Por Geraldo Genovez
Uma história de amor. Desde que se conhece por gente, o gasparense Rubens Benevenutti alimenta dentro de si a fascinação pelo esporte. Essa paixão, inicialmente acompanhada pelas programações radiofônicas, ficou mais forte em 1982, quando ele passou também a assistir aos jogos pela televisão. Passaram-se alguns anos e a realidade que parecia distante está prestes a, mais uma vez, se concretizar. Binho conta os dias para viver de perto, ao vivo e em cores, no calor do momento, alguns jogos da Copa do Mundo na Rússia.
Seu embarque está marcado para o dia 30 de junho e ele terá a oportunidade de assistir às disputas das oitavas e quartas de final, semifinais e, inclusive, a grande final, conhecendo em primeira mão o país vencedor da maior competição de futebol do mundo. Para dividir a emoção de alcançar mais um objetivo de vida, Binho leva a esposa, Cássia Treuk, que ajudou a planejar toda a viagem. “Vou com a minha companheira, pessoa com quem divido e realizo meus sonhos. Vamos assistir a segunda fase, o famoso ‘mata-mata’, etapa muito almejada por aqueles que, assim como eu, são apaixonados pelo futebol e Copas do Mundo”, conta.
O casal já está com as passagens e ingressos em mãos e espera ansioso para embarcar para a Rússia. “É um país muito diferente. Mas pelo que pesquisamos, parece ter uma cultura interessante”, explica Binho, mostrando o passaporte especial da copa. “Sem o ‘Fan ID’ não podemos assistir aos jogos. Então é imprescindível levar conosco”.
Ainda faltam alguns dias para que o sonho comece a se tornar realidade. As malas ainda não estão prontas, mas Binho garante que a bagagem tem um espaço reservado para um roteiro de viagens, a bandeira do Brasil e a torcida para que o país tenha uma boa colocação. “Gostei das convocações do técnico Tite. Fiquei na dúvida quanto ao Taison, mas não é algo que me preocupa. Apesar de bem positivo sobre o desempenho da nossa seleção, sei que há a possibilidade de não termos bons resultados. Vou ficar triste caso isso ocorra e eu não possa assistir o Brasil em campo, mas ainda vou considerar uma experiência incrível ver de perto essa copa”.
A emoção de ter um lugar garantido na arquibancada mais desejada do momento é grande. “É lindo ver a integração das torcidas. É para chorar, sorrir, vibrar e gritar por cada lance. Tem a troca das camisas, as confraternizações dos times, os atletas dando o máximo de si. Será um momento único”.
O primeiro estádio que os gasparenses vão conhecer será o Lujniki, em Moscou. Lá, acontece um dos jogos das oitavas de final, em 1º de julho. No dia seguinte, o casal vai assistir outra competição da mesma fase. Desta vez, será na Arena Samara.
Para o dia 6, Binho e Cássia programaram acompanhar a disputa das quartas de final na Arena Kazan. As semifinais serão nas cidades de São Petersburgo e Moscou, em 10 e 11 de julho. Eles encerram a jornada na Rússia no mesmo estádio que deram início: Lujniki. A final está marcada para o dia 15.
Como bom entendedor de futebol, Binho gosta de colecionar objetivos relacionados ao tema. Em sua coleção há o uniforme oficial de seleções de diversos países. Em algumas camisas do Brasil, ele conseguiu até autógrafos de grandes craques do cenário nacional. As assinaturas mais especiais são as de Jairzinho, considerado o heroi da Copa de 70; a de Cafu, único jogador na história a ter entrado em campo em três finais da Copa do Mundo; e a de Zico, eleito o oitavo maior jogador do século pela FIFA.
Entre os itens colecionáveis, Binho também se orgulha dos álbuns de figurinhas. “Tenho todos desde 1994. Os mais antigos, estou negociando comprar para completar minha coleção”, afirma Binho, que também tem em sua coleção revistas, produtos oficiais da FIFA, mascotes, bandeiras, bolas e muitas outras relíquias do futebol e esportes em geral.
