26/01/2016
O VELHO FEITO NOVO I
Não se questiona a figura histórica do ex-prefeito Francisco Hostins, egresso do que seria hoje o PP (PDS) e eleito na época pelo PDC do saudoso executivo da ex-Ceval, presidente da Acig quando ela era uma entidade respeitada representativa no estado e ex-presidente da Facisc, quando ela rivalizava nas ideias com a Fiesc, ex-deputado estadual, Francisco Matella. O que se questiona é o discurso do PMDB e PP de hoje em Gaspar. Eles (e provavelmente o PSD) estão unidos para disputar as eleições de outubro. Justo. Legítimo.
O VELHO FEITO NOVO II
Mas, sem novidades, sem notícias, sem proposta de governo (apesar do candidato do PMDB estar na praça há cinco anos), e se dizendo o novo (só se for na idade e isto não significa absolutamente novidade de propósito, gestão e resultados), o partido foi mais uma vez tomar café da manhã da casa do ex-prefeito. Foi atrás de apoio e ideias. A busca de apoio é algo necessário e inquestionável. É do jogo. Entretanto, de ideias? Isto mostra que aos jovens – Kleber Edson Wan Dall (PMDB) e Luiz Carlos Spengler Filho (PP) - que representam os interesses dos velhos caciques desses partidos, faltam-lhes o mínimo: autenticidade.
O VELHO FEITO NOVO III
Quando o professor de colégio Francisco Hostins – sem qualquer formação administrativa e de gestão – assumiu a prefeitura em 1989 sucedendo a Tarcísio Deschamps e Luiz Carlos Spengler, ambos do PDS e ex-partido de Hostins, a cidade estava literalmente quebrada no financeiro, sucateada nos equipamentos e abandonada na sua manutenção. Guardadas as proporções – a exceção do financeiro que é uma caixinha de surpresas, a qual poderá falir a cidade – e apesar da gestão questionada do PT, o quadro ainda é bem melhor do que se viu naqueles tempos. Eu fui testemunha. Há tantos outros com a mesma lembrança. E os jovens de hoje não possuem a mínima noção daqueles tempos.
O VELHO FEITO NOVO IV
E no caos, Francisco Hostins fez sucesso. E por que? Teve o apoio incondicional de duas lideranças relativamente jovens para a época e vencedores nas suas ideias como executivos bem sucedidos nacionalmente, repito, nacionalmente: Francisco Mastella e Vilmar de Oliveira Schürmann. O seu Chico teve à sua disposição uma equipe de profissionais, sem ligações políticas e partidárias, mas voltados para resultados. E porque, convenhamos, sair do nada para algo organizado, foi um imensurável avanço para a época. E tudo isto em dois anos. Nos últimos dois, Francisco mandou todos às favas e em parte com razão, devido a um erro de conduta de parte daquela equipe. De 1990 a 1992 com a prefeitura organizada, o seu Chico – depois de ouvir a dona Selma - preferiu se unir ao grupo do ex-prefeito e líder do PMDB, Osvaldo Schneider, o Paca. E dai em diante o samba foi outro. Ficou a fama e se foi para traz. E por isso, nem sucessor Hostins fez. Foi engolido pelos caciques. Nunca comandou. Sempre foi comandado. Luiz Fernando Poli, PFL, na última hora voltou para a prefeitura com a ajuda de quem elegeu e deu a fama que Hostins carrega até hoje de exemplar administrador.
O VELHO FEITO NOVO V
Se a coligação do PMDB e PP (e talvez PSD) em Gaspar realmente estava querendo ideias novas não seria com Francisco Hostins que ela deveria conversar. Se queria saber as ideias que moveram a recuperação de uma cidade em crise, também não seria com Hostins que ela deveria conversar sobre o que se fez naquele tempo para reverter o quadro daqueles tempos. Francisco Hostins realmente possui a fama – muito feita pelo grupo que o apoiou e deu suporte administrativo. Todavia, ela está esmaecida. Os tempos são outros. Os desafios também. Basta ouvi-lo sobre novas ideias, gestão e administração pública para se confirmar o que escrevo. Tudo antigo. Nada novo. E sem o novo, nada mudará.
O VELHO FEITO NOVO VI
E se verdadeiramente, os novos que fazem o papel para os velhos caciques e políticos daqui precisavam de alguma orientação séria, teriam que procurar outros endereços. E fora daqui. O que fazem indo tomar café na casa do ex-prefeito, por várias vezes, é na verdade pedir apoio político e usá-lo como peça de propaganda, na falta de um plano, um discurso e uma proposta real de governo. Usam Hostins com garoto propaganda deste vácuo dos dias de hoje, mas escondem quem o tornou famoso no passado. E falam em renovação, em mudança, contudo sem diagnósticos, sem propósitos e sem projetos. É apenas a busca do poder sem uma razão clara para quere-lo, sem o compromisso para devolver em resultados práticos à comunidade.
