28/04/2015
PRIORIDADES I
Políticos são bichos estranhos. Eles dizem defender o povo, pedem votos ao povo, ganham salários do povo por supostamente representá-lo, mas no fundo só pensam neles próprios. O atual presidente da Câmara, o mais longevo de todos os vereadores, José Hilário Melato, PP, foi quem peitou o aumento do número de vereadores em Gaspar: de dez para os atuais 13. Lembram-se disso? Venceu. E então teve que gastar o dinheiro dos gasparenses para abrigar mais vereadores na Câmara. E fez.
PRIORIDADES II
Agora, ele diz que um ano de presidência é pouco para deixar a Câmara e a Tribuna Livre (Carlos Barbosa depois de ser levado de favor lá por braços da misericórdia, teve que falar do corredor da Câmara como registra a foto) acessíveis aos cadeirantes, cidadãos com problemas de acessibilidade. Dinheiro não faltou para isso. Tanto que Melato devolveu parte do duodécimo no fim do seu mandato para o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, fechar o caixa da prefeitura. Resumindo: faltou disposição e prioridade.
PRIORIDADES III
Quer outra estranheza dos políticos com o dinheiro dos nossos pesados impostos? Vivemos uma crise econômica, corrupção e roubalheira. Mas, eles triplicaram o dinheiro que tomam de nós para fazer política e que falta à Saúde Pública, Educação, Segurança, obras de infraestrutura... O PMDB foi quem armou a jogada. O PT queria muito. E houve santos do pau oco. Fizeram discursos para analfabetos, ignorantes e mal informados dizendo-se contra esta aberração. Romero Jucá, senador do PMDB do Amapá, desmascarou-os na Tribuna. Estes políticos, como os do PDT queriam, era quintuplicar esta verba que foi triplicada. Ou seja, dos mais de R$800 milhões, queriam tomar de nós R$1,6 bilhão.PRIORIDADES IV
É por esta e outras que se pode entender melhor o raspa que o hoje reintroduzido presidente da Câmara fez ao ex-presidente Marcelo de Souza Brick, PSD, numa das reuniões da mesa diretora no ano passado. Discutia-se o aumento do número de servidores. Melato queria um novo trem da alegria de comissionados. Pressionado pela lei e principalmente pelo Ministério Público, Brick se negava ao ato. Melato não se conteve: ?vereador, você foi eleito presidente dos vereadores e não do povo?. Isto pode explicar parte da volta de Melato à presidência quebrando um acordo feito para colocar Andreia Symone Zimmermann Nagel, DEM. Pode explicar como os políticos agem corporativamente, sejam eles de que partido forem, nos seus interesses e contra a sociedade. A milionária verba do fundo partidário diz quem são os nossos políticos.
PRIORIDADES V
E quem teve a coragem de trazer a falta de acessibilidade em Gaspar à discussão pública e desnudá-la? A professora (licenciada) e vereadora Andreia. E amanhã, dia 29, às duas horas da tarde na sede da APAE daqui haverá uma reunião para aprofundar esta discussão com os órgãos responsáveis. Para Andréia não se trata de política, de políticos ou de partidos, mas de um direito e de cidadania. ?Queremos que a lei de acessibilidade seja cumprida o quanto antes, e assim dar condições de segurança, conforto e autonomia para as pessoas em geral e, em particular, para aquelas com dificuldade na mobilidade?, explicou a vereadora no convite que distribuiu pela cidade.
TRAPICHE
Na coluna do dia 21, escrevi: Ilhota em chamas. O Ministério Público está investigando o possível descaso da secretaria de Assistência Social tocada pelo presidente do PSD de Gaspar, Fernando Neves, para com o Conselho Tutelar. Trata-se de uma retaliação porque o Conselho Tutelar teria denunciado um integrante do governo de Ilhota por pedofilia. O inquérito civil é o 06.2015.00002731-4 e a promotora é Mônica Lerch Lunardi.
Fernando escreveu-me na quinta-feira passada. ?No desempenho da minha função jamais houve qualquer descaso com o Conselho Tutelar. Quanto o caso de pedofilia supostamente denunciado pelo Conselho Tutelar envolvendo um funcionário público, informo que desconheço completamente. É um absurdo esta afirmação, pois colocaria sob suspeita o próprio Conselho, uma vez que este tipo de investigação normalmente corre em Segredo de Justiça. Considero confusa e em caráter de perseguição tendo em vista as inúmeras vezes que esta coluna e seu colunista atrelou a mim informações inverídicas?.
Vamos por partes. O Segredo de Justiça protege as partes e não o fato. As partes não foram reveladas. E qual a razão de ameaçar o Conselho Tutelar? O mesmo das denúncias de coações que pairam sobre a mesa da promotoria da Moralidade Pública? Outra: é só consignar no inquérito o que se rebate aqui. É lá que se faz a defesa e não aqui. Se não fizer e não for aceito, virará uma Ação na Justiça. Há tempo. E por fim e sobre ?inúmeros? outros assuntos. Nada foi desmentido até o presente momento, apenas justificado. Esta sim é a confusão.
Esta coluna e este jornal estão mesmo sem créditos. A prefeitura de Ilhota resolveu trocar as assinaturas do jornal pelo silêncio. O diretor e proprietário do jornal, Gilberto Schmitt, negou-se a este ato de rendição humilhante, feito de migalhas. Ao Fernando informo que, em compensação, o número de assinaturas e vendas avulsas se multiplicaram em Ilhota. Ou seja, o feitiço se voltou contra o feiticeiro. Muda-se o poder, mas os políticos continuam com as suas velhas práticas. Para eles, a imprensa não tem custos e deve ficar de joelhos, submissa e pedinte.
Aliás, em rede nacional, o Jornal Hoje, da Rede Globo, ensinou no sábado, que quem reconstruiu a cidade, e principalmente o Baú de Tatiana Reichert, foram os ilhotenses com a sua fibra e determinação. Se eles dependessem dos políticos locais, seja de quais partidos forem, todos ainda estariam desabrigados e na lama.
E para continuar no PSD e nas queixas. O ex-presidente da Câmara de Gaspar, Marcelo de Souza Brick me escreve: ?gostaria de entender esta sua tamanha vontade de me desconstruir?. Pediu e será tema para outra coluna.
Tribunal de Justiça negou recurso de Gaspar, em primeira análise, no caso dos animais de rua. Uma Ação Civil Pública ajuizada pela 3ª Promotoria de Justiça (Henrique da Rosa Ziesemer), obrigou a prefeitura a adotar políticas públicas em favor de animais de rua, assim como de auxiliar materialmente os abrigos informais mantidos por populares. O MP ganhou a liminar aqui. Foi contestado no Tribunal. Perdeu. Segundo a Desembargadora relatora: ?Conforme se verifica, o abrigamento de animais domésticos, abandonados ou soltos na via pública, é de competência dos Municípios, uma vez que se trata de medida necessária a preservação da saúde pública e do meio-ambiente?.
Edição 1682
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