27/05/2014
BAGUNÇA URBANA I
No dia 25 de abril, sob o título acima, noticiei aqui (com exclusividade porque fui atrás, pois a notícia espinhosa estava disponível para todos) que, liminarmente, o juiz da segunda Vara João Baptista Vieira Sell tinha proibido novas construções em 91 ruas de Gaspar (eu tinha noticiado na época mais de 100). Antes será preciso sanar as irregularidades como a da ?Rita Parma?, do Bateias e que está na foto. Há malandragens ou sucessão de erros intencionais via projetos de leis que passaram pela Câmara. Há gente insegura, sofrendo e perdendo dinheiro. O mesmo juiz também barrou a ampliação do cemitério do bairro Santa Terezinha sem as respectivas licenças ambientais. Nestes dois casos específicos ? pois há outro de um loteamento e que vai à mesma batida contra a prefeitura - o juiz atendeu as duas ações civis públicas do Ministério Público. Elas foram patrocinadas pelo promotor Henrique da Rosa Ziesemer. Era algo que já corria e se consolidava nas provas dos inquéritos preparatórios.
BAGUNÇA URBANA II
A prefeitura de Gaspar é a responsável pela ?bagunça urbana?. Falta fiscalização, ação e exigência no cumprimento do que determina a lei prevista no Plano Diretor para o parcelamento do solo aos que gravitam no poder. Ela ficou inconformada com as decisões do Juiz. Achou interferência demais no jeito de ser e governar. Ao invés de dialogar, ajustar e resolver os problemas para a comunidade e o que se arrasta há anos, optou por enfrentar o MP. E para isto, recorreu ao Tribunal de Justiça. Não adiantou. A prefeitura acaba de perder as duas para desespero dos políticos, aproveitadores e do pessoal do conchavo. Esse pessoal preferiu o tempo todo trabalhar para desqualificar o titular do registro de Imóveis, Renato Benucci, que apenas pede a lei e o Ministério Público, o que fiscaliza o cumprimento desta lei pelo serventuário do Registro.
BAGUNÇA URBANA III
O que disse o Tribunal no agravo da prefeitura? ?A análise acerca da regularização da estrutura urbanística é matéria de fundo do presente agravo e da própria demanda principal, sendo que a construção desenfreada nas áreas supostamente irregulares caracteriza um dano irreversível inclusive para a sociedade, razão pela qual tenho por prudente manter a decisão vergastada?. Mais claro contra o clandestino e irregular que tanto bati aqui, impossível. O pessoal da prefeitura e outros interessados já afundaram o caminho do Fórum na tentativa do jeitinho para limpar a sujeira do passado. Não conseguiram e não aprenderam. Hilário José Melato, PP, quando presidente da Câmara, e José Amarildo Rampelotti, PT, quando líder do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, fizeram o mesmo. As lições pouco serviram.
BAGUNÇA URBANA IV
Ao ler aqui em abril sobre a decisão do juiz João Baptista, o atual presidente da Câmara, Marcelo de Souza Brick, PSD, tomou o mesmo rumo para resolver a ?situação do povo?. Devia se dar por impedido. Ele possui um aparentado na mesma situação e não se trata exatamente do ?povo?. E sobre o cemitério? A prefeitura pediu o efeito suspensivo da liminar do juiz daqui. O Tribunal negou. Assim, o agravo será apreciado agora no mérito. Enquanto isto, tudo proibido se não forem regularizadas as licenças ambientais do cemitério. Acorda, Gaspar!
ILHOTA EM CHAMAS
Quem não consegue cuidar de uma simples balsa e permitiu que ela afundasse isolando os moradores da Margem Esquerda (Baús) não pode cuidar de um município. É isto que acaba de provar o Tribunal de Contas em pelo menos duas oportunidades. Numa multou o prefeito Daniel Christian Bossi, PSD, em R$800 por atrasar 198 dias as informações do 1º bimestre se 2013 pelo sistema e.Sfinge; n?outra em R$600 por atraso de 92 dias das informações do 3º trimestre de 2013. Tem mais. E é isto que o vereador Luiz Fischer, PMDB, quer saber os detalhes. De quem era a obrigação para se enviar estas informações? Do secretário de Administração de lá, Fernando Neves, presidente do PSD de Gaspar. Ele, ao invés de fazer o certo, pragueja contra o jornal Cruzeiro do Vale e esta coluna por existirem.
