A decisão do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina de arquivar a denúncia apresentada pela Prefeitura de Gaspar contra o ex-prefeito, Adilson Luis Schmitt, causa mais um impacto no campo político local. As supostas irregularidades na contratação da empresa de terraplanagem para a execução de serviços de recuperação de estradas durante a tragédia de novembro de 2008 foram julgadas improcedentes, uma vez que, de acordo com o despacho, os fatos relatados não constituem infração à norma legal Obviamente, a decisão foi comemorada pelo ex-prefeito Adilson, e amargada pela administração atual, autora da denúncia. Mas, depois de julgada a questão, cabe a pergunta: mas o que a cidade ganha ou perde com esta decisão e, mais ainda, com o processo levantado contra o ex-prefeito?
Na verdade, o poder de vigilância desempenhado pelo poder Legislativo vem sendo, há muito tempo, transferido para as rusgas político-partidárias no âmbito do Executivo. Como o Legislativo acaba quase sempre envolvido com questões legais e até mesmo burocrática no dia-a-dia da Câmara, as denúncias de improbidades administrativas, mau uso do dinheiro público ou qualquer outra espécie de mancha administrativa acaba sendo usada como arma eleitoreira. Atacam-se as pessoas, não defendem-se ideias. Os interesses partidários são maiores que o interesse público.
O tempo que se perde, com certeza poderia ser utilizado para analisar projetos, elaborar planos de ação, estabelecer metas, pensar soluções para o crescimento da cidade. Para isso, falta tempo e nunca há prioridade que aponte essas necessidades como exigências da população. Se o partidarismo e os ataques pessoais deixassem de existir, talvez sobrasse mais tempo útil para arregaçar as mangas e trabalhar em favor do povo, fazendo alianças políticas, sempre salutares na democracia.
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