06/05/2014
A BAGUNÇA URBANA I
Repito o tema de outra coluna? Não. Apenas o título e dou um exemplo. Os políticos, em sua maioria, quando em cargos de gestão, são desastrosos para com a sociedade e às finanças. Não há limites para a irresponsabilidade e consequências no médio e longo prazo. Não é à toa que eles são contra a Lei de Responsabilidade Fiscal. Em Gaspar, o atual governo do PT vai ter que arrumar mais de R$400 mil (para o autor, perito, advogados e correção monetária). É para indenizar a família de José e Bertolina Fachini num caso que começou em 1980, quando Luiz Fernando Poli era prefeito. É isto que nos revela o projeto de lei 36/2014 que dará entrada hoje na Câmara. Ele é para autorizar o município a celebrar acordo com os autores da Ação Ordinária nº 025.97.001896-1(os Fachinis), em trâmite na Segunda Vara de Gaspar.
A BAGUNÇA URBANA II
Nem Poli é culpado, nem o atual prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, que propõe o acordo aos seus simpatizantes. O viés é outro e que concluo abaixo. Quando quis abrir prolongamento da Avenida das Comunidades e que no trecho dos Fachinis se chama Duque de Caxias, para assim tirar o trânsito da Aristiliano Ramos, estreita e congestionada, Poli encontrou uma disputa de terras entre as famílias Krauss e Fachini. Poli ignorou a disputa e, pela mobilidade, foi adiante. Queria aproveitar a ajuda do governo do estado para a obra. Em 1995, e já no PFL e com Wilson Pedro Kleinubing governador, Poli voltou à prefeitura e inaugurou o trecho com o asfalto. Mas a pendenga do terreno continuava na Justiça entre os que se diziam donos dele. Só em 1998 é que os Fachinis puderam ir à Justiça contra a prefeitura reivindicar a indenização daquilo que era seu.
A BAGUNÇA URBANA III
O que mostra mais este caso aqui em Gaspar? Aquilo que os políticos hoje no poder ? com a velha manha, desorganização e favorecimento aos amigos e simpatizantes ? resistem a reconhecer: o ordenamento da ocupação do solo urbano de Gaspar e que o Ministério Público foi à Justiça para ajustar. Se este registro estivesse bem feito como determina a legislação e quer o Ministério Público, José Fachini já teria recebido o que era seu (no acordo, ou na Justiça). Este caso mostra ainda a falta de coerência, diálogo e ação para com o futuro da cidade. Os casos das desapropriações de áreas como o terreno das casinhas de plástico e o da Arena Multiuso, bem como a falta de diálogo, e negociação com os legítimos proprietários, mostra-nos que a conta virá para outros prefeitos, daqui a muitos anos e numa hora em que vai comprometer seriamente o orçamento municipal para a Saúde, Educação, Assistência Social, Obras...
ATRAÇÃO DE ILHOTA
A balsa e o rebocador a pique no rio Itajaí-Açú. Gestão temerária. A oposição está agradecida. A população estarrecida com quem prometeu ser a boia de salvação. Não deu. Afundou.
SOBRE O TRAPICHE
A prefeitura de Gaspar vai comprar seis containers marítimos. Pra quê? Para colocar o arquivo morto. Além do improviso, espera-se que não jogue ele (o morto) ao mar (vivo).
Enrolado. Vai atrasar mais uma vez a entrega da reforma e ampliação da Unidade Básica de Saúde do Barracão. A prefeitura acaba de assinar o quarto aditivo. Ele foi espichado para 21 de setembro. Quem está fazendo a obra? A Ilhominas.
Uai! O PT desistiu de comprar o prédio que foi sede nacional da Ceval, Seara e Bunge Alimentos ali no Poço Grande para ser o palácio municipal aos seus? Vai passar novo recibo para esta coluna? Sempre escrevi que todos estavam fazendo encenação e propaganda para desinformados e fanáticos. Mais: o PT de José Amarildo Rampelotti e de Antônio Carlos Dalsochio, cunhado do prefeito Pedro Celso Zuchi, estava tentando apenas humilhar os vereadores. Eles no papel de fiscais queriam apenas saber as condições técnicas e financeiras do negócio para não inviabilizar outras gestões e suas prioridades como creches, escolas, postos de saúde, médicos e obras. Aliás, a Bunge só não fez o negócio até agora porque não recebeu as garantias que pediu da prefeitura.