SOBRE O TRAPICHE
Beira a doença grave e que nem Freud, penso, é capaz de explicar. A prefeitura de Gaspar não desistiu de sufocar e desqualificar o Hospital, seus profissionais e conselheiros para tomá-lo de assalto. Depois de tantos reveses e contra a cidade, prepara mais outra armadilha. Quer mudar o modelo de gestão Básica para Plena do SUS. Pensa que assim poderá assumir o comando do Hospital que não é público, mas privado, com o controle total das verbas públicas para a Saúde vindas para Gaspar.
Na gestão Básica, os recursos do SUS vêm do Ministério via governo do Estado. E aí o pessoal da Saúde de Gaspar ?acha? que podem estar acontecendo ?desvios?. Talvez tenham razão, pois disso deve entender para ter tal preocupação. Na gestão Plena, os recursos vêm diretos para o município, que os repassa aos hospitais e prestadores de serviços. O que está em jogo? Gaspar quer o domínio total dos recursos para sufocar de vez o Hospital e que não conseguiu totalmente até este momento. Nada mais.
A cidade debate os recursos da Ponte do Vale que não chegam, a trapaça do governo do Estado em retirar o Anel de Contorno e dá-lo a Blumenau, a ligação Garcia-Gaspar Alto, os loteamentos clandestinos e irregulares, a falta de alças de acesso do povo da Margem Esquerda à Ponte do Vale, a falta de regularização, urbanização e saneamento das casinhas de plástico, o sufoco do Hospital de Gaspar armado na própria Câmara, a paralisação das obras da rua Amazonas no bairro do vereador, mas Giovano Borges, PSD, está preferindo neste momento discutir um nome fantasia para a cidade de Gaspar. Algo para atrair turistas. Parece que o turista neste caso é o vereador.
E falando nisso e se o foco do título fantasia de Gaspar é mesmo o turismo. Na reunião na Câmara em que se debateu este assunto, estranho foram as ausências da secretária de Turismo, Indústria e Comércio, Patrícia Scheitt, e do presidente do Comtur, Rodrigo Fontes Schramm. Hum!
O vereador Ciro André Quintino, PMDB, declarou-se há muito como cabo eleitoral do deputado Aldo Schneider, PMDB, líder do governador Raimundo Colombo, PSD. Na reunião de prestação de contas da semana passada feita aqui na Associação dos Servidores, Ciro levou apenas o seu assessor Roni Muller entre os quase cem que apareceram lá. Escolado neste assunto, o deputado arregalou os olhos com a capacidade de ?mobilização? do vereador.
Uma sucessão de recursos na Justiça dos antigos donos tenta impedir o leilão da massa falida da Sulfabril. Ele está marcado para hoje às 15 horas no Fórum de Blumenau. Os bens estão avaliados em R$ 160 milhões, dinheiro que será usado para quitar parte das dívidas. Só as trabalhistas somam R$ 34 milhões. A falência foi decretada em 1999.
O senador Paulo Bauer, PSDB, passou por Blumenau na semana passada e esteve na reunião do DEM regional. Vestido de candidato ao governo do Estado, fez um discurso contra as tais Secretarias de Desenvolvimentos Regionais, as sugadoras de dinheiro que faltam aos catarinenses e cabide de empregos para políticos sem votos. Foi aplaudido. Raimundo Colombo, PSD, antes de se unir com o ex-governador e senador Luiz Henrique da Silveira, criador das tais SDR, tinha o mesmo discurso. Então...
O PPS de Vitório Marquetti se reuniu com meia dúzia e decidiu na quinta-feira: não vai indicar ninguém para a vaga de Andréia Symone Zimmermann Nagel, DEM, na Câmara. Ou são três meses por ano, ou nada. Ficou sem nada. Uma pena. Mais uma vez venceu a teimosia.
edição 1591
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