08/11/2013
SEM CONCESSÕES I
Os que lidam com vendas e regularização de imóveis em Gaspar e Ilhota estão desesperados. Está quase tudo travado no Registro de Imóveis. E na terça-feira à noite na sede da subseção da OAB promoveram uma áspera e esclarecedora discussão com o titular Renato Luiz Benucci e o especialista do Cartório Santos, Rafael Schwartz. Foi uma reunião onde ficou bem evidente a desorganização fundiária nos dois municípios e a resistência pela mudança da velha cultura do jeitinho feita para privilegiados burlarem a legislação vigente ao invés da regularização para dar segurança jurídica aos proprietários, às transações com o simples cumprimento do que determina a lei. Em outros municípios, tudo já mudou e se acertou.Já aqui...
SEM CONCESSÕES II
Os presentes saíram meio que desanimados. ?Não vou ceder um milímetro do que determina a lei e o Tribunal de Justiça?, disse Benucci, que é concursado, vigiado pelo Tribunal e pela Promotoria do que faz ou autoriza. ?Vocês têm todo o direito de discordar, mas antes precisam mudar a lei, ou ir à Justiça pleitear o que acham ser o certo, convencer o Ministério Público ou a corregedoria do Tribunal de Justiça?. Está mais do que na hora de mudar este quadro que se agrava, por pura teimosia dos que insistem em voltar ao passado ou defender o que não está claro ou na lei. Os profissionais da área imobiliária, individualmente ou nas suas associações, a prefeitura, a promotoria, o registro e o cartório deveriam propor um mutirão de regularização fundiária com prioridades, prazos, áreas e metas, bem como a conscientização da cidade e seus cidadãos. Todos ganhariam com o enquadramento à legislação.
NA MARRA I
Será o que se esconde por detrás da insistência, do discurso desconexo e exaltado? A sessão de terça-feira da Câmara estava lotada de servidores da saúde. Eles foram acompanhar votação de um projeto do interesse deles, o 41/2013. Entretanto, a presença casual destes mesmos servidores foi decisiva para aprovar um simples requerimento, o 238/2013. Nele, os vereadores Ciro André Quintino, Ivete Mafra Hammes, Marli Iracema Sontag todos do PMDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, pediram a realização de audiência pública para discutir ?a compra do prédio da Bunge para a instalação da prefeitura?.
NA MARRA II
Munido de muita coragem, no papel que lhe cabe, reconhece-se, e a cara de pau peculiar, o líder do prefeito Pedro Celso Zuchi, José Amarildo Rampelotti, exaltado, pediu a rejeição do requerimento. Argumentos? De que o desfecho deste assunto precisa ser rápido para não se perder o negócio (?); de que os servidores estão mal instalados onde estão (como assim? Só agora ele descobriu isto?). Pior. Aos companheiros, camaradas e nobres, o petista Rampelotti disse que não há sentido a população se envolver e discutir este assunto tão importante, mas que não é prioritário, para a cidade. O povo tem que trabalhar, votar, pagar os impostos e os políticos decidirem, decretou.
NA MARRA III
Os vereadores Lu, Ciro, Ivete (autores) e Andréia Symone Zimmermann Nagel, DEM, discordaram. Sem pedir, foram aplaudidos pelos presentes. Pronto. Os olhos dos demais vereadores se arregalaram com a reação espontânea da plateia. E não seria surpresa se alguém com dúvidas pedisse uma pesquisa sobre o assunto, pois nas enquetes feitas, inclusive aqui neste Cruzeiro do Vale, os participantes são amplamente contra o negócio. Nada científico, mas sinalizador. Na votação que se seguiu na Câmara, a falta de transparência, o impedimento da participação popular e associativo, bem como o esculacho, a perseguição, o totalitarismo e a incoerência foram derrotados por oito votos a quatro para desespero do PT, da prefeitura e do Amarildo.
NA MARRA IV
Antecipadamente se tinha como certo outro resultado. Ganhou a democracia, o diálogo, a cidade, a cidadania, os cidadãos, as cidadãs e o voto. Nenhum vereador é verdadeiramente contra a compra do prédio que já serviu de sede nacional da Ceval, Seara e Bunge, para ser o palácio do prefeito, mas quer compartilhar, esclarecer e amadurecer a ideia, os números e as fontes de recursos que vão sustentar este ?negócio?. O que os vereadores não querem, é serem usados como mansos no brete pelo poder de plantão, expostos à cobrança popular.Os servidores que estavam lá derrotaram o PT e sinalizaram aos neo-cooptados Giovânio Borges, PSD, e Jaime Kirchner, PMDB, que há vozes nas ruas, com recados claros aos políticos. E desta vez os blacksblocs da Câmara apenas puderam exercer o embrutecimento. O resultado foi diferente e na marra nada se conseguiu.
