04/02/2014
SUMIRAM I
O tema da coluna era outro e cabeludo. Como ninguém vai atrás dele, ou se sabe não possui provas, coragem e isenção para expô-lo, ficará para outra oportunidade. Então voltamos ao Hospital de Gaspar. Ele fechou hoje o Pronto Atendimento (PA). E a prefeitura teve que correr e fazer o que Hospital fazia no lugar da prefeitura para a população, mas não recebia por isto. A sexta-feira passada foi quente, na temperatura e nos bastidores. Todos na prefeitura ?sumiram?. Parece coisa da fictícia Sucupira, a cidade esbórnia do imaginário de Dias Gomes, em O Bem Amado. Odorico Paraguaçu está feliz com os seus ?sucessores?.
SUMIRAM II
O Hospital anunciou na sexta-feira o fechamento do PA nas 24 horas, sete dias por semana, ? com equipes completas, caras e especializadas para o atendimento das urgências e emergências do SUS. Tudo porque não conseguia renovar o ?convênio? com a prefeitura. Há problemas com a prestação de contas de 2013 e o Hospital possui culpa neste assunto nebuloso. Todavia, tudo poderia ser resolvido no âmbito legal se assim as duas partes se dispusessem a isto pela cidade. É tema recorrente. Sempre pontuou este espaço para desespero da administração municipal. Informado da decisão pelo Hospital, o Ministério Público, no papel dele, seja com a promotora da Cidadania, Renata Souza Lima, ou com a da Moralidade Pública, Chimelly Louise de Resenes Marcon, foi atrás para saber qual era a solução que o Município daria ao problema.
SUMIRAM III
O MP defende a cidade e os cidadãos, principalmente os mais fracos, doentes e manipulados pelo descaso do poder de plantão. E o que aconteceu? O oficial do MP procurou o prefeito Pedro Celso Zuchi, o procurador José Carlos Schramm; a vice-prefeita Mariluci Deschamps Rosa; a secretária de Saúde Márcia Adriana Cansian e outros para intimá-los. Todos viajando. É verdade: viajando e ninguém sabia para onde. Talvez, por isso, que a conta das diárias é altíssima, como revelei aqui para desconforto de alguns de algo público, mas que se quer ver escondido do povo.
SUMIRAM IV
Cá para nós. Viajando, ou escondidos e vergonhosamente dando um baile nas promotoras, com fé pública, as quais registraram tudo? A prefeitura estava às traças? Sexta-feira de verão? Pode até ser. Então é preciso tanta gente lá, gastando o dinheiro dos nossos pesados impostos, se na hora da responsabilidade somem? O MP foi então ao presidente da Câmara, Marcelo de Souza Brick, PSD. Este não estava neste tipo de viagem. Mas, se negou a receber a intimação. E fez certo. Ele não foi oficialmente informado das ausências e nem estava na posse do poder Executivo para tomar uma ação concreta na solução do impasse. Todavia, pouco fez além de se escusar.
SUMIRAM V
Agora, pasmem. Enquanto os gestores de Gaspar viajavam, quem apareceu na sexta-feira quente no Ministério Público dando explicações e intermediando (?) alguma solução para os viajantes sem paradeiro? A filha do prefeito, Gisele Zuchi Buchen. O que ela foi fazer lá? Com a maior cara de pau dizer que o pai prefeito queria dar uma solução ao impasse do Hospital, mas não conseguia, a não ser que o Ministério Público assumisse as responsabilidades no lugar da prefeitura. Como assim? Quem foi eleito para gerir a cidade? O prefeito ou as promotoras? Gisele, que é casada com o médico Fernando César Buchen, ex-diretor clínico do Hospital, até se envolver em casos de polícia já julgados. Perguntar não ofende: ela virou porta-voz da prefeitura na encenação contra o MP? Sabia-se que sua mãe Liliane dá plantão no gabinete...
SUMIRAM VI
Ora se o pai de Gisele, o Pedro, realmente quisesse intermediar e como um estadista liderar uma solução para a cidade, por que não foi ele próprio ao Fórum? Por que a sua filha e não um secretário? Por que esteve escondido enquanto os pobres, doentes, desassistidos, ignorantes, desinformados, fracos e manipulados ficavam reféns da insegurança, da incúria de políticos e jogos dos gestores públicos? E por que esconder do MP que se fazia um decreto de calamidade, contratava uma equipe e assim assumiria o serviço que o Hospital fazia com prejuízos para a prefeitura? Ao mesmo tempo em que dá uma de valente contra o Hospital doente e o quer mais fraco e humilhado, no fundo Zuchi trabalhava contra ele próprio. Agora vai fazer o que prometeu na campanha e não cumpriu: botar a mão no bolso e sustentar do seu Orçamento o CAR 24 horas, sete dias por semanas ou algo assemelhado, custo debilitou ainda mais a precária sustentabilidade econômica do Hospital por anos seguidos.
