A edição 996 de Jornal Cruzeiro do Vale traz, sob um novo olhar, um velho problema: o aumento no tráfego de veículos no centro da cidade e o conseqüente estrangulamento do trânsito de Gaspar. Não há solução imediata para o caos que se instaurou na cidade, e que toma conta das principais vias e artérias da cidade: a cada ano, aumenta o número de veículos na cidade e, para agravar a situação, aumenta também o número de condutores que cruzam a cidade, em deslocamento para o litoral ou para outras cidades.
A reportagem especial das páginas 12 e 13 revela o que a apreensão popular já desconfiava e o que o poder público tem consciência há algum tempo: cresce o número de proprietários de automóveis, mas reduzem-se as alternativas para escoamento viário. Nos primeiros quatro meses de 2008, já foram emplacados 699 veículos zero quilômetro na cidade, 58 a mais do que havia ocorrido em 2007, cerca de 9%. Nossas ofertas de escoamento do trânsito não conseguiriam acompanhar essa projeção e, em um futuro bem próximo, dois ou três anos, a situação seria insuportável.
Some-se a isso a constante utilização da rodovia Jorge Lacerda como alternativa à sempre perigosa BR-470, a rodovia da morte na região. Os especialistas em trânsito revelam que há um automóvel para cada duas pessoas em Gaspar e que este número estaria dentro dos padrões para uma cidade de tal porte. O problema é que muitos moradores da região utilizam nosso sistema viário como corredor para encurtar distâncias entre as cidades vizinhas ou como alternativa mas segura de tráfego.
O problema é que tudo isso transformou muito rapidamente o desenho viário da cidade. Impossível não notar os congestionamentos de fim de tarde, de começo da manhã e nos horários de pico, que a cada dia duram mais tempo e preocupam cada vez mais. Os principais acessos e saídas da cidade simplesmente param por volta das 18 horas e, em dias em que ocorre alguma anormalidade, como obras, desvios ou acidentes, tudo se complica numa velocidade espantosa.
Muitas horas já foram gastas estudando medidas urgentes, que sempre esbarram na falta de recursos ou, na pior das hipóteses, na burocracia dos projetos que tramitam nas mais diversas instâncias da política e da administração municipal, estadual e federal. A solução seria a segunda ponte e o anel viário? Sim, são alternativas necessárias e que gozam de consenso entre as autoridades. Mas o problema é o que fazer enquanto essas idéias não se convertem em obras. Até lá, fica muito difícil transitar pela cidade, o que pode afastar investimentos da iniciativa privada, inviabilizar instalação de empresas e, num nível mais imediato, reduzir o potencial turístico e comercial do município, que tem tudo para crescer. Mas pode ficar parado no congestionamento ou ser desviado para uma rota mais segura.
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