NA MARRA V
Para encerrar três pontos fora da curva. Este assunto da compra do prédio da Bunge os ocasos foram decisivos em pelo menos duas oportunidades: a quebra do regime de urgência só ocorreu porque houve erro na votação pelo próprio PT do requerimento; e a audiência pública só ocorreu porque os servidores públicos estavam lá testemunhando o jogo. O PT na legislatura passada, durante quatro anos, festejou de que três vereadores seus valiam mais do que sete da dita oposição. Há poucos dias, ensaiaram a mesma cantoria, onde quatro valeriam mais que nove. Como se viu na terça-feira, com pressão popular, esta situação não é tão sedimentada assim. Rampelotti ficou falando sozinho. Deus da razão absoluta e dos malabares o abandonou, mas uma vez. É contra a transparência e a voz do povo ele quer ser candidato a deputado estadual?Hum!Acorda, Gaspar!
Sobre o Trapiche
Se a moda pega a cidade ficará poluída. O Ministério Público mandou um loteador confeccionar uma placa 4mx4m e colocá-la na frente do seu negócio: ?loteamento irregular?.
Proposital esquecimento. O posto de Saúde do bairro Santa Terezinha tem o nome do motorista gasparense assassinado no Mato Grosso, Jaime de Souza. A sugestão aprovada na Câmara foi do ex-vereador Nelson Reinert, PMDB. A prefeitura cita os outros postos pelo nome. O do Santa Terezinha, não.
Apostas. Elas circulam e dão conta de que no papel, o Anel de Contorno nem estará este ou ano que vem. A mesma coisa com o prometido asfaltamento da estrada do Macucos. Estão em dívida os padrastos de Gaspar Raimundo Colombo, PSD, Eduardo Pinho Moreira, PMDB e César Botelho, PMDB. A chance do Anel de Contorno que é uma reivindicação de Blumenau (veja só) estava atrelada à possível instalação da Penitenciária do Vale por aqui. Como a probabilidade é dela ir embora, também vão as outras compensações.
Distribuindo as cartas e valores. Segundo o deputado Jean Jackson Kuhlmann, PSD, na Rádio Sentinela do Vale: Giovânio Borges é o seu representante no Bela Vista, e Marcelo de Souza Brick é para outros assuntos mais importantes por ser uma pessoa estudada. Então, tá.
A vereadora Andréia Symone Zimmermann Nagel, DEM, que é professora também, apareceu na Câmara nos primeiros dias com o requerimento que queria saber como estava a segurança (bombeiros, laudos e habite-se) dos prédios das escolas, CDI e creches de Gaspar. Foi há nove meses quando 242 pessoas foram mortas num incêndio de uma casa noturna em Santa Maria-RS. Esta semana ela voltou à carga. Ela quer saber do Corpo de Bombeiros o que foi feito neste tempo todo para salvar as nossas crianças. Andréia vai se surpreender.
Mais uma que vai atrasar. A prefeitura assinou mais um aditivo para prorrogar até 2 de janeiro de 2014 a entrega do elevador monta carga da policlínica.
Tempo quente durante a semana nas hostes petistas de Gaspar para a eleição no domingo dos novos dirigentes. A maior preocupação é de que a roupa suja não parasse neste espaço. E por quê? Acorda, Gaspar!
Engana que eu gosto. A prefeitura de Gaspar justificou o aumento das passagens de R$2,90 para R$3,00 porque a empresa, que está irregular e responde na Justiça por isto, pediu R$3,65. Pode? Aqui pode. E todos se conformam. Em Blumenau, o PT arma a estudantada e os sindicados e não deixa o aumento prosperar.
Vários contratos publicados no Diário Oficial dos Municípios - aquele que se esconde na itnernet -, detalharam-se as aquisições de mobiliário e equipamentos para a Praça de Esporte e Cultura, alí no Gaspar Mirim. 3A Comércio de Móveis e Refrigeração Ltda(13.128.438/0001-00) no valor de R$ 8.135,98; Livrarias Mohr Ltda (07.261.562/0001-38) novalor: R$ 9.616,00; Gisiane Matilde Vieira (10.790.021/0001- 01) no valor de R$ 31.229,90; Suprimóveis Ltda. (04.563.256/0001-68) no valor de R$ 11.499,95; Nelita Gomes Farias (11.943.540/0001-25) no valor de R$ 53.856,85; Ernesto dos Santos (415.411.549-91) no valor de R$ 6.000,00; Ala Comércio Ltda(15.825.521/0001-55) no valor de R$ 11.517,88; e Escobrinq Ltda. (08.395.310/0001-64)no valor de R$ 5.576,83.
Edição 1539
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