Aos 78 anos, Cacilda Deschamps transmite ensinamentos de vida - Jornal Cruzeiro do Vale

Aos 78 anos, Cacilda Deschamps transmite ensinamentos de vida

27/11/2012

Força e coragem. Não existem palavras que descrevam Cacilda Deschamps tão bem quanto estas. Aos 78 anos, a moradora do bairro Sete de Setembro relembra alguns dos bons e também difíceis momentos pelos quais teve que passar nestes longos anos. A trajetória lhe traz muito orgulho, assim como a grande família e tudo aquilo que conquistou através de muitas lutas. Apesar de já ter enfrentado diversas dificuldades, o sorriso no rosto desta simpática senhora mostra que a vida também foi muito generosa com ela, proporcionando-lhe diversas conquistas e vários ensinamentos.

 

Uma vida marcada pela dedicação

fotopg11abrecolorMD.jpgSentada em uma cadeira na varanda da casa onde vive há pouco mais de três anos, no bairro Sete de Setembro, Cacilda Deschamps relata alguns momentos de sua vida. As lembranças estão tão vivas na mente, que cada história é contada nos mínimos detalhes sem dificuldade alguma.

Mergulhando em algumas das melhores memórias, a querida senhora começa falando sobre a infância ao lado de nove irmãos. Dona Cacilda nasceu no dia 14 de outubro de 1934, no bairro Poço Grande, em Gaspar. Com cerca de oito anos de idade, toda a família se mudou para o bairro Lagoa, onde ela ficou por muitos anos. 

Foi neste local que Cacilda conheceu o futuro marido, Antônio José Deschamps. A história do casal é facilmente lembrada pela senhora de 78 anos de idade. As famílias dela e do esposo eram muito amigas e unidas e por este motivo Cacilda e Antônio já se conheciam deste muito novos. Imersa em suas memórias, ela conta que ele sempre quis namorá-la, porém ela apenas lhe queria como um bom amigo. Bube, como era conhecido, chegou a namorar com uma de suas irmãs, mas o relacionamento durou pouco. 

Foi então que ele noivou com outra moça da cidade, entretanto, o verdadeiro sentimento de amor estava reservado para dona Cacilda. Quando tinha aproximadamente 20 anos, mesmo noivo, Bube pediu novamente para namorar com ela, mas Cacilda lhe disse que ele era apenas um bom amigo e que deveria ficar com a noiva. Após algum tempo, ela também começou a namorar. Os namoros da época, conforme lembra, eram muito diferentes. Conversar com a pessoa e vê-la uma vez na semana, sem nem ao menos poder pegar na mão um do outro, eram as características principais de um namoro. 

Os pais de Cacilda a proibiram de continuar vendo o primeiro namorado, e também seu primeiro amor, pois eles queriam que ela se casasse com Antônio. Com uma expressão séria, ela diz que após ter sido proibida de namorar com outro homem, aceitou o pedido de Antônio e o namoro teve início. Este período de sua vida não foi fácil, já que ainda não estava apaixonada por ele. Em julho de 1956, assim que Bube já havia construído uma casa no bairro Coloninha, eles se casaram.

A partir daí, dona Cacilda começou a gostar e admirar seu marido pela sua força de vontade, pelo grande desejo de fazê-la feliz e pelo homem trabalhador, honesto e dedicado que ele era. No Coloninha, eles trabalhavam todos os dias na roça, até que seus terrenos foram vendidos e eles tiveram que se mudar para Ilhota, no bairro Baú Central. Neste local, o casal enfrentou dificuldades. Cacilda lembra que ia para a roça grávida trabalhar durante todo o dia, já que a família vivia apenas das atividades no campo. Foi neste bairro que eles viveram por 18 anos e criaram seus 12 filhos. Mais tarde, o casal se mudou para o Baú Baixo e em seguida para o bairro Sete de Setembro, em Gaspar.

 

 

Felicidade e coragem de sobra para viver

fotopg11retrancacolorMD.jpgCacilda e Antônio ficaram juntos por mais de cinco décadas, até que no ano de 2010 ele faleceu, deixando um vazio instalado no peito da simpática senhora, que se emociona ao falar sobre a saudade que sente do querido marido. Embora esta tristeza esteja presente em sua vida, Cacilda possui 12 pessoas que a fazem feliz todos os dias: seus filhos.

O orgulho ao falar sobre eles é facilmente visto em seus olhos, assim como o carinho que é transmitido na voz. A família unida é o tesouro mais precioso para a senhora de 78 anos, que carrega no coração cada momento vivido ao lado dela. Além de seus 12 queridos filhos, os 15 netos, um já falecido, e os cinco bisnetos tornam seus dias ainda mais felizes.

Aos 78 anos de idade, dona Cacilda continua fazendo as atividades domésticas e cuidando de sua pequena horta. Para a querida senhora, a vida lhe trouxe alegrias, dificuldades, tristezas e muitos sorrisos, e ela sempre esteve preparada para receber tudo isto com muita coragem e disposição.

 

Edição 1444