03/02/2015
ENROLAÇÃO I
A culpa sempre é dos outros. A burocracia é dos outros. Para o jornal Cruzeiro do Vale, o que ainda faz perguntas, o de maior circulação, o mais lido, o mais antigo e de maior credibilidade, o prefeito de Gaspar, Pedro Celso Zuchi, PT, declarou que o projeto que a Bunge fez para os desabrigados da catástrofe ambiental de 2008, era muito além das verbas oferecidas pelo governo federal. Era um projeto de sustentabilidade ambiental e que acabou virando um assentamento precário, quando se aceitou a doação da Arábia Saudita, aquelas casinhas de plásticos. Economizou-se contra pobres.
ENROLAÇÃO II
Zuchi afirmou: ?demorou mais de seis meses para fazer essas correções. Sem essas alterações, necessárias para a liberação da Caixa, não posso licitar a obra. Estamos agora no finalzinho dessas correções?. Vamos lá. A catástrofe foi em novembro de 2008. Ele nem estava no governo. Era Adilson Luiz Schmitt, PPS. Mas, realmente foi Zuchi que no ano seguinte tomou a iniciativa de desapropriar aquela área da massa falida da Sulfabril. E fez para gerar problemas. E isso ele esconde. Então quem inventou problemas foi ele e sua equipe, que mal o orientou.
ENROLAÇÃO III
Quando desapropriou, o terreno valia R$ 1,5 milhão. Zuchi resolveu depositar em juízo apenas R$ 1 milhão. Os outros R$ 500 mil foram para pagar a terraplanagem dos condomínios populares ? hoje também com problemas de construções e esgoto ? no Gaspar Mirim. Voltando. O assunto sobre o preço se enrola na Justiça. E até os peritos indicados para a causa se enrolam para proteger a prefeitura do PT. E é por causa disso, que nada se libera de verbas no âmbito federal. E isso o PT daqui, de Blumenau que manda no daqui e em Zuchi, escondem. Então não é mera correção de projetos. E se é, seis anos é muito.
ENROLAÇÃO IV
Como são as coisas e quem paga o pato são as pessoas frágeis; as que dependem dos políticos enroladores. No dia sete de julho de 2010 foi feita a proposta à Caixa. No dia 24 (Natal) de dezembro foi assinado o convênio (?). E no dia seis de janeiro de 2011, Dia de Reis ele foi publicado no Diário Oficial da União. Estavam disponíveis R$ 1.976.600,00, com outros R$171.880,00 de contrapartida da prefeitura. Tudo foi anulado no dia 23 de dezembro de 2011. E por quê? Por falta de projeto? Não. Porque não se resolveu a propriedade da área. Só isso. E quem criou este impasse por teimosia e inabilidade? A prefeitura do PT de Gaspar. Mais ninguém. Então de que burocracias culpam?
ENROLAÇÃO V
O pensador e prefeito Zuchi na mesma entrevista afirmou: ?para mim, para a administração pública, uma obra começa quando você a pensa. A execução da obra em si é o de menos, entre aspas, é o de menos no sentido de trabalho, porque o mais difícil é vencer a burocracia até assinar a ordem de serviço?. Epa! Se pensamento resolvesse, ninguém trabalharia. Se pensamento valesse, o povo não votaria mais em determinados políticos. Se o pensamento de Zuchi valesse, tudo já estaria pronto. O mais difícil ele fez: assinar o convênio. Mas deixou escapar o dinheiro que já estava disponível para ele gastar. Faltou de verdade foi trabalho depois da burocracia. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Nota de Esclarecimento. ?Diante da noticia Ilhota em Chamas onde foi envolvido o nome da Cravil, queremos esclarecer que a Cooperativa realmente foi atendida pela Prefeitura de Ilhota de acordo com a Lei de Incentivos Fiscais para indústrias existentes no município. A Cravil adquiriu o óleo diesel para abastecer as máquinas e comprou o macadame para macadamizar, principalmente, a rua pública Catarina Assini de Souza e, por extensão, foi espalhado macadame em parte do pátio da Cravil. Portanto, lamentamos que o autor da notícia tenha envolvido a Cravil insinuando, de forma maldosa como se estivéssemos nos apropriando de serviços públicos e prejudicando a comunidade. Gostaríamos dizer ao autor da matéria que sempre é melhor buscar as informações corretas antes de fazer a publicação que nada ajuda para construir o bem geral?. Harry Dorow, Presidente.
Nota do ?autor da notícia?. Primeiro: o presidente Cravil, confirma na íntegra o que comentei aqui (não como notícia). Então eu não a envolvi em nada. Segundo: se houve leitura maldosa quem a fez foi Cravil, pois em nota oficial do seu presidente, ele confirma na íntegra o que escrevi. Ou seja: para funcionarem, as máquinas e caminhões da prefeitura de Ilhota dependem de combustíveis comprados por outros. Esta foi a única dificuldade relatada.
Mais. Concordo plenamente e sempre defendi que se use a tal Lei de Incentivos Fiscais. Bem usada sempre há retorno em tributos, empregos e gera um ciclo virtuoso do desenvolvimento. E este não era o viés da nota. Mas, já que a Cravil preferiu o debate para me desmoralizar, achando que o Jornal Cruzeiro do Vale é um jornal de cidade grotão, devo informar que a tal lei existe. É a 1.466/2008 e não está regulamentada. Ela dispõe sobre a concessão de incentivos econômicos e fiscais para empreendimentos industriais e prestadoras de serviços em Ilhota. Entretanto, ela autoriza tais concessões mediante o preenchimento de inúmeros requisitos. Já a lei 1.663/2011 autoriza a prestação de serviços a particulares pela prefeitura e regulamenta sua execução e é bem clara quanto a sua destinação. O público-alvo é o agricultor, o que realmente não é o caso.
E se tivesse regulamentado, ainda assim seria preciso projeto, convocação, parecer e aprovação, específicos, do Conselho de Desenvolvimento regularmente instalado, ates do ato do Executivo para o uso das máquinas e caminhões do patrimônio público para finalidade privada e como incentivo ou benefício fiscal. É uma premissa da administração pública para isonomia, impessoalidade, moralidade e publicidade nas coisas públicas. Agora, a Câmara de Ilhota, o Tribunal de Contas e o Ministério Público deveriam se interessar sobre este tema de políticos que expõem a Cravil, uma cooperativa idônea.
O vereador Luiz Carlos Spengler Filho, PP, pediu mais lixeiras. Ele está certo. Mas, vereador, o mato também está tomando conta das ruas do Centro. Isso também é lixo.
Manchete do deboche. Este é o título do press release da prefeitura: ?Município mantém pagamentos em dia para o Hospital de Gaspar?. Mas não foi a prefeitura que tomou o Hospital? Só faltava não repassar o que prometeu, está aprovado no Orçamento e na Câmara. Ai, ai, ai.
Edição 1658
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