Há 50 anos, completados no mês de maio, Asteroydes Alcides Tridapalli e Zulma Teresa Deschamps Tridapalli iniciam e terminam os dias lado a lado. Durante todas estas décadas, o simpático casal soube encontrar a felicidade um no outro e fazer deste o motivo principal do grande amor que sentem. A união, a cumplicidade e o companheirismo estiveram presentes na vida do casal Tridapalli, sendo que até hoje essas características ainda são encontradas facilmente em suas rotinas.
Asteroydes Alcides Tridapalli, 76 anos, mais conhecido como seu Trida, reservou parte da sua tarde para receber a reportagem do Cruzeiro do Vale em sua casa. Dificilmente ele marca algum compromisso neste período, já que todos os dias costuma jogar baralho com os amigos. O hábito já lhe acompanha há muitos anos e traz ainda mais alegria aos seus dias.
Seu Trida nasceu no dia 7 de agosto de 1936, na cidade de Nova Trento. Filho de Elizeu Carlos Tridapalli e Clara Piazza Tridapalli, ele começou a trabalhar muito novo nas plantações e na serraria da família. Na época, a família Tridapalli possuía muitas terras e por isso tinha condições de oferecer aos filhos os estudos. Ainda adolescente, Asteroydes chegou a morar em Blumenau para estudar, onde ficou alguns anos. Além de estudar e trabalhar, ele dedicava algum tempo de seus dias para uma de suas grandes paixões: o futebol. Desde novo, ele gostava de jogar bola, até que em 1951, aos 15 anos, ele foi para São Paulo para treinar. Porém, o sonho em se tornar um grande jogador não foi maior que a saudade que sentiu da família. Após oito meses longe de casa, ele decidiu voltar para Nova Trento.
Em 1954, já aos 18 anos, seu Trida entrou para o Exército. ?Acredito que esta foi uma das melhores experiências que já tive. Aprendi muito, principalmente a tratar todos com muito respeito?, explica. Quando tinha 21 anos, um triste fato marcou sua vida e de toda a família Tridapalli: a morte de seu Elizeu, o patriarca da família. Seu Trida era o filho mais velho e por isso se tornou o homem da casa. Com a tristeza e o sofrimento da perda, ele, a mãe e os três irmãos não conseguiram continuar administrando o negócio da família e acabaram perdendo muito dinheiro. ?Os dois anos seguintes à morte do meu pai foram muito difíceis. Ficamos desnorteados. Dessa maneira, não conseguimos continuar administrando bem nossos negócios e começamos passar por uma situação difícil?, lembra. Em 1959, eles decidiram vir para Gaspar.
No município, seu Trida deu início à bela e unida família e conheceu sua grande companheira, Zulma Teresa Deschamps Tridapalli, 69 anos, que já caminha a seu lado há cinco décadas. Acima de tudo, eles são grandes companheiros, que sempre encontraram um no outro todo o incentivo e a felicidade para se ter uma vida repleta de realizações. Juntos, o querido casal teve três filhos, dos quais dois estão vivos, além de quatro netos. A união familiar é o que mais traz orgulho a eles, que afirmam ter um grande tesouro nas mãos. ?Família igual a nossa não se encontra. Meus filhos e netos são a nossa maior alegria e é muito bom tê-los por perto quase sempre?, diz seu Trida.
Seu Trida e Zulma se casaram em maio de 1963. Os primeiros anos de união não foram fáceis, devido às grandes dificuldades que tiveram que passar. Para contorná-las, eles precisaram trabalhar muito, algo que fazem até hoje. Seu Trida passou muitos anos trabalhando no campo, até que comprou seu primeiro caminhão em 1961. Durante duas décadas ele trabalhou como caminhoneiro, dirigindo pelas estradas de todo o Brasil. Zulma sempre foi uma esposa companheira e por muitas vezes fez companhia ao marido em suas viagens.
Após estes 20 anos, ele decidiu deixar a vida de caminhoneiro e comprou um posto de gasolina. Novamente, a dedicação ao trabalho foi grande e por isso, após 13 anos, ele preferiu parar de trabalhar e deixar o estabelecimento aos cuidados do filho. Porém, isso não durou por muito tempo. ?Fiquei parado por oito meses e tive que voltar. Pensei que ia ficar doido sem trabalhar?, ressalta. Até hoje, seu Trida trabalha no posto de gasolina ao lado do filho. Já Zulma costurava diversas peças de roupas para a comunidade de Gaspar. Até que aos 29 anos decidiu voltar a estudar e se formou em Pedagogia. Logo após, passou a trabalhar na Escola Frei Godofredo. Quando tinha 58 anos, ela decidiu voltar a estudar novamente e se formou em Direito. ?Eu sempre tive o apoio dele em minhas decisões. Em muitos momentos, ele poderia ter dito para eu parar, mas não, pelo contrário?, afirma. Zulma parou de trabalhar em março desse ano, quando deixou as atividades no Conselho Tutelar de Gaspar.
Edição 1512
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