14/03/2014
1.200, 800 ou 300? I
Dez anos de um mesmo secretário fez da Educação de Gaspar um caos. Os números do Ideb mostram a regressão. São do Ministério da Educação e não meus. Difíceis de serem desmentidos. Não vou escrever sobre escolas, da falta de turno integral, contraturno e inclusão via ações educacionais ou pedagógicas nas áreas mais carentes do município, mas das creches. Ou da falta de vagas nelas para os filhos das trabalhadoras, gente que o PT adora ter na sua carteira de votos manipulados e de cabresto. O assunto não é novo. É antigo, na enrolação que se faz com ele adiando soluções humanitárias. Pior mesmo é como a atual administração trata-o. O líder do governo de Pedro Celso Zuchi na Câmara, Amarildo José Rampelotti classificou como insana a preocupação do Ministério Público e a determinação da Justiça para a solução deste problema. Uau! Dar creches aos que precisam e trabalhadores agora virou algo insano para o PT? Quem diria, heim!
1.200, 800 ou 300? II
Quem foi atrás deste problema? O Ministério Público da Primeira Vara, o que cuida da Criança e Adolescência. Quem obrigou o município em 2009 ? repito, em 2009 - a arrumar creches para os filhos das trabalhadoras gasparenses? A juíza Ana Paulo Amaro da Silveira ? a que foi perseguida, a que sofreu assassinato de reputação pelo pessoal da prefeitura e do PT depois que ela saiu daqui. A prefeitura contestou a sentença no Tribunal, naturalmente para não cumpri-la. O Tribunal a referendou. E só agora, o juiz da Comarca, Raphael de Oliveira e Silva Borges, novo por aqui, num despacho de 10 de fevereiro, resolveu terminar com esta lengalenga irresponsável ? igualzinha ao que se faz com o Hospital ? da administração petista. Foi simples: deu um prazo de 90 para a inclusão de todas as crianças da fila de espera em CDIs e creches públicas, ou em particulares. O PT tomou duas atitudes: tentou desqualificar o juiz e pediu mais prazo (como sempre).
1.200, 800 ou 300? III
Agora que a água chegou ao gogó, no jogo irresponsável do empurra, o secretário Neivaldo Silva foi se explicar com o MP. Fez uma lista de creches que se inauguram e se ampliam e que nem de longe podem cobrir o déficit de 800 vagas. Mais. Semeou a dúvida a este número. Mal orientado na esperteza, jogou contra ele próprio. Disse que o número de 800 é de 2009; agora seria bem menor. É que muitas pessoas já foram embora da cidade ou da localidade onde se inscreveram; outras de tanto esperar, os filhos já cresceram e nem mais precisam de creche; e há as que se inscreveram em dois ou três endereços distorcendo a necessidade. Para Neivaldo, sem provas, seriam umas 300 crianças sem vagas nas creches daqui. Mas, são 30 que ele próprio não tem solução para este ano e amansa o MP para fugir da obrigação.
1.200, 800 ou 300? IV
Como assim? A Secretaria não tem este número exato? Ou o possui, mas esconde exatamente para economizar com o essencial e para as trabalhadoras? Ou pior, manipula? Blá, blá, blá. Enrolação. Cadê a lista única? Por que não faz isto e resolve a dúvida na hora? Por que não a torna pública e na internet, sem apadrinhamentos políticos e até troca de votos, como já se faz Blumenau? Se em 2009 eram 800 fora das creches, qual a razão de diminuir em 2014? A cidade cresceu e os problemas nesta área também. O que diminuiu foi a ação educacional e social da administração de Pedro Celso Zuchi, que prefere a judicialização em quase todos os casos.
1.200, 800 ou 300? V
O Conselho Tutelar de Gaspar possui outro número. E é por exigir políticas afirmativas do governo municipal que o Conselho vive sendo boicotado pela administração petista, que sempre quer esconder a nossa dura realidade no âmbito da infância e adolescência. É clara a teimosia, bem como a ineficácia da sua política na aparelhada secretaria de assistência social e na enrolada Secretaria da Educação. Juçara Spengler, do Conselho, fala em 1.200 crianças fora das creches. Talvez ela esteja mais próxima da realidade e que retrata a vergonhosa situação daqui e que se agrava a cada dia, principalmente quando o Ministério Público faz concessões, dá prazos e acredita em números e listas feitas na prefeitura, mas que não são transparentes ao distinto público. Acorda, Gaspar!
