O ex-prefeito, Adilson Schmitt, foi condenado pelo Tribunal de Contas do Estado a devolver dinheiro para os cofres públicos municipais devido a um contrato assinado com a empresa Recicle, em meados de 2005, em que reajustou em 20% o valor pago pelos serviços de coleta, transporte e depósito de lixo hospitalar da cidade. A denúncia de supostas irregularidades no contrato foi impetrada pelo então presidente da Câmara de Vereadores, Luiz Reinert, que acusava o então prefeito de não ter comprovado a real necessidade do reajuste no serviço.
A decisão do TCE foi anunciada há cerca de 15 dias e repassa ao atual gestor, Pedro Celso Zuchi, a responsabilidade de adotar as providências administrativas para que o valor ? ainda não divulgado pelo Tribunal ? seja devolvido aos cofres públicos. Zuchi tem 95 dias para comprovar ao TCE os resultados das providências tomadas. Mario Mesquita, procurador do Município, explica que a Administração vai instaurar um Processo Administrativo Disciplinar; notificar pessoalmente o acusado para que imediatamente devolva aos cofres públicos todos os valores praticados ilegalmente no Contrato no 211/2005; e por fim, como última providência administrativa a ser adotada, será instaurada a Tomada de Contas Especial, com vistas ao cumprimento do art. 7o da Instrução Normativa ? TC-06/2008. ?Este processo tem caráter excepcional e só deve ser instaurado após esgotadas as providências administrativas?, explica Mesquita.
Apesar de condenado pelo TCE, Adilson afirma que fez o que na época lhe indicaram ser a atitude correta. ?Tudo foi feito dentro da legalidade e com parecer jurídico da Procuradoria Geral do Município de Gaspar. Na época existia uma comissão que conferiu todas as planilhas, custos e os itinerários. Fiz o que me disseram ser certo, correto e legal; apresentei minha defesa junto ao TCE-SC e novamente vou recorrer com o apoio da AMMVI?, afirma o ex-prefeito.
Da Redação
Por Herculano DomícioEstá na página 12 Diário Oficial do Tribunal de Contas da edição 747, desta Quarta-Feira.
"Determinar ao Sr. Pedro Celso Zuchi - Prefeito Municipal de Gaspar, a adoção de providências administrativas, nos termos do art. 5º da Instrução Normativa n. TC-03/2007, alterada pela Instrução Normativa n. TC-06/2008, visando ao ressarcimento aos cofres públicos do dano causado decorrente do aumento e do acréscimo de valores praticados no Contrato n. 211/2005, para apuração dos fatos, identificação do(s) responsável(is) e quantificação do dano, sob pena de responsabilidade solidária, referente aos fatos descritos no item 2.1, subitens 2.1, ?b?, e 2.1, ?c?, do Relatório DLC/Insp.2/Div.4 n.257/2009".
E quem era o prefeito de Gaspar em 2005? Adilson Luiz Schmitt, PMDB, na época. E quem foi atrás desta dúvida? O presidente da Câmara, Luiz Carlos Reinert, PDT e outros vereadores do PMDB, PSDB e PT. A representação aconteceu no dia 15 de Maio de 2008, as vésperas das eleições, quando Adilson já estava no PSB e rompido com a sua base aliada. E quem foi o relator neste processo Tribunal? O gasparense e ex-deputado, conselheiro Rogério Wilson Wan Dall.
Resumindo a história. Em abril de 2007 Adilson Schmitt aplicou um reajuste de 20,08% num contrato aditivo com a Recicle Catarinense de Resíduos para a coleta, transporte e depósito de lixo hospitalar, em função, segundo alegou, do aumento dos custos da mão-de-obra, da manutenção de veículos e do aterro sanitário. Mas, de acordo com a denúncia e o Tribunal, tais justificativas não foram comprovadas nas planilhas. Dai a condenação.
O rombo é de R$19.231,90 a partir de abril de 2007. O edital não especifica exatamente o valor a ser ressarcido aos cofres de Gaspar. A prefeitura tem 95 dias para cumprir a determinação do Tribunal.
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