17/12/2013
ELEIÇÃO INCERTA? I
A eleição hoje da mesa diretora da Câmara de Vereadores de Gaspar não deveria conter nenhuma surpresa. Ela já foi decidida, acertada e divulgada no início do ano aos quatro cantos da cidade para os quatro anos da atual legislatura. Se há vergonha na cara, cada um dos envolvidos ? vereadores e os representantes do jogo de bastidores - deveria honrar a palavra, as calças e o baton empenhados no acordo. Mas como são políticos... Há quem trame, disfarce e aposte de que haverá fato fora do trato que levaria o novo que ficou velho, o vereador e vice-presidente Marcelo de Souza Brick, PSD, à presidência da Casa em 2014.
ELEIÇÃO INCERTA? II
O atual presidente, José Hilário Melato, PP, mas alinhado incondicional do PT, trabalha para que ele não apareça como o que traiu o acordo. Quem diz representar o PMDB tenta ainda construir uma chapa de oposição ou, ao menos, tentar confundir os comprometidos no acordo. Já o PT quer quatro fatos: quebrar e humilhar o PMDB naquilo que ele diz se uma bancada partidária de oposição; enquadrar ou deixar exposto Brick para ficar definitivamente sem discurso contra o PT; quer que quatro votos seus valham no mínimo sete na próxima legislatura; quer isolar Ivete Mafra Hammes, PMDB (uma rixa antiga), Marli Iracema Sontag (por causa do Celso Oliveira) e Andreia Symone Zimmermann Nagel, DEM, por ser uma combativa e coerente nova liderança. Escrever mais é se arriscar neste assunto onde não deveria haver surpresas. Acorda, Gaspar!
JULGAMENTO I
Está marcado para hoje à tarde no Tribunal Regional Eleitoral mais um julgamento do recurso de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT. Há chances sim de serem cassados. É o mais temido. Por isso, o PT adiou de todas as formas para não vê-lo julgado no início do ano. E as chances dele dar em alguma coisa? Estranhamente são menores do que os outros que já foram julgados e já estão no Tribunal Superior Eleitoral. E por quê? O PMDB (que tinha interesse), PPS e DEM (autores) já não estão nem mais aí com o resultado da Ação. Se ganhar, o PMDB ? dividido - não sabe bem o que vai fazer e nem se preparou para tal situação.
JULGAMENTO II
Outra, numa corte onde um juiz ? está gravado ? afirma que por muito menos, já se cassou prefeito em Santa Catarina, mas o seu voto contrariou o próprio discurso e a tese; numa corte onde o caso mais cabeludo, mais fundamentado em provas se protela por meses para julgá-lo; numa corte que tenta evitar processual e monocraticamente que o assunto julgado em Santa Catarina suba para discuti-lo no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral, pouca expectativa se deve ter. No que subiu, apesar disso, os envolvidos daqui sabem que podem estar com a chapa quente. E não perderam tempo. O PT nacional colocou advogados de peso para trabalhar o assunto que é relatado pelo ministro Henrique Neves da Silva. Entre eles está Sidney Sá das Neves, que trabalhou no comitê jurídico da campanha da presidente Dilma Vana Rousseff.
CALADOS E OPRIMIDOS
Na coluna de terça-feira, mostrei como se faz e se negocia a opressão em Gaspar, a que cala, a que chantageia, a que assassina reputações não só os supostos oposicionistas, como dos próprios aliados, como foi o caso do pessoal do Sertão Verde, do Zecão, do Maicon, do... O caso das Associações de Moradores é algo deprimente. Uma das poucas que sobrevivia a estas pressões era a do Bela Vista. Aí o PT espalhou que nada se fazia por lá por causa da diretoria da Associação. E a sede que dava um respiro de independência financeira com as promoções de entretenimento foi praticamente fechada. Não tem ?isolamento acústico?. Todos da diretoria pediram as contas e deixaram a Associação de mão-beijada para os do PT que por lá nada fizeram, nem eram desejados pela comunidade na diretoria como demonstraram as eleições livres. E até hoje, o PT e a prefeitura que aplicaram a sanção a Ambevi não responderam qual o Clube de Gaspar possui ?isolamento acústico? e por que não proíbe as mesmas atividades neles. Ou seja, se ficar o bicho come, se correr, o bicho pega. Perseguição é pouco. E a maioria já percebeu, silencia e finge.
ONDE ESTÁ A DIVISA?