Você sabia que o vereador Antônio Carlos Dalsochio, PT, é membro da Frente Nacional dos Vereadores pela Reforma Urbana e do Conselho das Cidades no Ministério das Cidades (Frenavru)? Mais surpreendente foi o tema técnico abordado. O vereador corre o risco de não sustentar mínima e tecnicamente o debate que o seu ghost writer propôs no artigo. Também não é possível entender como Dalsochio com todo este conhecimento em mobilidade urbana não consegue defender o Anel de Contorno de Gaspar, as alças de acesso do povo da Margem Esquerda à ponte do Vale e apoiar a regularidade do parcelamento do solo em Gaspar. Ele tem dito que o Ministério Público exagera e devia passar a régua neste assunto. Uma ladainha da esperteza repetida para se recomeçar errado outra vez.
Outra. Dalsochio, como todo petista e gente que está no poder, seja de partido for, vive se queixando da independência do jornal Cruzeiro do Vale. Mas, onde o vereador publicou o seu artigo para repercutir (porque é o mais lido) e possui credibilidade? No jornal Cruzeiro do Vale. Então ele sabe quanto valemos. Mais uma da alma lavada e com recibo de que não somos perseguidores, mas registradores das incoerências dos políticos. Este é o nosso real valor: somos plurais e dialéticos, atitudes execradas pelo poder de plantão.
O vereador Jaime Kirchner, PMDB, mandou bem. Assinou (mas já votou contra o que assinou) o requerimento 68 pedindo informações sobre o projeto de lei que quer diminuir o ISS cobrado da Viação do Vale usando como desculpa o impacto no preço da passagem. Este assunto, já mostrei aqui, é inconstitucional e o próprio PT já usou este argumento para reverter o benefício concedido à Procwork. ?Essa redução é só para ônibus ou atinge também a outros transportes de pessoas como vans e táxis??, questiona Kirschner
Estratégico. Próprio de gente que gosta de barulho, mas trabalhar... Às vésperas da convenção do PMDB feita para se alinhar com o PSD, o PT catarinense mostrou que é mais uma da franquia de sacanagens. Foi à TV mostrar o caos daqui. Cláudio Vignatti tratou da fragilidade da segurança, aquela das queimadas de carros e ônibus promovidas pelo PGC. Culpou Raimundo Colombo. Vignatti está certo. Na época eu também fui duro. Depois do aparente controle e sem argumentos, Vignatti repete a demagogia e a mentira próprias do partido em que ele parece ser o novo, mas na jogada manjada. Não vou longe, mas quem é mesmo governo na Bahia, onde os policiais estavam em greve com dezenas de mortos por falta de segurança? Jacques Wagner, PT.
O mesmo Vignatti então ?ouviu? o ?povo? de Santa Catarina sobre este presumível desgoverno. E resumiu em duas opiniões falsas, companheiras, de Gaspar, terra do PT: Ana Maba, ex-assessora da Juventude (petista) e ex-assessora legislativa do vereador Antônio Carlos Dalsochio, cunhado do prefeito Pedro Celso Zuchi; e Euclides Rampelotti, irmão do presidente do PT daqui e líder de Pedro Celso Zuchi na Câmara, José Amarildo Rampelotti. Nenhum disfarce. Sobre a falta de verbas para a ponte do Vale, para o Hospital, o saneamento nas casinhas de plástico... um silêncio só.
?Ingratos os petistas. Nem o governador [Raimundo Colombo, PSD] declarando apoio à reeleição de Dilma, eles perdoam... quer dizer que atacam quem lhes servirá para angariar votos...?, Mário Pera, PSDB. (Em tempo: o PSDB não deverá apoiar Raimundo).
Edição 1585
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