A falta de investimentos em ciclovias, nem de longe, é novidade nas grandes e médias cidades brasileiras. Ao mesmo tempo em que acumula queixas sobre os infindáveis congestionamentos, as cidades não parecem enxergar nas bicicletas uma alternativa viável a ponto de reduzir as filas de veículos e transformar-se em opção para deslocamento para o trabalho e para o lazer.
Em Gaspar, com uma malha viária superior a 500 quilômetros, a extensão de ciclovias ainda não supera míseros dois quilômetros, o que certamente serve como um desestímulo para o uso contínuo das bikes no dia a dia.
É bem verdade que fatores como clima e distâncias, em determinadas épocas do ano, não favorecem o uso das bicicletas para usos de longos percursos. No entanto, para uma boa parcela da população, elas podem ser uma alternativa interessante, desde que haja ações de estímulo por parte da população e também do poder público.
Relegar as ciclovias a condições de ciclofaixas ou, na maior parte dos casos, sequer inclui-las nos projetos de pavimentação não contribui para a adesão às bikes. Apenas fortalece o modal automobilístico que é tão apontado como causador de problemas de qualidade de vida. É preciso pensar os modelos de transporte de forma integrada, unindo ônibus, automóvel, bicicletas, pedestres e, se possível, outros sistemas de transporte coletivo. Se não houver essa noção de diversidade de meio de transporte, as cidades ficarão cada vez mais reféns dos automóveis e de sua consequente poluição.
Edição 1665
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