Ter certeza de possuir um companheiro para todas as horas faz com que a longa trajetória de vida seja mais bonita e especial. Meris Testoni e Braulia Schramm Testoni caminham juntos há 55 anos e podem garantir que suas trajetórias de vida tornaram-se mais especiais após terem se conhecido. Companheiros para os momentos bons e ruins da vida, eles acreditam que a união aliada à paciência são essenciais para um relacionamento duradouro e feliz.
Reunir semanalmente ou mensalmente todos os filhos e netos é o desejo de muitos pais e avós. Desejo este que Meris Testoni, 79 anos, e Braulia Testoni, 73, conseguiram realizar há algum tempo. Próximo à casa onde vivem, no bairro Santa Terezinha, o casal construiu uma área de lazer, onde acontecem os encontros entre todos os membros da família. ?Sempre nos reunimos para realizar uma confraternização em família. Mesmo quando não participamos nós gostamos que eles venham até o local para se divertir. O que realmente importa é que os filhos e netos estejam perto de nós?, explica seu Meris. Tê-los por perto é a maior felicidade do casal, que nunca mediu esforços para proporcionar toda a alegria possível à família.
Sentados lado a lado na sala da casa em que já vivem há mais de três décadas, Meris e Braulia começam falando da grande família que construíram, formada por 12 filhos e 22 netos, para depois relatar momentos de suas trajetórias de vida. Ela nasceu em Gaspar e ele em Ascurra. Filha de Alfredo e Catarina Schramm, a simpática senhora nasceu no dia 22 de abril de 1940. Ainda aos 13 anos de idade, ela teve que começar a trabalhar, já que a irmã mais velha responsável por trabalhar fora e ajudar a família com as despesas de casa morreu. O primeiro emprego foi na Linhas Círculo, onde ficou por mais de três anos. Já Meris nasceu no dia 14 de junho de 1934. Ele veio morar em Gaspar ainda muito novo, pois tinha parentes no município. Até os 20 anos ele trabalhou na roça com a família e após esta idade tornou-se caminhoneiro.
Os caminhos de Meris e Braulia se cruzaram em uma tarde de domingo, em meados da década de 1955. Eles se viram pela primeira vez em uma domingueira, festas tradicionais da época que costumavam reunir diversos jovens da cidade. A partir de então, o casal passou a se ver aos finais de semana e assim o namoro teve início. Ele foi o primeiro namorado de Braulia, que o conheceu muito jovem, aos 16 anos. O namoro durou por dois anos, até que eles se casaram, no dia 19 de julho de 1958. Os primeiros anos de casados não foram fáceis, afirmam.
Ambos precisaram trabalhar muito para conseguir criar os filhos. ?Naquela época, mulheres casadas não podiam trabalhar fora, então tive que ir para a roça por algum tempo para ajudar com as despesas de casa. Ele também trabalhou muito. Não foi uma época fácil, mas com muita fé e amor nós conseguimos superar?, diz Braulia, mostrando um belo sorriso que a acompanhou durante toda a conversa. Após enfrentar muitas batalhas, o casal conseguiu se erguer e colecionar muitas lições e ensinamentos de vida que procuram repassar aos filhos e netos.
?Claro que não é fácil conviver várias décadas ao lado de uma pessoa. Haverá desavenças e algumas discussões, mas é natural. Acredito que recebemos uma educação diferente da que se tem hoje e isso também foi de extrema importância para que colecionássemos tantas décadas lado a lado?, conta dona Braulia. Assim como ela, seu Meris acredita que a educação recebida pelos pais também foi muito importante em sua relação com a esposa. ?Além disso, nós fizemos um juramento um ao outro e eu sempre quis cumpri-lo. Somos muito companheiros?, diz. Todos estes pensamentos foram repassados aos filhos e o casal afirma que esta é uma grande herança de família.
Hoje, a rotina deles é marcada pela companhia um do outro e de todos os familiares. Além disso, Meris realiza trabalhos na Capela Bom Jesus, onde atua como coordenador, além de realizar os serviços da casa e cuidar do gado. Braulia costuma visitar familiares, participar de eventos e realiza caminhadas. Sempre de bom humor e com um sorriso no rosto, o casal sabe aproveitar os pequenos e bons detalhes da vida, que para muitos passam despercebidos durante muito tempo.
Edição 1504
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