Antônia Otília da Silva: coragem e disposição para enfrentar a vida - Jornal Cruzeiro do Vale

Antônia Otília da Silva: coragem e disposição para enfrentar a vida

03/07/2013

Dedicação à família e amigos, disposição para trabalhar e coragem para enfrentar os desafios da vida. Estas são características marcantes de Antônia Otília da Silva, moradora do bairro Poço Grande. Aos 83 anos, a simpática senhora continua colecionando boas histórias e momentos para acrescentar em sua bela bagagem de vida. Irmãos, filhos e amigos são a grande conquista de sua vida e são eles os responsáveis por lhe dar todo o amor e carinho necessário para desejar viver por muitos anos.

 

Disposição e coragem para enfrentar a vida

fotopg9abrecolorMD.jpgHá cinco anos, dona Antônia Otília vive no Poço Grande em uma casa que traz muito do seu jeito de ser. Antes de morar no Poço Grande, ela vivia no bairro Sete de Setembro, local em que colecionou grandes lembranças. Mesmo tendo se mudado da antiga casa, dona Antônia a leva consigo em uma pequena foto, que a ajuda a matar parte da saudade que sente do local. ?Era uma casa aconchegante, onde, ao lado do meu marido, recebi muitas pessoas queridas, fiz várias festas de aniversário e criei meus filhos. Ela sempre será especial para mim?.

A saída do bairro Sete de Setembro aconteceu poucos anos após a morte do marido, Agenor Antônio da Silva. As filhas acharam melhor ela se mudar para um lugar com mais segurança e que ficasse mais perto de uma delas. Foi então que a senhora de 83 anos chegou ao Poço Grande, local onde também gosta muito de viver. Nesta casa, ela vive sozinha, mas recebe diariamente a visita das filhas e outros familiares. 

 

História

Filha de Joaquim Benjamin de Souza e Otília Maria de Souza, dona Antônia nasceu no dia cinco de maio de 1930, em Gaspar. Sendo a mais velha entre oito irmãos, desde pequena ela precisou dedicar grande parte do seu tempo para cuidar deles. Por este motivo, a simpática senhora não teve a chance de concluir seus estudos, estudando apenas até o quarto ano. ?A professora me achava muito inteligente e quando eu terminei o quarto ano ela disse para meus pais que eu deveria ir para o Honório Miranda para continuar os estudos. Cursei o quinto ano por uns três meses e precisei sair, já que era muito longe e eu precisava cuidar dos meus irmãos?, lembra. Por ter sempre se dedicado ao máximo a eles, ela é considerada uma segunda mãe e recebe muito amor de todos os sete irmãos, que estão vivos.

Além de dedicar seus dias aos irmãos, dona Antônia também precisava trabalhar na roça. As dificuldades eram muitas e por isto ela revela que não teve uma infância como das outras crianças. ?Costumo dizer que minha infância é agora. Eu não tinha tempo quando era menor, mas sinto saudade daquela época. Tudo que eu fazia era com muito amor?. A rotina de cuidar dos irmãos e trabalhar na roça durou por muitos anos e só foi modificada após conhecer seu primeiro namorado e futuro marido, aos 26 anos.

 

Décadas de amor e dedicação aos filhos e marido

fotopg9retrancacolorMD.jpgAntônia e Agenor se conheceram na Festa de São Pedro, na década de 50. No evento, eles dançaram e conversaram, mas assim que foram embora eles perderam o contato por alguns meses. Até que em setembro, Agenor foi até a igreja do Barracão, bairro em que Antônia morava, para encontrá-la. A partir daí, o namoro começou. Depois de aproximadamente dois anos, eles se casaram e foram morar no Gaspar Mirim com os pais de Agenor e, mais tarde, começaram a pagar aluguel no mesmo bairro. O início da vida de casados foi difícil, destaca dona Antônia, mas o casal sempre foi muito trabalhador e teve várias conquistas na vida. 

Juntos, o casal teve duas filhas, que são o grande orgulho da querida senhora. A companhia das filhas é diária, mas Agenor já não está ao seu lado há sete anos. Ele faleceu por problemas de saúde e desde então a saudade que sente do querido companheiro é diária. ?Ele era um homem muito bom. Infelizmente, precisou partir e eu custei a aceitar, mas agora sei que ele ficará para sempre guardado em minha memória e coração?, afirma, emocionada. Hoje, além das duas filhas, os três netos e um bisneto sempre visitam a matriarca da família Silva para alegrar ainda mais seus dias.

 

 

Edição 1502