Sabedoria, ensinamentos, lições de vida, alegrias e momentos marcantes. A longa trajetória de Lea Minervina Cunha Vansuita, que completou 80 anos nesta segunda-feira, 29, é marcada por essas e milhares de outras memórias que hoje fazem parte da sua grande bagagem de vida. Cercada por amigos e familiares que a amam, a simpática senhora tem muito orgulho de ter vivido tudo o que pôde e ter lutado e se esforçado para ter uma vida feliz e cheia de conquistas.
A bela casa onde criou a família e vive até hoje ao lado de uma de suas filhas e uma neta, no Centro de Gaspar, traz um pouco do jeito de dona Léa Cunha Vansuita. A residência é aconchegante e revela o seu gosto, trazendo flores e lindos quadros espalhados por alguns cômodos, assim como fotos ao lado da grande e unida família. Vaidosa, a simpática senhora veste uma blusa branca com bordados, calças pretas, um colar de pedras também pretas e um pequeno brinco, que combina com o colar. Embora esteja bem vestida, o que mais chama a atenção em dona Léa é o sorriso, que está o tempo todo em seu rosto, fazendo com que este seja o seu mais belo traje.
A matriarca da família Vansuita nasceu no município de Mafra, em 29 de abril de 1933. Filha de José e Antônia Cunha, ela cresceu ao lado de três irmãos, Lígia, José Filho e Lusa, que sempre foram muito unidos. Ainda muito nova, dona Léa e sua família moraram em diversas cidades como Jaraguá do Sul, Joinville, Timbó e Tijucas. Isto porque seu José Cunha trabalhava como telegrafista nos Correios e precisava se mudar constantemente.
A infância foi uma época muito boa de sua vida, lembra a senhora de 80 anos. Ela não precisou trabalhar e por isso passava grande parte dos dias estudando e brincando com os irmãos. Esta é uma época que traz um pouco de saudades a dona Léa e, ao mesmo tempo, muita alegria, já que foram anos que marcaram sua vida. Quando tinha 17 anos, a família Cunha se mudou para Gaspar. Com um brilho nos olhos e um belo sorriso, a querida senhora revela que foi aqui que conheceu seu grande amor e futuro marido.
Milton Aécio Vansuita, mais conhecido como Diamante, morava no mesmo prédio que ela. Aos domingos, ele costumava passear de canoa pelo rio e por isto tinha que deixar a chave de casa com dona Léa, caso sua família chegasse antes que ele. Isto acontecia todos os domingos e foi assim que eles acabaram se apaixonando. O namoro e noivado duraram cerca de cinco anos e logo após, no dia 22 de maio de 1954, Léa e Milton se casaram. O casamento durou mais de cinco décadas, porém há oito anos Diamante faleceu, deixando uma grande saudade instalada no peito de dona Léa. Desde então, ela nunca mais se casou. ?Marido é um só e a minha vida ao lado dele foi muito feliz, éramos muito unidos?.
Assim que se casou, dona Léa terminou os estudos e se tornou professora de 1ª a 4ª série. Primeiro, ela decidiu trabalhar como educadora devido às dificuldades financeiras que precisou enfrentar ao lado do marido logo no início do casamento. Além disso, a simpática senhora tricotava e bordava peças também para ajudar a família. Com muita dedicação e amor ao trabalho, o casal conseguiu superar os momentos difíceis. A profissão que iniciou por necessidade e continuou por amor acompanhou sua vida por 27 anos, até se aposentar.
Hoje, dona Léa passa seus dias na companhia da família, formada por cinco filhos, seis netos e um bisneto, e também recebe as visitas das irmãs e amigas. Sem dúvidas, ressalta, a sua família é seu bem mais precioso e o motivo da sua alegria e vontade de viver. Seja em pequenos almoços de domingos ou em grandes festas de aniversários e outras datas comemorativas, os encontros entre eles ocorrem constantemente e são sempre regados a muitos sorrisos e belas histórias.
Edição 1484
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