Quem é capaz de enfrentar uma sala de aula com mais de trinta alunos, em sua maioria estudantes problemáticos e muitas vezes sem nenhum respeito, ao final do mês receber um salário de pouco mais de R$600 e ainda assim se sentir motivado para fazer o seu melhor no local de trabalho?
A luta dos professores da rede estadual de ensino em favor do cumprimento da lei que estabelece o piso nacional é mais do que válida. O reconhecimento salarial é o mínimo que estes profissionais, antes tão respeitados e hoje tão desvalorizados, merecem para poder se dedicar à profissão que escolheram por amor. Claro, escolheram por amor, porque ninguém escolhe ser professor para ganhar dinheiro.
O movimento dos professores deveria ter não apenas o apoio dos alunos, como vimos na manhã desta segunda-feira, em Gaspar, mas o apoio de todos os pais, afinal, são eles que se dedicam todas as semanas a dar educação aos seus filhos e merecem reconhecimento por isso.
A carreira de professor saiu do patamar de muito desejada para ser a última opção dos estudantes de pedagogia e disciplinas como geografia, história e matemática. Se estes profissionais não receberem seus devidos reconhecimentos, muito em breve não haverá mais ninguém para ensinar as crianças. E daí, como vão ficar as escolas? Em muitas disciplinas, como química por exemplo, já faltam professores. O que será de educação deste Estado se os professores não forem devidamente valorizados? Um salário digno é o mínimo que eles merecem.
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