Parte da escola Intendente José Spengler foi demolida no final da tarde da última sexta-feira, 4. Funcionários da prefeitura estiveram no local com uma retroescavadeira e destruíram as antigas salas de aula. Em poucos instantes, paredes, portas e janelas vieram abaixo, numa ação que atraiu a atenção de curiosos que trafegavam pelo local.
O educandário estava desativado há anos e servia como abrigo provisório para três famílias que haviam sido retiradas do local de risco onde residiam e foram abrigadas na escola desativada.
O procurador do município, Aurélio Marcos de Souza, explica que o local demolido corresponde ao abrigo de duas famílias que já haviam desocupado o espaço. "A maior família, com dez crianças, já está morando numa casa na Margem Esquerda e a outra também se mudou, mas deixou os pertences na escola", conta.
Para isso, a Assistência Social do município conseguiu um caminhão, esteve no local e garantiu o transporte dos materiais que foram adquiridos pelas famílias abrigadas no educandário desativado.
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A terceira família ainda encontra-se na escola Intendente José Spengler e está à procura de um local que sirva como residência provisória. Segundo os moradores, as famílias se inscreveram no programa para adquirir um apartamento no residencial Capitão Lamarca, que está sendo vendido pela Prefeitura para as famílias de baixa renda.
Impasse
Enquanto aguarda por uma nova moradia, a família que ainda reside na construção tem de conviver com a falta de água e de energia elétrica, cortadas no mês de maio deste ano. Sem os serviços, os moradores passaram a conviver sem as condições básicas à saúde, como banho, alimentação adequada, entre outros.
Aurélio destaca que os serviços estavam sendo bancados pela Prefeitura que o corte deu-se após a constatação de que os valores gastos com o auxílio estavam muito altos. "No total, as famílias gastavam mais de R$ 1 mil. Nós fomos até o local e vimos que eles possuíam bens, por isso, decidimos parar de pagar a conta".
Entenda o caso
Em 2005, três famílias que residiam em locais de risco da cidade foram transferidas para a escola Intendente José Spengler em caráter temporário, até que o problema habitacional fosse resolvido.
Na época, o Juizado da Infância e da Juventude havia decidido pela relocação das famílias, fato que foi suspenso devido a um agravo de instrumento solicitado pela Prefeitura, que optou por estabelecer os moradores na escola desativada como residência provisória, ficando responsável pelo fornecimento de água e energia elétrica do local.
A situação provisória se estendeu por três anos e, no último mês de maio, as famílias tiveram o fornecimento de água e energia elétrica cortado. Assim, os adultos e as 13 crianças que residiam no local ficaram sem condições básicas à saúde.
Desde então, os moradores improvisavam banhos, muitas vezes utilizando a água do rio, e contavam com o auxílio de comerciantes e da comunidade que reside próximo ao local para obtenção de água para beber e preparar os alimentos.
Sem condições de conviverem com a falta dos serviços, as famílias foram em busca de novos locais para morar provisoriamente, até que o residencial Capitão Lamarca, onde adquiriram residência, fique pronto.
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