição para aqueles que depredam imóveis público, porém ressalta que é preciso averiguar se foi isto o que realmente ocorreu. ?Compareci na inauguração do ginásio e vi que é um local aberto, não consigo agora visualizar onde pode ter sido construída a lanchonete?. Ela não tem conhecimento da obra realizada por Augusto Hammes e tampouco da destruição do ambiente, por isso não faz declarações sobre o caso.
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