O VELHO FEITO NOVO VII
E para encerrar este assunto. Repito: não se questiona a figura histórica do ex-prefeito Francisco Hostins. E ela deve ser respeitada, preservada e contada para as novas gerações. Todavia, no seu contexto e com os personagens que verdadeiramente a embalaram. Entretanto, vale a pena perguntar o óbvio: o que o seu Chico interferiu de verdade no processo político e administrativo depois de ser prefeito em Gaspar se nem sucessor ou seguidores deixou? Viveu da fama e de uma época em que tudo era bem diferente e onde, o grande mérito dele, foi de nos dois primeiros anos de governo ter a humildade para aceitar uma equipe de técnicos e apoios empresariais decisivos. Num outro instante, foi o de romper com parte desses apoios por erros que deviam ter sido sanados, execrados e punidos pelos caminhos normais, e com ele liderando e mostrando a que veio. Evitou, vingou-se e errou para dar glória e à volta da velha política da época.
O VELHO FEITO NOVO VIII
E para refrescar algo que não é tão longe assim de todos nós: Francisco Hostins emprestou apoio ao PT de Pedro Celso Zuchi e outros. Oito anos de silêncio aprovador. Não foi líder para romper e dizer que errou. Insinua que está descontente com os rumos aceitando ser garoto propaganda de outro projeto. Tanto que seu filho Júnior, advogado, foi secretário de Saúde no primeiro deste novo ciclo de dois mandatos de Pedro Celso Zuchi. Os políticos – tantos os velhos como os que se dizem novos – gostam apagar parte da história e da memória da cidade. E fazem isso só para servir aos seus interesses imediatos e confiando que os eleitores e eleitoras não possuem memória. Em parte Francisco Hostins, PMDB, PP e quem sabe PSD, estão certos. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
O procurador regional eleitoral, André Stefani Bertuol, se pronunciou favorável à cassação do mandato da vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, por ela ter trocado o DEM pelo PSDB. Estranho se o procurador tivesse feito um pedido diferente. Observou ele que faltaram fundamentos para justificar à mudança de partido para vereadora se proteger no mandato. Agora o assunto está nas mãos do juiz da causa, Alcides Vettorazzi.
Andreia e seu advogado Amilton de Souza Filho aguardam o desfecho. Acreditam que haverá recursos de quem perder, seja qual for a decisão. “Quando não houver mais possibilidade de recorrer, vou exercer o meu mandato nas ruas com os eleitores. Já estarei em plena campanha e sem tempo para me dedicar à Câmara. O meu afastamento para a campanha já estava previsto, mesmo sem qualquer imposição judicial”, observa Andreia.
E por falar em PSDB, hoje o diretório daqui se reúne depois do lançamento do PSDB regional na semana passada da sua pré-candidatura em cabeça de chapa. Vão discutir como e com quem se dará as conversas para se escolher o vice.
Exemplo do atraso (e descaso) I. Só no dia 20, assessoria de comunicação da prefeitura que estava de férias fez um press release informando que no dia 10 de janeiro houve a cerimônia de posse dos novos Conselheiros Tutelares de Gaspar. Pior. Há quem a noticie como um fato novo. Os leitores e leitoras desta coluna já sabiam desde então.
Exemplo do atraso (e descaso) II. Um outro press release anuncia que a partir desta terça-feira, a Coordenadoria Municipal de Defesa do Consumidor (Procon) de Gaspar volta a realizar atendimentos à comunidade na sede da Superintendência do Belchior. O mesmo press release omite que os gasparenses ficaram 30 dias sem Procon durante as férias da prefeitura e do titular Roberto Procópio de Souza, PDT. São rápidos nos disfarces.
Cidade quebrada I. O ex-secretário de Administração e Finanças de Gaspar, Michael Maicon Zimmermann, indicado pelo deputado Federal Décio Neri de Lima, o que manda no PT daqui foi embora. No site da prefeitura, nem uma linha sobre este assunto. Nos outros veículos, um silêncio só. Os leitores e leitores daqui já sabiam disso desde final de Novembro do ano passado.
Cidade quebrada II. Para o seu lugar veio Carlos Alberto Peixer Vinci. Você conhece? Quem é? De onde vem? Qual o currículo? Ele foi investido pelo decreto nº 6.688, de 18 de janeiro de 2016, confirmando publicação na área de comentários de colaboradores da coluna na internet, a mais acessada. Estranho mesmo, é que o portal da prefeitura nada tenha relatado sobre esta contratação, indicada pelo PT de Blumenau.
Cidade quebrada III. Pior. Até ontem, a assessoria de comunicação ignorava este fato importante para a cidade e a administração petista. Nenhum press release. Transparência zero. Ou ele veio a contragosto? Acorda, Gaspar!
Ilhota em chamas I. No dia 18 de dezembro, o prefeito Daniel Cristian Bosi, PSD, que é advogado, entrou com um mandado de segurança. Era para obrigar a Câmara a se reunir e votar na marra a Lei de Diretrizes Orçamentárias (o Orçamento, para simplificar e entender) de 2016. Ele a enviou aos vereadores apenas no dia oito de dezembro. Ontem o Judiciário atendeu o mandado da Câmara para liberar os recursos que de propósito quer criar confusão jurídica e política.