SUMIRAM VII
O que todos da prefeitura estavam fazendo na sexta-feira? Debochando da cidade e do MP. E com coisa séria.A encenação partidária e familiar foi revelada em detalhes ontem no Diário Oficial dos Municípios ? aquele que se esconde na internet. Para não informar ao MP das providências em curso para superar o problema, esconderam-se como se viajando estivessem. O decreto 5.764, de 31 de janeiro, declarou ?estado de calamidade e perigo público iminente, no atendimento na rede hospitalar de Gaspar?. Decreto se faz em minutos. Publicação em horas. Mas, ninguém é doido de publicá-lo e assumir os riscos, se nada foi pensada e estruturada. E hoje uma equipe médica, especializada e multidisciplinar deve substituir o PA do Hospital. Então, tudo foi feito com boa antecedência. Debocharam do MP, outra vez.
SOBRE O TRAPICHE
Sempre escrevi aqui. O Hospital de Gaspar erra quando aceita esmolas da prefeitura (seja que partido e governo for) e se ajoelha via convênio de uso político. O Hospital presta um serviço profissional, especializado e único que deveria ser feito ao povo pela prefeitura e ela não faz isso por incompetência, incapacidade ou opção estratégica. O que deveria haver era uma contratação de serviços e pagamento desta contraprestação. Ponto final.
E por que não se faz assim? Primeiro porque sairia mais caro para a prefeitura, pois ela manda, malandramente, uma parte da sua conta para o prejuízo do Hospital. Segundo porque ela não tem o compromisso de pagar a diferença. E terceiro: para o Hospital sem fôlego, prejuízo é melhor do que nada. O advogado Aurélio Marcos de Souza aponta as leis que amparam o erro e o acerto. Mais, ele me mostra como isto pode solucionar este impasse na atual situação. Interessante que os dois lados sabem e se negam a buscar esta solução. Falta um projeto de lei. Faltará sempre se não houver a iniciativa de um político (o que parece difícil), ou a iniciativa popular. Que tal o próprio Aurélio Marcos começar esta caminhada? Acorda, Gaspar!
Mais uma Ação Civil Pública por improbidade administrativa contra o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT. Desta vez na primeira Vara. O que aconteceu? Ele pegou a verba do Fundo da Infância e Adolescência - FIA-, gerida pela secretaria de Desenvolvimento Social e comprou um software de gerenciamento financeiro para a prefeitura. É um rolo atrás do outro. Uso ilegal de recursos públicos carimbados. E ainda quer dar uma de puro em relação a uma solução, legal, negociada e possível para o caso do Hospital.
Imparcial. Ao mesmo tempo em que questiona a prefeitura e o prefeito por uma solução, a promotora da moralidade pública, Chimelly Louise de Resenes Marcon, acaba de abrir um inquérito para verificar a regularidade na aplicação dos recursos percebidos, a título de subvenção social pelo Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no ano de 2013.
Estou mais uma vez de alma lavada. Eu e o vereador Luiz Carlos Spengler Filho, o Lú, PP. O que está na pauta da sessão de hoje da Câmara? Projeto de lei 01/2014 assinado pelo prefeito Pedro Celso Zuchi, PT. Ele revoga a lei municipal 3.368, de 31 de outubro de 2011, que autoriza a concessão de uso de área pública municipal. Esta lei é a da ?nova? feira livre. Feita errada, contra a lei e que o PT, vereadores de vários partidos, feirantes e comerciantes enganados pelo PT, o secretário da Agricultura, Alfonso Bernardo Hostert, PRB, e até jornalista que trabalha particularmente para vereador na Câmara, tentaram dar como legal e me ridicularizar e difamar o Lu, que denunciou tal barbaridade. Se for legal, por que estão revogando? Aprendizes, babaovos, mentirosos, sacanas.
Pensando bem, diante do farto noticiário da semana. O PT é hoje uma franquia nacional de sacanagens as quais corretamente aponta nos outros, mas quer imunidade para si e os seus.
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