22/11/2013
O OPORTUNISMO I
Desculpe-me voltar a um assunto antigo. Faltou-me espaço. Na internet até dei um toque. Mas, é preciso registrar, esclarecer. Ele é relevante. Ele é mais um exemplo de como funciona (ou não) por aqui. Na quarta-feira dia 13 de novembro apareceu este press release. ?Prefeitura de Gaspar realiza capacitação do programa ?Todos contra a pedofilia?. Foi no plenário da Câmara. Participaram do evento servidores das secretarias de Desenvolvimento Social, Educação e Saúde; representantes das escolas, CDIs e abrigos; além de membros do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, do Conselho Municipal da Educação, do Conselho Municipal de Assistência Social e do Conselho Tutelar?. Excelente. O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, estava lá e até vestiu a camisa do evento. Uma beleza.
O OPORTUNISMO II
Falso. Oportunismo. Marketing. Aparências com algo politicamente correto e necessário. Você acha que este programa foi bolado pela secretaria de Desenvolvimento Social, tocada pela companheira da cota da pastoral da Criança, Maristela Cizeski? Ou do eterno secretário de Educação, Neivaldo da Silva? Na verdade, a iniciativa foi do prefeito Zuchi, mas por vias tortas, tortíssimas e não pela convicção da prioridade e importância que este assunto deva ter na nossa comunidade, abatida por uma violência infindável que lota a Vara da Infância e Adolescência, e que vem desde o triste caso Pâmela até hoje num segredo só.Zuchi e sua turma, enturmados, tiraram uma casquinha, vestiram a camisa errada como mostra foto e o press release. Explico.
O OPORTUNISMO III
Primeiro tudo isto foi uma iniciativa nascida na escola Norma Mônica Sabel e escola Angélica de Souza Costa, que estão juntas há cinco anos por pura incapacidade da prefeitura de reconstruir a segunda, tema desta coluna de há muito, do jornal Cruzeiro do Vale e agora de uma audiência pública pedida na Câmara. Segundo: a ideia e insistência foram da professora de Ciências, Clenita Mara Debus. Ela, sensibilizada por um programa da sua igreja evangélica Cascavel PR, quis repeti-lo aqui. Ganhou apoio da coordenadora da escola, Valéria Rohr. Começava então a via crucis, incluindo a indiferença, algozes, Pilatos e Judas.Clenita foi à busca do apoio da Secretaria de Desenvolvimento Social e a da Educação. Nem o material conseguiu. A camiseta foi doação de um empresário e a estampa foi paga pela escola.
O OPORTUNISMO IV
Clenita e Valéria bateram às portas da Câmara. E no dia 22 de outubro, todos os vereadores, inclusive os do PT, assinaram e aprovaram a indicação 564 de iniciativa da vereadora e professora Andréia Symone Zimmermann Nagel, DEM. Ela pediu ao prefeito um projeto de lei para instituir por aqui a ?Semana Municipal ?Todos contra a Pedofilia??, de 13 a 18 de maio. Foi lida a indicação inclusive com o plenário repleto de professores. Como o assunto não prosperava nas secretarias, o pastor Valdair Mauro Debus (na foto ao lado de Zuchi), amigo do prefeito desde o seu primeiro mandato e pai de Clenita, veio ter uma ?conversinha? com Zuchi. Pronto. Tudo andou do dia para a noite. A capacitação saiu na marra, a Cizeski e o Neivaldo se aprumaram, o cunhado do prefeito, o vereador Antônio Carlos Dalsóchio, PT, babou no discurso a ponto de até de esquecer o que se já se fazia na Câmara.
O OPORTUNISMO V
O pessoal do Paraná, da Igreja e da escola deu um show. O prefeito vestiu a camisa e posou para a foto, como se o pai da iniciativa e estivesse interessado de verdade no assunto. A briga que ele e o partido engendraram contra a juíza Ana Paula Amaro da Silveira mostra que tudo isto é puro oportunismo. Inclusive contra ou a favor das boas causas sociais e comunitárias.Quer mais. Ontem Zuchi e Maristela subiram a serra. Em Lages, participaram do Seminário Catarinense de Desenvolvimento Social. Mas qual a causa deste súbito interesse por este assunto? A presença da ministra e companheira Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, e o patrocínio da Fecam, da qual Zuchi é presidente. Enquanto isto...Acorda, Gaspar!
