Saudade - Jornal Cruzeiro do Vale

Uma novela que já dura mais de 50 anos entra em seus últimos capítulos. O clamor de um povo que luta há tanto tempo por melhores condições para a travessia do rio Itajaí-Açu pode finalmente silenciar. Com a nova medida em que o DNIT fica responsável por fornecer 80% dos recursos para a obra, e a contrapartida do estado passa a 20%, a promessa é de que a construção ganhe velocidade. No final do mês de fevereiro, a comunidade poderá assistir de camarote o sonho se tornar realidade.

O canteiro de obras começa a receber seus trabalhadores após as férias coletivas, e a retomada dos trabalhos faz com que a população, não apenas de Ilhota, mas de várias cidades do Vale do Itajaí, crie uma expectativa positiva em volta desta construção. A balsa precária, que a tantos anos leva os habitantes de um lado para o outro, já pede para ser aposentada. A ponte Hercílio Deeke está interditada para veículos de grande porte.

E cada vez mais o transporte de mercadorias e trânsito de pessoas se complica mais. A ponte de Ilhota é a esperança de uma melhoria na fluidez do trânsito da região, de muitos menos quilômetros rodados para fazer uma entrega na margem oposta e também de um avanço gigantesco na infraestrutura da cidade, famosa pelo turismo de compras.

A Ponte da Saudade recebe este nome em homenagem àqueles que tiveram as vidas ceifadas pela tragédia natural ocorrida no ano de 2008. Ilhota mostrou que seu povo é batalhador, reconstrui-se e agora caminha em direção a um futuro melhor. A batalha pela ponte é mais uma que a sociedade venceu, a luta se arrastou durante décadas, mas nunca houve a possibilidade de desistir. Os tempos em que era necessário atravessar o rio de balsa ficarão na lembrança, mas com certeza, não deixarão saudade.

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