Pelo jeito os administradores de Gaspar não sabem onde fica a nossa divisa com Brusque. O que apareceu Câmara antes dela entrar de férias, assinado pelos vereadores do PT? O requerimento 251. O que ele quer? ?Que o secretário de Planejamento de Santa Catarina, Murilo Flores, oficialize uma visita em campo, de técnicos da Diretoria de Estatística e Geografia para prestar esclarecimentos sobre a divisa entre os municípios de Gaspar e Brusque, próximos à Rodovia Ivo Silveira?. Hum! É que ali foi erguido um empreendimento comercial atacadista. Ele teve as bençãos da administração de Gaspar. Na hora de retornar os impostos, Brusque, que também é governada pelo PT com Paulo Roberto Eccel, foi mais ágil e competente. Avocou para si os impostos. Alega que a empresa, fisicamente, está em 95% das terras brusquenses. Aprendizes.
SOBRE O TRAPICHE
O processo que a juíza Ana Paula Amaro da Silveira move por crime de difamação contra os vereadores José Amarildo Rampelotti e Antônio Carlos Dalsóchio, bem como a secretária de Desenvolvimento Social, Maristela Cizeski, todos do PT, já tem data para a audiência de instrução: 13 de fevereiro de 2014.
Mudou? Mudou por quê? Em Gaspar havia PEC - Praça de Esporte e Cultura. Agora, ela se chama CEU - Centros de Artes e Esportes Unificados. São coisas pensadas, feitas para enganar outros e a si próprio. Foi assim que Marinha virou Jardim Primavera; favela virou ?aglomerado subnormal?. Ou seja. Os problemas, deficiências e falta de soluções estão ali e cada vez mais graves, mas nos nomes eles são diminuidos, são edulcorados para anestesiar os sofredores e esconder a dura realidade.
Definitivo. Quem foi buscar tecnicamente dentro do governo de Raimundo Colombo, PSD, o segundo grau para a escola Marina Vieria Leal, no Barracão, foi o deputado Aldo Schneider, PMDB. O assunto se enrolava e ele deu um jeito, pois como líder do governo na Assembleia, conhece o caminho e deu pernas ao papelório da burocracia. Resolveu. Ufa!
Atestado de pobreza. Manchete do jornal Cruzeiro do Vale. ?Trânsito: estratégias contra o gargalo da Avenida das Comunidades?. Aprendizes em planejamento digam-me: quantas vezes se escreveu aqui de que a mobilidade em Gaspar carecia de um plano estruturado para prover soluções mínimas? Quantas vezes este questionamento foi combatido por políticos palanqueiros e técnicos a soldo do poder de plantão como sendo apenas mais uma delinquência da ignorância?
E o que fazer agora? Quanto mais converso, mais convicto fico da tese que sempre defendi. A ida da prefeitura para o prédio que já foi sede da Ceval, Seara e Bunge no Poço Grande sem uma emergencial mudança no Plano Diretor para a área, será uma temeridade. Isto está claro até mesmo para quem está no governo de Pedro Celso Zuchi, PT.
Perguntar não ofende. Pode um agente de trânsito exigir equipamentos de outrem se o seu próprio veículo particular está irregular nos mesmos quesitos?
Pilhéria. Um grupo de comerciantes patrocinou e fez um churrasco com a empreiteira Arcos Engenharia e agentes políticos para comemorar o fim das obras (que ainda não terminaram) da Ponte Hercílio Deeke. Contando, ninguém acredita em tamanha desfaçatez e zombaria com os gasparenses.
Brusque anunciou na semana passada que vai pesquisar, esclarecer e informar à população, as cotas das enchentes. Quem vai fazer isto para ela? O Ceops da Furb, que para a Defesa Civil de Gaspar é um intrometido. Quem vai coordenar este serviço em Brusque? Evandro do Amaral, diretor da Defesa Civil e que não servia por aqui. Até uma nova legislação da Defesa Civil está sendo feita e remetida à Câmara de lá. Tudo para proteger e agir em favor dos cidadãos, cidadãs e da cidade. Enquanto isso por aqui, dependemos da régua dos outros, dos pluviômetros da comunidade, de São Pedro e da inoperância técnica de Mari Inez Testoni Theiss.
Você sabe quando os vereadores de Gaspar voltarão a se reunir de novo? No dia 4 de fevereiro de 2014? Vida mole.
Edição 1550
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