Quem mora na área rural tem o benefício da tranquilidade, de estar longe da vida agitada do centro da cidade. No entanto, há também problemas para as pessoas que escolhem este estilo de vida. Um dele é a poeira, que, vinda das estradas de barro, levanta sempre que há escassez de chuvas. A solução para impedir que a poeira invada as casas é manter a estrada pelo menos úmida, o que faz com que o pó não levante quando passa algum veículo.
Durante vários dias o pó foi o principal problema enfrentado pelos moradores da localidade do Baú, que nesta quarta-feira, 25, finalmente receberam a visita do o caminhão-pipa, responsável por molhar as estradas do interior da cidade de Ilhota. A expectativa dos moradores é de que a máquina continua a passar pelo local e assim o problema da poeira seja definitivamente resolvido.
Durante o tempo em que o caminhão-pipa não passou pelo bairro, os moradores se uniram para acabar com a poeira. Alguns improvisaram, usando tanques de água e canos furados, usando seus próprios veículos para manter as ruas úmidas, ou simplesmente usando as mangueiras de suas casas para molhar a estrada. De acordo com a moradora do bairro Baú Baixo, Maria da Rocha, há muitas empresas exploradoras de madeira e areia localizadas além de sua casa, e os caminhões que transportam tais produtos causam grande movimento ao passar em direção à rodovia.
O movimento somado à falta de chuvas faz com que o pó invada as casas. Ela mora às margens da Estrada Geral do Baú, rua com maior fluxo de veículos e prova que fala sério mostrando a brita de seu quintal, coberta com uma grossa camada de poeira. ?Faz três ou quatro meses, no máximo, que o caminhão não passa. Acredito que porque estão pavimentando a estrada. Não reclamo, às vezes Deus dá muita chuva, às vezes muito sol?. Ela acredita também que o calçamento deve chegar até sua casa, e então, seu problema estará resolvido.
Porém o vereador Roberto Prebianca, residente do mesmo bairro e rua, a contradiz. Ele afirma que molha por si mesmo a rua há mais de um ano, e que, após a tragédia de 2008 o caminhão-pipa passou pouquíssimas vezes no bairro e que a situação das ruas fica pior a cada dia. ?Estou avisando, do jeito que a coisa está indo, quando chegar o verão e o tempo ficar ainda mais seco, ninguém vai aguentar?, declarou ele em entrevista, um dia antes de o caminhão-pipa voltar a molhar as estradas do Baú.
Vereador afirma que serviço só foi executado após muitas reivindicações
O vereador conta que, para que o serviço voltasse a funcionar foi preciso que ele tomasse uma atitude na Câmara de Vereadores de Ilhota, e assim, chamasse a atenção para o problema que os moradores do Baú estavam vivendo. De acordo com Prebianca, foi por conta desta ação que conseguiu que o secretário de Transporte e Obras, Valdir Augustinho da Silva, assinasse um documento garantindo que o caminhão voltaria a molhar as ruas do Baú no dia 25. No final da tarde deste dia, o serviço foi executado.
Segundo o secretário de Transporte e Obras, os caminhões haviam parado de passar, tanto no Baú quanto nos bairros da margem direita que possuem ruas estradas de barro em fevereiro deste ano, pois os dois equipamentos que a Prefeitura Municipal possui para fazer o trabalho estragam no mesmo período. O secretário afirma que agora o caminhão que passa pelas ruas da margem direita está no conserto e o outro, funcionando normalmente.
O secretário mostrou-se consciente dos problemas que a poeira causa, não apenas para os moradores, mas também para os motoristas. ?É um trabalho necessário, que eu já vinha pedindo para a administração, pois torna-se perigoso até mesmo dirigir por estradas com condições como estavam as do baú, a poeira muitas vezes impede a visão de quem está dirigindo?, destaca.
Saúde
Além de provocar a sujeira que toma conta das casas e de não permitir que os motoristas enxerguem bem o lugar por onde estão conduzindo, a poeira também causa danos à saúde de quem convive com ela. O tempo seco aliado à poeira não causa apenas o incômodo de sentir a garganta seca e da dificuldade de respirar. De acordo com o Ministério da Saúde, a poeira agrava problemas respiratórios, sendo que as crianças e os idosos são os que mais sofrem neste caso.
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