Ex-jogador do CA Tupi fala sobre sua atuação no alviverde - Jornal Cruzeiro do Vale

Ex-jogador do CA Tupi fala sobre sua atuação no alviverde

09/12/2009

A equipe do Clube Atlético Tupi divulgou esta semana uma entrevista com uma figura muito conhecida do Clube e dos gasparenses. Jurandir José Zimmermann, ou simplesmente "Didi", como ficou popularmente conhecido na cidade, foi atleta do Índio a partir de 1975, destacando-se pela técnica e pela sua qualidade como jogador.
Ponta-de-Lança nato e com faro de gols, filho de Rolf Zimmermann e Leonor Zimmermann, o "Valente Soldadinho" fez história no futebol local, chegando a vestir depois de a camisa do extinto Palmeiras de Blumenau.
Atualmente Didi Zimmermann é empresário do ramo de transportes em Foz do Iguaçu no Paraná. Sua empresa, Transportes Nossa Senhora Aparecida Ltda - TSA, é um dos principais patrocinadores do time, além de contribuir com seus demais familiares pela realização do Natal do Tupi.

Tupi - Conte-nos um pouco de sua passagem como jogador do Tupi. O que você mais você recorda da época em que defendia o Alviverde gasparense? Quais as pessoas que mais lhe deixaram mais saudades daquele tempo?
Jurandi: Uma lembrança que guardo comigo até hoje foi um jogo do Tupi contra o Gasparense. Era um clássico de muita rivalidade e que vencemos por 2 a 0. Fiz o primeiro gol e participei da jogada do segundo, assinalado pelo Argeo. Depois desse gol houve uma briga generalizada e a torcida invadiu o campo do Tupi. Tinha gente até com alicate para cortar o alambrado, viu Boni? (Risos). Foi uma época muito gostosa e que lembro com muita satisfação... tinha o Cavaco, o Suca, o Argeo, enfim, um pessoal muito bom. Tupi e Gaparense tinham dois grandes times, porém, os rivais daquele tempo são meus amigos de hoje em dia. Isso me dá muita satisfação.

Tupi - O Seu Rolf Zimmermann, além de torcedor fanático, fez parte por muito tempo da direção do Clube. Conte-nos um pouco da trajetória de seu pai pelo Índio e do seu sentimento em defender estas cores tão tradicionais no desporto do Vale do Itajaí.
Jurandi: Meu pai era fanático pelo Tupi. Teve uma época inclusive que o time do Índio não ia disputar o campeonato, daí o Dariozinho e o Teco foram falar com ele para que me autorizasse a jogar pelo Gasparense naquele ano. Claro, na hora ele relutou e foi contra, mas como eu não queria ficar parado convenci meu pai e acamos campeões do Campeonato "Centenário Jaraguá do Sul" naquela oportunidade. Lembro daquele tempo com muito carinho em que meu pai nos acompanhava nos jogos, inclusive quando eu defendia outros times de outras cidades. Ele não se agradava muito com isso, pois ele queria ver mesmo eu jogando pelo Tupi, onde atuei por mais tempo. Representar o Tupi era tudo pra mim... nasci praticamente dentro do do campo e tenho um apreço muito grande pelo Índio de Gaspar.

Tupi - De onde saiu esta história de "Valente Soldadinho"?
Jurandi: (Risos) Na época do jogo que eu citei antes, estava servindo ao exército e justamente por causa desta partida, o Nego Lando, o Teco, o Acácio e o Berada fizeram uma música que era mais ou menos assim: "Mestre Panga, o gol que tu comeu, o Zezo foi driblado pelo centro-avante Argeo. Didi, o valente soldadinho chutou lá no cantinho. O Seu Marzinho coçava a careca e o Bali levava um show do Correca". Desta brincadeira surgiu o apelido.

Tupi - O "Ponta-de-Lança" (sua posição nos anos 70) praticamente foi abolido do esquemas táticos. Quais as principais mudanças que você sente daquele tempo para hoje em dia quando o assunto é futebol?
Jurandi: Antigamente os times jogavam no 4-2-4 onde era 80% "peito"... mas quem tinha habilidade se sobressaia. Hoje o futebol está muito truncado, estudado e cadenciado. A parte técnica continua sendo importante, mas o que determina uma partida é a postura tática de um time. Porém, os habilidosos ainda são os que se sobressaem.

Tupi - Mesmo de muito longe, você se mantém parceiro e incentivador constante das ações do Tupi. O que se deve esta confiabilidade aos trabalhos realizados atualmente no Tupi?
Jurandi: Saí muito jovem de Gaspar. Constituí minha família depois de me casar com a Vera. Tivemos dois filhos, o Guilherme e o Túlio. No Natal vinhamos pra Gaspar passar as festas com a Mãe e eu acabava encontrando poucos amigos, pois a minha passagem era sempre muito rápida. Daí tivemos a idéia de realizar anualmente em Porto Belo um encontro com este pessoal, chamado "Amigos do Didi". Durou uns quatro anos e em função da falta de agenda de todos acabamos por não realizar mais este evento. Depois disso me encontrei com o Dado, o atual vice-presidente do Tupi que, pra mim é como se fosse um irmão, me mostrando os projetos e os planos desta nova Diretoria. Perguntei apenas "Você está dentro?" e quando ele disse que sim, falei "Conte comigo Irmão".

Tupi - O Natal do Tupi 2008 foi um sucesso! Qual foi a sensação de participar diretamente na realização do evento? Há conversas com a Diretoria neste ano para os meninos da escolinha e a criançada da Comunidade gasparense receberem mais uma vez este ato de generosidade natalino?
Jurandi: Em função das enchentes do ano passado eu me senti obrigado em fazer alguma coisa. Mesmo de longe, falei com meus familiares, sócios e amigos de Gaspar, conseguindo viabilizar todas as coisas em torno deste projeto. Nos unimos ao Tupi para tentar amenizar um pouco o sofrimento das crianças. Ver o sorriso no rosto da garotada foi emocionante, impossível de esquecer... chorei de alegria! No que depender de mim, pretendo ajudar a manter este projeto por muitos anos ainda!!!

Tupi - Deixamos a palavra livre para que você deixe seu recado.
Jurandi: Só com pessoas honradas e comprometidas conseguimos nos unir em torno do Índio Gasparense. Parabéns aos Amigos do Tupi e a esta Diretoria fantástica! Contem comigo!

 

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