SOBRE O TRAPICHE
Discriminação. O PT de Gaspar não permite que ninguém coloque nomes de gasparenses ilustres em ruas, praças e obras públicas a não sere os indicados pelo prefeito Pedro Celso Zuchi. Uma vergonha. Pesquisando os press releases da prefeitura, eles próprios fazem questão de esquecer o que já está nominado. Outra falta de respeito. Falta de respeito. Frequentemente o nome do ex-empresário Dagobert Günther some da denominação das Oficinas Culturais, situadas na Coloninha.
A melhor frase confissão da semana passada. ?Estamos juntos?, afirmou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após saber da expedição dos mandados de prisão contra os mensaleiros, especialmente a José Dirceu,José Genoíno, Delúbio Soares...
Enrolado. A prefeitura precisou de cinco anos para resolver o assunto. Três concorrências, uma delas abortadas pelo Tribunal de Contas. Finalmente a gasparense AC Kar, de Adilson Muller, irmão de Arnaldo, ganhou o serviço de guincho de carros apreendidos em Gaspar. Tinha 30 dias para tirar o material do pátio dos Guinchos Mondini. Até agora, apenas 10% foram removidos. Quem entende e sabe contar, diz que há outros mil. Então vai demorar. Outra. O edital exige que a ganhadora tenha o terreno no seu nome para o pátio. Isto foi cumprido?
Do internauta Milton Tadeu Barrozo Gamborgi e leitor da coluna. ?Eu estive presente nas duas audiências sobre as alças da ponte do Vale. Na primeira o prefeito tentou boicotar a audiência fazendo propaganda das obras que estão sendo realizadas no município; alegou que a proposta das alças seria um perigo para os usuários da ponte o que a inviabilizaria. Na última audiência não se fez presente, não mandou representante e desconsiderou totalmente o povo de Gaspar. A segurança na travessia da ponte afeta a todos os usuários, independente ser da Margem Esquerda ou de outros bairros. Eu fico indignado também com a falta de respeito dos vereadores doPT. Peço a Deus que esta falta de respeito dos nossos mandatários não manche de vermelho com o sangue de inocentes?.
Perguntar não ofende sobre mais uma teimosia e desperdício. O que será feito daquele terreno de 5.000m², no Sertão Verde, comprado pela prefeitura de Benvindo Miglioli, em 2008 para ser um CDI? Ele já está pago, tem liberação do Meio Ambiente e dele até barro já foi retirado. Com a palavra Pedro Celso Zuchi, Neivaldo da Silva, Soly Waltrick Antunes Filho e Patrícia Scheit.
Ilhota na corda bamba. Mais uma vez ela foi advertida pelo Tribunal de Contas. A Notificação de Alerta 69308/2013 ao prefeito Daniel Christian Bosi, PSD, é clara: ?a meta bimestral de arrecadação prevista até o 4º bimestre de 2013 não foi alcançada, foi previstaR$ 20.986.504,00 e o resultado foi de R$ 17.322.069,77, ou seja,82.54% da meta prevista. Deve a prefeitura por isso, limitar empenho e movimentação financeira, consoante dispõe o artigo 9º da Lei de Responsabilidade Fiscal?. Resumindo: os gastos com pessoal estavam acima do permitido e agora, que falta caixa. Tá feia a coisa.
Orçamento de Gaspar é fictício, amador e sem previsibilidade para aquilo que está na cara. O que está na Câmara? O projeto de lei 62/2013. Ele se aprovado, autorizaem regime de urgência (mais uma vez) a dança dos números. E qual a justificativa? ?Pretende-se a anulação no valor de R$ 100.000,00, da Secretaria Municipal de Educação, para suplementação do mesmo valor, na unidade de Educação Infantil, vejam só: para o pagamento da folha salarial dos servidores municipais neste local lotados, para o mês de dezembro/2013, bem como o pagamento de 13º salário e auxílio alimentação?. É ou não uma vergonha? Acorda, Gaspar!
Falta dinheiro no caixa em Ilhota. Sobram diárias. O prefeito Daniel Christian Bosi, PSD, por enquanto, embolsou mais diárias que o prefeito de Gaspar: R$ 19.760,00, segundo o portal transparência. O vice Lauri Adão Júnior, R$6.557,00, o secretário de Turismo, Altamir dos Santos, o campeão, consumiu R$12.065,00; o de Agricultura e Meio ambiente, Roberto Poerner, R$8.865,00; o secretário de Saúde, Amarildo Laureano, o Keka, R$7.835,00; a de Defesa Civil de Tatiana Reichert, R$7.530,00; a secretaria de Administração de Fernando Neves, R$7.070,00; o de Indústria e Comércio, Jean Carlos Benaci, R$4.270,00 e assim vai.
Edição 1543
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