O dia 9 de julho marca os 30 anos do pico da enchente de 1983, até hoje viva na memória de gasparenses e moradores de cidades do Vale do Itajaí em função dos estragos e prejuízos causados a toda a comunidade. A medição acima dos 15 metros do rio Itajaí-Açu em Blumenau representou um marco na história das catástrofes naturais do Estado. O caso é lembrado até hoje com detalhes pelos moradores, como acontece com fenômenos exclusivos como o dia da morte de Ayrton Senna ou o atentado de 11 de setembro de 2001.
Mais do que lamentações, as memórias da enchente precisam trazer alertas e aprendizados. Foi a partir daquele episódio que as cidades do Vale atentaram para a importância de ações de prevenção. O próprio sistema de telemetria na bacia do rio Itajaí-Açu surgiu como uma das ações iniciais dentro do conceito de prevenção de desastres. A preocupação, no entanto, só ganhou a dimensão necessária após a calamidade de 2008, de proporções até mais drásticas para a região se considerados os óbitos registrados.
Trinta anos depois, é importante relembrar o drama vivido justamente para identificar até onde é possível evitar novos episódios desta natureza. É importante para que toda a comunidade tenha a clara noção de que Defesa Civil é um segmento que exige investimentos constantes e sequenciais, capazes de montar uma estrutura de prevenção e de atendimento rápido em caso de emergências, deixando para trás as imagens de falta de estrutura de décadas atrás. Em suma, recordar a enchente de 1983 é mais uma oportunidade de estudar o passado para melhorar nosso futuro.
Edição 1504
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