Cecília e Pedro dos Santos: bodas de diamante de companheirismo - Jornal Cruzeiro do Vale

Cecília e Pedro dos Santos: bodas de diamante de companheirismo

24/07/2013

Alguém para dividir tristezas, multiplicar alegrias e compartilhar bons momentos. Uma pessoa amiga e companheira, que sempre estará disposta a enfrentar os obstáculos da vida ao seu lado. Cecília Otília dos Santos, 78 anos, e Pedro dos Santos, 84, encontraram um no outro todas estas características, que foram muito importantes para que o casal chegasse aos 60 anos de união desejando ficar juntos por mais algumas décadas. O simpático casal construiu uma bela trajetória de vida marcada pelo companheirismo, amor e compreensão. Como fruto desta longa união nasceram os seis filhos, que são, juntamente com os 14 netos e um bisneto, o maior orgulho de suas vidas.

 

Bodas de diamante de amor e companheirismo

fotopg9abrecolorMD.jpgO sorriso de Cecília Otília dos Santos transmite um pouco das características marcantes que possui: simpatia e sinceridade. Este belo sorriso lhe acompanha por todos os lugares que costuma visitar e está sempre estampado em seu rosto ao conversar com as pessoas. Assim que recebeu a reportagem do Cruzeiro do Vale em sua casa, localizada no bairro Santa Terezinha, dona Cecília abriu seu sincero sorriso e até o fim da conversa permaneceu com ele. Seu aspecto só mudou quando teve que falar sobre algumas tristezas que enfrentou durante a vida e quando começou a contar sobre sua história ao lado do querido marido, Pedro dos Santos, com quem já está há quase 60 anos. Neste momento, o sorriso ganhou um brilho a mais, transmitindo ainda mais felicidade.

Pedro e Cecília se conheceram em Gaspar, durante a Festa de São Pedro, no início da década de 1950. Ela morava no bairro Santa Terezinha e ele no Gaspar Mirim. Ainda com as lembranças muito vivas em sua memória, dona Cecília revela que foi seu Pedro quem a encontrou e decidiu conversar com ela. ?Eu tinha 17 anos e nunca tinha namorado ninguém, é claro. Na época, os pais eram muito rígidos em relação a isso. Então, ele veio conversar comigo e depois de um tempo me perguntou se eu gostava dele para namorar. Só consegui dizer que minha mãe não aceitaria?, diz, sorrindo, ao relembrar os primeiros momentos vividos ao lado do seu grande amor. 

A irmã gêmea de Cecília, Otília, já namorava quando este fato aconteceu e seu namorado era primo de Pedro. ?Alguns dias depois, minha irmã me convidou para ir a uma domingueira com ela e o namorado e eu sabia que o Pedro estaria lá. Quando chegamos ele foi novamente falar comigo e me pediu para dançar com ele?. Novamente, ele havia a pedido em namoro, porém dona Cecília disse que não tinha permissão. Ao chegar em casa, naquele mesmo dia, ela explicou a situação para seus pais, que permitiram o namoro. Por um ano e sete meses, eles se encontravam apenas aos fins de semana, até que no dia 25 de julho de 1953, casaram-se na Igreja Matriz de Gaspar.

A primeira residência do casal foi construída no Gaspar Mirim, onde vivia parte da família de Pedro. Neste local, ambos trabalhavam na roça para sustentar a família que começava a se formar. O casal Santos teve seis filhos, dos quais cinco estão vivos, que são responsáveis pelas maiores alegrias de suas vidas, 14 netos e um bisneto. A alegria de Pedro e Cecília é perceptível em seus olhos ao falar da unida família que possuem. ?Eles são nosso maior tesouro?.

 

 

Vidas dedicadas ao trabalho e à família

fotopg9retrancacolorMD.jpgPedro dos Santos nasceu em Gaspar, no bairro Gaspar Mirim, no dia 25 de junho de 1929. Filho de Alberto João dos Santos e Clara Cândida dos Santos, ele cresceu trabalhando no campo ao lado da família. Até alguns anos após se casar, permaneceu trabalhando na roça, porém precisou deixar a vida no campo por problemas de saúde. Foi então que ele começou a trabalhar como manobrista na Prefeitura de Gaspar, onde ficou por mais de 20 anos, até se aposentar. Nascida em 22 de novembro de 1934, Cecília Otília dos Santos é filha de Belarmino João da Silva e Maria Reinert da Silva. Ela nasceu e cresceu no Santa Terezinha e, assim como o marido, também precisou trabalhar na roça desde cedo. Por este motivo, a senhora de 78 anos só conseguiu estudar até o quarto ano. Após se casar, ela continuou trabalhando na roça com seu Pedro, até que passou a trabalhar na empresa Círculo e, mais tarde, apenas a bordar e fazer crochê. 

Hoje o casal vive no bairro Santa Terezinha e tem a rotina preenchida pela companhia um do outro, além das visitas dos familiares, que são frequentes. Olhando para trás e pensando nestes 60 anos em que estiveram casados, eles garantem que as dificuldades que precisaram enfrentar foram muitas, mas nunca suficientes para pensarem em se separar. ?Sempre nos demos bem e nossa relação foi baseada no amor e na paciência. Espero chegar aos 100 anos e tê-lo ao meu lado?, diz Cecília.

 

Edição 1508