Uma vida marcada por milhares de histórias de amor, conquistas, alegrias e união. É assim que pode ser definida a bela trajetória de Olga Schramm Silva. A vontade de viver por muitos anos faz parte da rotina da simpática senhora, que não deixa as tristezas serem fortes o suficiente para mudar esse jeito de viver. A felicidade de dona Olga está no jeito simples de viver e nas pessoas maravilhosas que sempre estiveram ao seu lado, marcando os melhores momentos de sua vida. Aos 89 anos, a moradora do bairro Gaspar Grande ainda possui disposição, vontade e energia de sobra para acumular na bagagem muitas outras histórias de alegria.
Ao chegar a casa onde Olga Schramm Silva vive há mais de cinco décadas, no bairro Gaspar Grande, a encontramos se arrumando para a conversa. Para isto, ela conta com a ajuda de uma de suas noras, que a maquia e ajuda a arrumar seus cabelos. Ela veste um blazer rosa e uma calça de veludo escura, além de estar com as unhas bem pintadas. Primeiro, pensamos que toda esta preparação era apenas para nos receber, mas a verdade é que dona Olga sempre gostou de estar bem arrumada, revelando assim a pessoa vaidosa que sempre foi e continua sendo.
Logo após ficar pronta, a simpática senhora segue para a sala e começa a relatar parte da trajetória de vida, que teve início em 13 de agosto de 1923. Filha de Antônio Schramm e Gertrudes Demmer Schramm, ela nasceu em Gaspar, no bairro Gaspar Grande, e cresceu ao lado de sete irmãos, que assim como ela trabalhavam na roça desde muito cedo. Na época, havia muitas dificuldades para conciliar os estudos e o trabalho. Em função disso, dona Olga conseguiu cursar apenas os anos iniciais.
Quando completou 20 anos, a moradora do bairro Gaspar Grande conheceu o homem que lhe traria os momentos mais felizes de sua vida. Elói Porcínio da Silva morava no Gasparinho e costumava frequentar as típicas domingueiras, assim como dona Olga. Em uma destas festas, o casal acabou se conhecendo e dando início ao namoro. Após cerca de dois anos, eles se casaram e foram morar com os pais de dona Olga, no Gaspar Grande. Ambos continuaram trabalhando na roça por muito tempo. Cercada de lembranças sobre o início da vida de casada, a senhora de 89 anos revela que passou por muitas dificuldades. ?Nós tivemos que trabalhar muito para conseguir sustentar nossa família, mas conseguimos. Nunca nos queixamos ou deixamos de trabalhar diariamente?, afirma.
Após alguns meses casados, eles se mudaram para Vidal Ramos. Porém, o pai de dona Olga foi buscá-los pouco tempo depois, já que naquele município eles estavam passando por dificuldades ainda maiores. Novamente em Gaspar, decidiram abrir um mercado, que comercializava diversos tipos de produtos. ?O nosso mercado se tornou referência no Gaspar Grande, já que era um dos únicos estabelecimentos que vendia tudo o que a comunidade precisava?, lembra. A dedicação que ambos tiveram para que o mercado Elói Porcínio da Silva crescesse e fosse reconhecido por todos foi imensa. Por este motivo, o estabelecimento já tem mais de 60 anos funciona até hoje sob cuidados de um dos filhos do casal.
Seu Elói e dona Olga tiveram quatro queridos filhos, além de nove netos e três bisnetos. A família sempre está ao lado da simpática senhora para lhe dar muito carinho e amor. Porém, dona Olga já não pode contar com a companhia de seu querido marido, que morreu há seis anos. ?Foi muito difícil para toda a família, afinal ele era um homem muito bom, mas é preciso aceitar e aguentar. Entendo que todos vão partir algum dia e infelizmente ele teve que partir?. Desde então, ela nunca mais se casou e afirma que sequer pensa nisso.
Com um grande sorriso no rosto, que esteve presente durante a maior parte da conversa, dona Olga revela que a vida foi muito generosa com ela. Apesar de todos os sofrimentos e de todas as batalhas que precisou vencer na vida, a querida senhora conseguiu encontrar a alegria necessária para seguir em frente. Hoje, os dias são marcados pelo amor que recebe da amada família, que enchem seu coração de felicidade.
Edição 1498
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