Imagine você precisar proceder o enterro de um ente querido num cemitério municipal e ser surpreendido com a cobrança de taxas e demais serviços, num valor que pode chegar a R$ 13 mil. Apesar de o contrato com a prestadora de serviços que fazia a manutenção dos cemitérios da cidade não prever qualquer tipo de cobrança, era exatamente isso que vinha acontecendo.
A Say Muller, empresa que havia vencido a licitação para manutenção nos cemitérios de Gaspar, vinha cobrando descaradamente de pessoas que precisavam utilizar o serviço, que era para ser gratuito. Famílias carentes foram extorquidas em R$ 1 mil, pelo menos, ou então o velório e o enterro não seriam autorizados em Gaspar. Com medo de ficarem sem o serviço, as pessoas acabavam pedindo dinheiro emprestado ou parcelavam o pagamento.
Após algumas denúncias, o contrato foi rescindido e a empresa será responsabilizada pelas cobranças indevidas que puderem ser apuradas. Outras irregularidades no contrato ainda foram descobertas, e a Polícia Civil recebeu inclusive denúncia do prefeito Pedro Celso Zuchi por crime de estelionato.
Os representantes legais da empresa vêm sendo procurados desde sexta-feira e ainda não se manifestaram sobre o caso. Diversas famílias engrossaram as reclamações, que não param de surgir em todos os cantos da cidade. A Prefeitura assumiu provisoriamente a manutenção dos cemitérios, por meio da Secretaria de Obras. A pergunta que fica é será que as famílias carentes, de baixa renda, que precisaram pagar valores indevidos, serão ressarcidas, ou vai ficar tudo por isso mesmo?
Edição 1388
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