Orival de Souza é exemplo de dedicação e vontade de trabalhar - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Ana Carolina Bernardes

Ensinamentos, lições de vida, alegrias e momentos marcantes. Estas são apenas algumas das lembranças que até hoje estão vivas na memória de Orival de Souza, 85 anos de idade. Trabalhador dedicado, pai, avô e bisavô atencioso e marido responsável, Orival encontrou durante todos esses anos de vida toda a alegria, felicidade e vontade de viver necessárias para tornar a sua trajetória um exemplo para todos.

Ao chegar em sua casa, encontramos o senhor Orival em cima de uma cadeira, com algumas ferramentas na mão, arrumando e limpando uma área da sua residência. Mesmo aos 85 anos de idade, a disposição e o ânimo para realizar diversas tarefas durante todo o dia ainda são grandes. A limpeza do terreno onde mora, e a pintura e algumas pequenas reformas necessárias em toda a casa são alguns dos diversos afazeres que Orival realiza com a eficiência de um jovem.

Toda esta dedicação e vontade de trabalhar são fruto dos longos anos em que acordava cedo, ia para o emprego e voltava apenas à noite. A saudade desta rotina está estampada no rosto do querido senhor, que afirma, sem perder tempo, que o que mais lhe faz falta é a boa saúde que fazia com que pudesse trabalhar por muitas horas seguidas.

As lembranças dos longos anos de trabalho que tiveram início quando era muito pequeno, com aproximadamente sete anos de idade, ainda estão vivas em sua memória, assim como a maior parte da sua história de vida.

Nascido no município de Ilhota no dia 26 de junho de 1927, Orival foi criando em um sítio, e por este motivo começou a trabalhar na roça muito cedo, e continuou fazendo isto até os 32 anos de idade. Mesmo mudando-se para Gaspar onde vive até hoje, ele continuou com o trabalho no campo por alguns anos, até que em 1959, comprou um caminhão e deu início a sua longa vida de caminhoneiro.

No início desta função, Orival era responsável por transportar o arroz de diversos municípios, como Timbó e Indaial. Com o passar dos anos, ele comprou mais caminhões e começou a transportar diversos outros produtos por lugares mais distantes.

Apenas na metade da conversa é que o senhor de 85 anos de idade revela um grande feito que realizou no município. Com poucas palavras, Orival lembra que foi a primeira pessoa a registrar e fazer a linha de ônibus que passava pela região do Baú Baixo, seguia por Gaspar e ia em direção a Blumenau. Na época, ele ainda lutou para que o governo arrumasse a estrada para que o ônibus pudesse passar pela região da Margem Esquerda, onde hoje é a BR-470.

O único ônibus responsável pela linha foi vendido, alguns anos depois, para a empresa Catarinense. Mesmo tendo sido o responsável por este grande feito para o município, Orival gosta de se manter reservado e deixar esta história guardada para ele, juntamente com as outras centenas que hoje formam a sua bela bagagem de vida. 

A vida é melhor ao lado de quem gostamos

Esposa e peça fundamental na vida de Orival de Souza, Nadir Muller de Souza, 76 anos, é uma pessoa com um coração e sorriso gigantes. A simpática senhora é um exemplo de determinação e alegria e, assim como seu marido, continua realizando todas as tarefas do sítio onde vivem, na rua Pedro Schmitt Junior, bairro Poço Grande.

Casados há 60 anos, Nadir conheceu o marido muito nova, com apenas 15 anos de idade, e rindo diz que não queria namorar de jeito nenhum, mas Orival era insistente e muito trabalhador, o que chamou a atenção da família e, mais tarde, dela também.

Hoje, o casal mantém uma relação baseada na confiança, cumplicidade e companheirismo, que lhes traz todos os dias ainda mais vontade de viver. Durante todos esses anos, Orival e Nadir constituíram uma grande e unida família, formada por oito filhos, 13 netos e cinco bisnetos.

Antes mesmo de terminar a pergunta sobre o que lhes traz mais felicidade, o casal já responde sem hesitar: ver que todos os filhos estão bem e herdaram dos pais a vontade de trabalhar e crescer na vida. Os netos e bisnetos também são os responsáveis por abrir um sorriso no rosto do casal, que ainda acredita poder continuar fazendo parte desta grande família por muitos anos.

Edição 1422