Essa será a segunda Copa do Mundo que Binho tem a oportunidade de assistir pessoalmente. A primeira foi em 2014, no Brasil. Ansioso para a mais nova aventura, ele fala das experiências semelhantes. “Já assisti muitos jogos da seleção brasileira, amistosos e eliminatórias. Me emociono ao lembrar do dia que vi o Brasil vencer a Espanha na Copa das Confederações, em 2013. Outro momento bacana que vivenciei foi a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Fiquei muito contente também de ter assistido a algumas disputas da Champions League”.
Em meio ao preocupante cenário político, administrativo e econômico do Brasil, Binho afirma que o povo não pode abaixar a cabeça e deve perseverar sempre e torcer. “Eu sei das dificuldades do Brasil. Fico preocupado com o futuro da nação e, por isso, sempre agi com honestidade em todos os campos sociais, seja na minha vida particular ou no trabalho. Estimulado pelos valores que aprendi em casa, sempre apoiei minha comunidade, não só no esporte, mas em ações que a beneficia em outras áreas”.
Binho não se deixa abalar, apesar de tantos problemas acontecendo no território brasileiro. Ele justifica que sua ida à Rússia é a realização de um sonho e não significa que está de olhos fechados para o que acontece em seu país. “Pago meus impostos e nunca deixei de prestar minha solidariedade com o próximo. Assim como alguns investem em carros, eu invisto em coisas que me oportunizam relembrar da infância ao lado da rádio do meu pai, em uma casa muito humilde, quando eu achava que jamais teria essa oportunidade”.
Natural de Gaspar, Rubens Benevenutti, mais conhecido como Binho, tem 45 anos e sempre teve grande participação na cidade e também em sua comunidade, no bairro Gasparinho. Incentivador do esporte no município, ele criou grandes eventos que movimentam o setor na região, como a Taça Point e o Campeonato de Bocha, que em 2018 chegam na 19ª e 17ª edição, respectivamente. Além disso, idealiza anualmente o Campeonato de Futebol de Salão e o Tri-torneio do Gasparinho. Ele ainda coordena excursões para jogos regionais e estaduais.
Outro fato importante que compõe sua trajetória no esporte é o cargo de presidente da Liga Esportiva Gasparense, que assumiu entre 2004 e 2006. O apaixonado por esportes também gerencia a Torcida Organizada do Botafogo em Gaspar, ao lado do empresário Antônio Osni Woleck. Contador por formação, Rubens é proprietário da empresa G3 Contabilidade.
Ainda não há título, nem data de lançamento, mas conteúdo tem de sobra. A história de vida de Rubens, sua trajetória junto ao esporte e o amor pelo futebol serão retratados em um livro, elaborado pelo escritor carioca Marco Lima. Binho conheceu o autor durante a Copa do Mundo de 2014 e viu no profissional um grande amigo. A previsão é de que a obra seja apresentada aos gasparenses no fim deste ano em uma noite de autógrafos.
A vigésima primeira edição da Copa do Mundo FIFA vai ser sediada na Rússia entre 14 de junho a 15 de julho de 2018. O país foi escolhido como anfitrião por conta do aumento de interesse da população russa no futebol. Graças ao grande investimento financeiro no esporte e a migração de atletas estrangeiros para o país, o mundo inteiro vai acompanhar a cobertura da mídia e torcer, mesmo que de casa. Essa é a primeira vez que o país recebe o evento esportivo.
O primeiro jogo do Brasil será contra a seleção Suíça, em 17 de junho, às 15h. Há ainda duas datas pré-estabelecida para os brasileiros disputarem. No dia 22 de junho, enfrentamos a Costa Rica, às 9h; e no dia 27, competimos com a Sérvia, às 15h. Os demais jogos serão definidos de acordo com o desempenho do time.
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