Reinaldo mantém as lembranças guardadas em pequenos detalhes - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Ana C. Bernardes

Com um sorriso admirável no rosto, Reinaldo da Silva, 80 anos, consegue transformar qualquer conversa simples em uma bela e cativante história. Gasparense de alma e coração, o simpático senhor soube encontrar sua alegria na grande família que formou, no emprego para o qual tanto se dedicou e na maneira simples, mas feliz, que sempre viveu. Os valores essenciais que formaram o caráter deste simpático senhor ainda estão presentes em seu jeito e são os responsáveis por torná-lo um homem querido por todos que o conhecem.   


Leitor assíduo do Jornal Cruzeiro do Vale e interessado nas principais notícias que acontecem pelo município, Reinaldo da Silva recebeu a equipe de reportagem do jornal com um grande sorriso no rosto, que permaneceu durante quase toda a conversa. Os relatos da sua grande trajetória de vida foram contados precisamente, envolvendo pequenos detalhes em muitas partes. Junto de sua esposa, Maria Cecília da Silva, 76 anos, Reinaldo falou um pouco sobre seu passado, suas alegrias e tristezas e também sobre a sua maior paixão: a grande família, que já chega a aproximadamente 70 pessoas.

O senhor de 80 anos de idade nasceu no bairro Gasparinho, no dia 18 de julho de 1932. Filho de João Pedro e Gonilda da Silva, Reinaldo começou a trabalhar muito novo. Com apenas seis anos, já ia para a roça ajudar a família no que fosse necessário. Por muito tempo, a rotina no campo fez parte dos seus dias, e o senhor de 80 anos de idade lembra daquela época com uma grande saudade.

Imerso em memórias, Reinaldo fala um pouco sobre a infância, que para ele era muito diferente. As crianças não podiam se dedicar aos estudos ou a qualquer outra coisa que não fosse o trabalho, principalmente na roça. Com uma expressão séria, ele afirma que a saudade da época existe, e é muito grande, porém acredita que certas mudanças foram necessárias.

Até seus 24 anos, morou no bairro Gasparinho, até que conseguiu com seu esforço e trabalho comprar um terreno no Braço do Baú e construir uma pequena casa. Reinaldo já havia se casado e estava começando a constituir sua grande família, quando se mudou para o município de Ilhota. Naquele local, o trabalho no campo continuou sendo fonte de renda.

Reinaldo ainda possui em sua mente lembranças muito fortes das grandes dificuldades pelas quais toda a família passou após se mudarem para Ilhota. Com um olhar pensativo e escondendo um pouco seu belo sorriso, ele conta que durante três anos a situação ficou muito complicada, devido às grandes dívidas acumuladas com a compra do terreno. O sorriso volta novamente ao rosto assim que se recorda dos vizinhos bondosos que lhe ajudaram a passar por esses problemas. A solidariedade e compaixão de diversos moradores do bairro foram essenciais para Reinaldo.

A saída da família Silva do Braço do Baú aconteceu em 1984, quando retornou a Gaspar para morar no Santa Terezinha. Os filhos estavam casando e saindo da casa dos pais, e este foi o principal motivo que fez com que Reinaldo e sua esposa se mudassem para o município, onde vivem até hoje.

Sempre cabe mais um

São nada menos que 10 filhos, 25 netos e nove bisnetos que completam a família de Reinaldo Silva. A alegria de ter formado esta família tão unida e alegre está estampada no rosto dele e no da esposa, Maria Cecília, que acompanhou o marido durante toda a conversa.

Esta grande família teve início há 58 anos, quando Reinaldo e Maria se viram pela primeira vez nas Bodas de Ouro do avô de Reinaldo. ?Foi amor à primeira vista?, lembra o senhor de 80 anos, que até hoje transmite este amor e carinho pela esposa com apenas um olhar. Maria era muito nova, não queria um namorado, e tinha vergonha de conversar com ele, porém com a insistência do futuro marido e apoio da mãe, ela acabou aceitando a ideia e deu início a uma longa história de cumplicidade, amor e respeito.

Hoje, o casal vive sozinho e sua maior alegria é receber os filhos, netos e bisnetos e ver que estão todos bem e felizes. Reinaldo faz questão de lembrar, com um tom de voz mais sério, que seu maior desejo, assim como de Maria, é receber mais visitas dos filhos para que seus dias fiquem ainda mais alegres.

Edição 1424