Ilhota em chamas II. O que alegou Bosi no Judiciário para o seu pedido? De que sem a LDO não poderia ele pagar os funcionários, não seria possível o funcionamento da prefeitura (que está uma lástima) e nem poderia liberar o duodécimo que compõe o Orçamento da Câmara. Pressão. Jogo. Arrumou culpados, numa guerra particular que dura quase três anos entre o Executivo e o Legislativo, onde perdeu a maioria.
Ilhota em chamas III. Mais: no pedido que fez, Bosi quer que o juiz determine, contrariando o Regimento Interno e a Legislação especifica que dita o rito para apreciação desta matéria (a Lei Orçamentária Anual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias), que tudo seja feito numa única sessão. Leis? Para que leis? Para que prazos regimentais? Coisas mortas.
Ilhota em chamas IV. A Legislação que trata deste assunto em Ilhota diz que a LDO deve ser apresentada pelo prefeito de plantão à Câmara oito meses antes do término do exercício financeiro, ou seja, em abril de 2015. Bosi mandou bananas aos vereadores, à Lei e à cidade. A LOA deveria ser quatro meses antes do fim do exercício financeiro anterior, ou seja, agosto de 2015. Também bananas para todos. Ontem, a juíza reconheceu que o prefeito joga e mandou ele se aprumar às leis.
Ilhota em chamas V. E por que deste prazo? Para análise nas comissões, discussão no plenário, bem como a discussão pública prevista na Legislação. Este assunto já estava pegando fogo, tanto que a Câmara já tinha denunciado este atraso ao Tribunal de Contas. E por duas vezes. E Bosi sabia disso. Mais: no pedido de cassação da Câmara contra Bosi, este atraso na apresentação do Orçamento, que não é fato novo, foi invocado. Então tudo é provocativo. Um jogo de quem pode e manda mais. Todavia, nele, todos perdem, principalmente o cidadão, a cidadã e a cidade.
Ilhota em chamas VI. E qual o outro capitulo? O presidente da Câmara, Almir Aníbal de Souza, PMDB, entrou no juizado da Comarca com o seu mandado de segurança. O que ele quer? A liberação da parte que lhe cabe. Mas, como se o Orçamento não foi apreciado e aprovado? Simples. A Legislação também diz, segundo alegou na peça que fundamentou o pedido no juizado, que na falta de um Orçamento aprovado, para o duodécimo da Câmara, fica valendo o Orçamento de 2015. E a liberação dele é autorizativa.
Ilhota em chamas VII. Então o presidente da Câmara, por meio do procurador da Casa, Aurélio Marcos de Souza, pediu à juíza da causa, Graziela Shizuiho Alchini, que responde temporária e acumulativamente pela segunda Vara e que cuida dos feitos da Fazenda, que obrigue o prefeito Daniel Christian Bosi, a liberar R$104.166,75 (do ano passado), ao invés dos R$125.000,00 previstos no Orçamento de 2016 e que não se sabe, por enquanto, quando e como será analisado. A doutora Graziela deferiu ontem o mandado da Câmara. O prefeito Daniel Christian Bosi está agora obrigado a liberar emergencialmente o duodécimo para a Câmara de Ilhota naquilo que está consagrado no Orçamento de 2015. Bosi tem até amanhã para fazer isto. Mas, deve ir mais longe...
Estranho. Tem empreiteira de fora que ganha obras aqui, mas são as daqui que as fazem de verdade. Tem gente documentando tudo isso e o jogo do faz de conta nas licitações.
O PC do B diz que já conseguiu 150 filiados em Gaspar. Só falta agora ter candidato para testar se todos os filiados são capazes de votar no partido. O PC do B é aquele partido que na democracia representativa alimenta abertamente os black blocs nas manifestações da tarifa zero em São Paulo e Rio. É a dialética da porrada sob máscaras (como os jihadistas do Estados Islâmicos perseguindo o que dizem ser os infiéis) e contra o patrimônio público e privado (destruindo a história, a memória para que prevalece somente a sua).
Depois do prefeito Napoleão Bernardes, PSDB, de Blumenau, tomar uma decisão de alto risco e que pode mudar o conceito e mitigar os eternos problemas do transporte coletivo de lá, o prefeito daqui, Pedro Celso Zuchi, PT, resolveu entrar no embalo. Anunciou que até meados do ano lança edital para escolher a nova (ou renovar) empresa que vai fazer o transporte coletivo em Gaspar.
Só que aqui em Gaspar, a Justiça já tinha determinado isto e há muitos anos. A nova licitação é necessária porque a que Pedro Celso Zuchi fez em 2002 não cumpriu o edital e ele, teimosamente, fechou o olho este tempo todo (tem ai quatro anos de Adilson Luiz Schmitt, sem partido). Zuchi vai fazer agora, ao fim do contrato, e depois de muitos anos enfrentando a Justiça porque está no fim e é obrigado. Espera-se que o edital para a exploração da permissão pública não seja como a do lixo em que a administração petista, com dificuldades de fazer sucessor, insiste em dar 40 anos para o vencedor. E disso não abre mão. Acorda, Gaspar!
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