As lágrimas de dor voltaram a correr pela face de Márcia Santana dos Santos na última terça-feira, 1º de novembro. Depois de passar quase dois anos chorando a morte da filha caçula, Luana Sulzbach, a jovem mãe foi surpreendida por uma notícia que abalou toda a família: o tampo do túmulo da menina havia sido retirado do cemitério. O motivo? A falta do pagamento de R$450 de um total de R$2.300 cobrados por uma marmoraria para executar o serviço.
A notícia foi dada pelo cunhado de Márcia, que nesta semana foi ao cemitério e visitou o túmulo da menina. ?Eu havia ido no cemitério alguns dias antes para deixar tudo limpo para o Dia de Finados. Jamais achei que iria voltar a sofrer tanto?, relata a mãe, que até hoje não superou a morte da filha mais nova. A pequena Luana morreu em dezembro de 2009, quando um portão do hotel onde os pais trabalham como caseiros caiu em cima da menina, que na época tinha apenas cinco anos. ?Na época meu patrão pagou todas as despesas com o funeral e ainda ajudou com R$1500 para pagar a lápide. Consegui mais R$350 de auxílio-funeral na Prefeitura e ficou faltando apenas R$450, valor que o responsável pela obra do portão se comprometeu em pagar, pois ela só morreu porque o portão estava com problemas. Mas até hoje ele não quitou esta dívida e por isso a marmoraria retirou o tampo da lápide?, conta Márcia.
Segundo Márcia, a marmoraria chegou a procurá-la para cobrar a dívida, porém, ela sempre tentava cobrar o pagamento do responsável pelo portão. ?Eu não tinha esse dinheiro, agora, para não passar o dia de finados sem tampão no túmulo da minha menina dei um cheque e eles falaram que iriam colocar o tampo de volta. Mas eles não poderiam ter feito isso, deveriam ter conversado comigo antes de tirar o tempo. Isso nos causou muita dor?, conta a mãe entre as lágrimas.
Apesar das afirmações da mãe, o proprietário da marmoraria, que não quis se identificar, garante que Márcia foi procurada várias vezes e avisada de que o tampo seria retirado caso a divida de quase dois anos não fosse quitada.
O responsável pela colocação do portão que caiu em cima da pequena Luana foi procurado pela reportagem do Cruzeiro do Vale para falar sobre o assunto, mas o telefone da empresa estava sempre ocupado. Márcia deu um cheque emprestado de uma vizinha para quitar a dívida com a marmoraria, mas não possui recursos para bancar a despesa e vai tentar entrar na Justiça para receber o valor devido pelo empresário.
Edição 1340
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