CADÊ O CAVALO?Parece coisa de burro. Mas, é maquinação dos políticos. O que se levou para o Bela Vista Country Club na segunda-feira para exibir aos nossos agricultores? A plataforma para o transporte de máquinas agrícolas aos rizicultores. A prefeitura a comprou, com um monte de padrinhos. ?Desde 2011?, escreveu o vereador Hilário José Melato, PP, com a foto que publicou no Facebook, ?e o apoio dos deputados Zé Milton e Pizzolatti, ambos progressistas, em contato com o Secretário da Agricultura, João Rodrigues, para viabilizar o convênio entre Governo do Estado e Prefeitura ...?. Agora, sentem-se. A tal plataforma vai enferrujar no pátio da prefeitura, como aquela balança para pesar lixo. Não há cavalo mecânico ? e precisará ser especifica para tal - na prefeitura para movimentá-la. Mais uma da falta de planejamento, do discurso e da propaganda. ?Estamos diante da plataforma?, completou Melato. E o cavalo? Perguntam os nossos sábios agricultores.
Sobre o Trapiche
Há dias, o ex-procurador do município, Aurélio Marcos de Souza, fez nesta coluna da internet, a mais acessada, um comentário que incomodou muito a atual administração de Gaspar. ?Deveria o nosso administrador encaminhar à Câmara, projeto de lei para impossibilitar a nomeação ou contratação de pessoas que se encontram em débito para com o município de Gaspar. Não é justo que pessoas devedoras para com o município possam receber seus salários, se sequer pagam o devem para com seu empregador. A prefeitura quando do pagamento daquela dívida aos servidores da Secretaria de Obras, procedeu ao desconto dos débitos que os mesmos tinham pendente. Agora não é justo que nomeados passem longos anos recebendo do município e não adimplam com seus débitos?, finalizou Aurélio.
Gaspar não tem verba para o Hospital, não tem creches suficientes, faltam médicos nos postos de saúde, faltam escolas e aulas em turno integral e contra turno, mas Gaspar vai gastar R$130 mil para patrocinar rodeios neste final de semana na Arena Multiuso. Pão e circo ao povo. Churrasco aos amigos. Escaldada pelo Ministério Público, a prefeitura desistiu de cobrar ingressos e fazer lucro. Hum!
A Câmara homenageou os prefeitos vivos como parte dos 80 anos de emancipação de Gaspar. Acertada. Justa. E quem o presidente da Câmara, Marcelo de Souza Brick, PSD, o novo da política, inventou como ex-prefeito de Gaspar? Andreone Cordeiro dos Santos, PTB. Ele é ex-vice-prefeito. Se Andreone tivesse sido prefeito, teria sido diplomado. Não foi. Estaria na galeria de ex-prefeitos que está no site oficial da prefeitura. Não está.
Querem mais? Todas, e até a última lei que Andreone assinou e publicou, ele próprio se definiu, e corretamente, como prefeito em exercício. Foi assim até entregar o cargo oficialmente a Pedro Celso Zuchi, PT, em primeiro de janeiro de 2001, no impedimento de Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, PMDB. Muitos fizeram isto, inclusive Luiz Carlos Spengler (Cuca), PP. Ele foi ?prefeito em exercício? na longa doença de Tarcísio Deschamps. Os prefeitos em exercício, agora, não tiveram o mesmo tratamento da presidência da Câmara dado a Andreone. Andreone, quando muito poderia ter representado o seu avô, já morto, o prefeito João dos Santos. E na foto oficial, ninguém representou na solenidade os mortos, ou os vivos ausentes, Dorval Pamplona (adoentado) e Adilson Luiz Schmitt (que alegou estar trabalhando em Florianópolis). Acorda, Gaspar!
Hoje é dia de Baile do Hawaii, na Associação da Bunge. A cidade se encontra lá.
Edição 1570
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