Dona Nina compartilha histórias de determinação e coragem - Jornal Cruzeiro do Vale

Dona Nina compartilha histórias de determinação e coragem

20/02/2013

Sabedoria, lições de vida, alegrias, momentos e pessoas marcantes. A longa trajetória de Maria de Lurdes Freitas Laurentino, mais conhecida como dona Nina, é marcada por essas e outras memórias que hoje fazem parte de sua bagagem de vida. Aos 81 anos, a gasparense ainda se lembra muito bem das histórias que viveu ao lado dos pais, irmãos, marido e filhos, e acredita que ainda há muitas a serem vividas e colecionadas. Para isso, ela conta com o amor da família, que sempre está a seu lado para apoiá-la e dar mais vontade de seguir em frente.

 

Determinação e coragem em cada história

fotopg9abrecolorMD.jpgNos olhos, Maria de Lurdes Freitas Laurentino carrega um pouco das alegrias e também das tristezas compartilhadas com o tempo. Seu olhar fala muito sobre ela e sozinho consegue transmitir boa parte do que sente. Nascida no bairro Santa Terezinha, no dia 25 de setembro de 1931, dona Nina teve uma infância muito difícil e aprendeu desde muito nova a superar todos os obstáculos que a vida lhe impôs. Ela era a mais velha entre os quatro irmãos. Seus pais, Antério de Freitas e Clemendina da Silva, não podiam trabalhar e por este motivo a família passou por muitas dificuldades. A querida senhora ainda se lembra dos tristes momentos em que precisou pedir ajuda de pessoas nas ruas junto com seus pais para conseguir se alimentar.

A família não tinha plantações, mas ao completar 12 anos de idade, ela começou a trabalhar na roça para ajudar no sustento de pais e irmãos. A partir daí, as dificuldades da família Freitas começaram a diminuir. Aos 14 anos, dona Nina saiu da roça e conseguiu um emprego na Linhas Círculo. Nesta empresa, ficou por dois anos. Embora tenha enfrentado anos muito difíceis na infância e adolescência, aos 19 anos a simpática senhora encontrou uma pessoa que traria aos anos seguintes muito amor e diversas alegrias. Agenor Laurentino foi o primeiro e único grande amor de dona Nina. Eles se conheceram no bairro Santa Terezinha, onde moravam. O namoro durou dois anos e resultou em casamento. Como ainda não tinham casa própria, Maria foi morar com a sogra. Lá permaneceram até se mudarem para Itajaí.

Agenor trabalhava como maquinista e, por isso, o casal precisou morar em alguns municípios. A primeira mudança ocorreu para a cidade de Itajaí, logo depois eles também moraram em Joinville, São Bento e retornaram a Gaspar. O marido de dona Nina foi personagem importante do município, já que trabalhou por muitos anos na construção da estrada de ferro. Juntos por 58 anos, Agenor e Nina tiveram 11 filhos ? um já falecido ?, responsáveis por trazer um belo sorriso ao rosto da simpática senhora.

 

A família é a maior felicidade

fotopg9retrancacolorMD.jpgHoje, dona Nina vive em sua casa no bairro Santa Terezinha, ao lado de uma das filhas. O marido morreu há pouco mais de dois anos, vítima de uma grave doença. Desde então, a tristeza que invade o peito devido à ausência do seu melhor companheiro e amigo é grande. A saudade é facilmente vista em seus olhos, que se entristecem ao falar sobre a perda. ?Como se uma parede minha tivesse caído e nunca mais pudesse ser construída. Sinto muito a falta dele?.

Em meio à tristeza de ter perdido o marido, ela encontra em seus 10 filhos, 22 netos e dois bisnetos toda a alegria necessária para continuar seguindo em frente. A grande família sempre visita dona Nina, que aguarda ansiosa por estes momentos. Sem hesitar, ela revela que vê-los juntos e ao seu lado é a maior felicidade que existe no mundo. Além de receber estas importantes visitas, a rotina da simpática senhora é preenchida com as idas ao grupo de idosos, passeios e encontros com os amigos.  As tarefas domésticas também marcam a rotina, já que disposição é o que não falta para esta exemplar mulher.

 

Edição 1463