A movimentação na Delegacia de Polícia Civil de Gaspar nas primeiras horas desta quinta-feira, 13, denunciava o resultado de uma operação de combate ao tráfico de drogas. Onze pessoas foram conduzidas à delegacia e quatro permaneceram presos por acusação de tráfico de drogas. O trabalho rendeu elogios aos policiais envolvidos e, de fato, mostrou que a união de forças entre os responsáveis pela segurança pública pode ajudar a comunidade.
No entanto, uma problemática que costuma passar ao largo da discussão sobre a criminalidade é a permanência na prisão dos indivíduos capturados pela polícia. Não raro, operações que exigem esforços de policiais acabam sem ninguém preso em definitivo por intervenção da Justiça. Se o método é necessário para evitar injustiças, o excesso de rigor também impede a retirada de circulação da criminalidade na velocidade em que a sociedade precisa.
Os entraves burocráticos para manter autores de crimes em unidades prisionais ficam mais rigorosos no mesmo momento em que a violência se torna banal nas comunidades. Diante deste quadro, não é surpresa ouvir tantas vezes de delegados e especialistas em segurança a expressão ?enxugar gelo? como definição para o trabalho de repressão feito nas ruas. É possível imaginar o tamanho da frustração de um policial que efetua uma prisão e, semanas ou meses depois, precisa correr atrás do mesmo indivíduo.
O trabalho de investigação e repressão da criminalidade exige esforço dos policiais, é de grande relevância e precisa ser reconhecido. Mas apenas isso não vai resolver o problema enquanto não houver a certeza de que criminosos presos vão permanecer, efetivamente, presos.
Edição 1449
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