Histórias de uma apaixonante trajetória de 90 anos de vida - Jornal Cruzeiro do Vale

Histórias de uma apaixonante trajetória de 90 anos de vida

19/07/2012

Por Ana Carolina Bernardes

nuteMD.jpgSabedoria, ensinamentos, lições de vida, alegrias e momentos marcantes. A longa trajetória do gasparense Benedito Aleixo Schmitt, que completou seus 90 anos de idade no dia 17 de julho, é marcada por essas e milhares de outras memórias que hoje fazem parte da sua grande bagagem de vida.

Várias lembranças estão impregnadas em sua mente e em seu coração, marcando todos esses anos de forma a nunca serem esquecidos. Trabalhador, empreendedor, pai, avô e bisavô dedicado à família, o popular senhor Nute tem muito orgulho de ter sido o protagonista de sua própria história e de ter vivido tudo aquilo que estava a seu alcance.

Nascido no bairro Poço Grande, filho de Antônio Alfredo Schmitt e Maria Júlia Schmitt, o senhor de 90 anos começou a trabalhar na roça já aos 10 anos de idade. Fizesse frio ou calor, o pequeno menino tinha o dever de auxiliar a família nos trabalhos da lavoura, na plantação de cana, arroz, entre outras tarefas. O esforço e a vontade de trabalhar eram essenciais para o crescimento e reconhecimento das pessoas, e por este motivo Nute sempre se dedicou ao trabalho na roça.

Antes mesmo de terminar a pergunta sobre os principais valores que eram aprendidos durante a sua infância, ele já responde sem hesitar: aprendíamos que caprichar em cada ação que realizamos é fundamental, e para isso é necessário ter muita dedicação.

Por trabalhar desde cedo na roça, Benedito não pôde se dedicar aos estudos, e por este motivo nunca chegou a frequentar uma escola. Ao contrário disto, Nute sempre se esforçou ao máximo para exercer sua profissão de paixão: empreiteiro na construção das estradas de ferro. Na época, ele chegou a morar no município de Brusque por alguns anos devido ao emprego.

Mesmo hoje, aos 90 anos de idade, a vontade de trabalhar não desapareceu. Nute não pode mais exercer sua querida profissão, porém arranjou um outro emprego. Há alguns anos, ele aluga suas salas comerciais localizadas no Centro de Gaspar.

Foi no bairro Gaspar Grande que, mais tarde, conheceu a sua única esposa, Odete Schmitt, com quem foi casado por 57 anos e que há sete anos partiu desta vida, deixando este simpático senhor como único responsável pela família. O casal vendeu sua propriedade no Poço Grande, comprou uma casa na área central da cidade e se mudou para o local, há 32 anos. Com Odete, o gasparense criou uma grande família, formada por 14 filhos, dois já falecidos, 19 netos e 6 bisnetos.


A vida aos 90 anos

Com um chapéu na cabeça, seu antigo companheiro, um sorriso no rosto e uma disposição tamanha para a idade, Nute vive tranquilamente na mesma casa onde morou por muitos anos com sua esposa, porém agora somente com dois de seus filhos.

Algumas tarefas domésticas simples e as caminhadas pelas ruas do bairro onde reside, pelo menos duas vezes ao dia, marcam a pacata rotina do homem. Embora suas limitações tenham aumentado bastante com o passar dos anos, ele afirma que permanecer em casa sem ter muito a fazer não é tarefa fácil, após ter vivido tantos anos trabalhando incansavelmente.

Para deixar os olhos do senhor Nute brilhando, basta querer saber sobre seus netos. É possível perceber que uma grande felicidade lhe atinge, quando fala sobre o fato de ter seis netos fazendo algum curso na Universidade. Além disso, outros seis já são formados. 

Como vê o município

Quando questionado sobre sua cidade natal, as lembranças invadem sua mente e um largo sorriso lhe vem à face. Grande parte dos momentos da sua longa vida, bons ou ruins, foram vividos em sua querida cidade.
Com tanta experiência e histórias vividas no município trazidas em sua bagagem, Benedito Schmitt pode avaliar muito bem Gaspar atualmente. Para ele, as mudanças que ocorreram com o passar dos anos foram várias. Gaspar mudou muito, transformando-se de uma pequena cidade com muitas atividades rurais em um movimentado município com um comércio bastante forte, que tende apenas a crescer.


Edição 1407