Um passo de cada vez. Este tem sido o principal discurso de quem luta para que as diferenças sejam reduzidas na sociedade. Pessoas tidas como ?anormais?, como portadores de Síndrome de Down e autistas, começam a fazer parte de um amplo processo de inclusão, que muito se deve ao trabalho incansável de entidades e profissionais que dedicam seu tempo, muitas vezes de forma voluntária, em projetos para esta finalidade.
Entendendo que todos somos diferentes, temos mais clareza para aceitar o outro como ele é. Limitações físicas, intelectuais, comportamentais e patológicas não podem ser fatores de exclusão de crianças na escola, de adolescentes ou adultos na sociedade. Processos inclusivos, muitas vezes com a intervenção da justiça, tem-se mostrado, através dos tempos, processos traumatizantes para quem sofre de autismo, por exemplo.
O problema é que nossas escolas, assim como a sociedade, não estão de fato preparadas para conviver com essa universalidade de diferenças. São comuns os casos de bullying contra crianças ou adolescentes autistas, o que tem motivado discussões sobre a real necessidade e a qualidade da inclusão nos grupos sociais. Torna-se necessário uma visão cada vez mais abrangente para não só entender a diferença, como aceitá-la e torná-la parte do convívio coletivo.
Por outro lado, excluir portadores de autismo do convívio com outras crianças limita ainda mais seu horizonte e priva a própria sociedade de aprender com a diferença. Num mundo em que as individualidades ganham cada vez mais forma, receber quem é diferente em nosso convívio pode ser a diferença entre a tolerância e a integração verdadeira.
Edição 1521
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