Depois de anos de inércia e passos lentos na infraestrutura do país, o governo federal reconhece a necessidade de investimentos com um plano de concessões divulgado nesta semana. A urgência do assunto, que tem ligação direta com a falta de competitividade do nosso setor industrial, fez com que a cúpula petista abandonasse até mesmo o discurso antiprivatização ao conceder a gestão de portos, aeroportos e rodovias para a iniciativa privada, na esperança de que esta possa capitanear os investimentos dos quais a União é cobrada há anos.
Se à primeira vista a atitude pode mostrar um avanço, espanta a discussão rasa feita até agora sobre os formatos das concessões. Até aqui, ao menos no caso da BR-470, é quase certo que mais uma vez o poder público fará o investimento bilionário da duplicação de 74 quilômetros para depois repassá-lo a uma empresa privada, que assumirá apenas os custos de manutenção. Nesse modelo, as tarifas propostas precisam ser baixas para não onerar o contribuinte duas vezes. A única certeza é que os leilões não podem começar a ser lançados sem um aprofundamento sobre os formatos das concessões maior do que mostrado até agora.
Edição: 1695
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