As localidades atingidas pela força dos deslizamentos jamais serão as mesmas. Nem mesmo o explêndido local do Baú, na Ilhota, terá o mesmo brilho de antes. Ainda que todas as residências sejam reconstruída e que todas as famílias voltem a viver nas áreas atingidas pelas águas, a memória das vidas que se foram e não podem ser substituídas prova que falta um motivo especial para se voltar a sorrir.
As famílias, destruídas pela tragédia, também jamais serão as mesmas. E não há como cobrar força, coragem, ânimo de pessoas que perderam mais que bens materiais ou o conforto de suas casas. Quando uma pessoa tão próxima se vai, ainda da maneira violenta e repentina como foi, sempre fica o sentimento de que faltou alguma coisa a ser feita para evitar o desastre.
"E se tivéssemos acordado antes? Se não tivéssemos dormido? Se saíssemos cinco minutos antes? Se não estivéssemos lá?" São perguntas que os sobreviventes se farão o resto de seus dias, na tentativa de explicar o que aconteceu e justificar a impotência que chega num momento como este.
Fica o abraço não dado, a resposta pela metade e um enorme sentimento de vazio que só quem perdeu alguém sabe o que sentir. Mas a vida é feita de recomeços e é preciso seguir em frente, mesmo que a lembrança seja amarga e saudade infinita.
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