11/10/2013
MARCELO BRICK I
O vereador Marcelo de Souza Brick, PSD, trocou o seu sobrenome. Era Souza. Agora é Brick. Ele teve suas razões pessoais. Já as informei aqui. Faz tempo. Não vou entrar no mérito. Não posso. Não devo. São ajustes familiares. Foi também marketing para reafirmar a marca Brick, num espaço que ele quer criar como novo e diferencial político. Entretanto, tudo isto é revelador. Basta uma análise da sua atuação na ainda curtíssima ação política e partidária, esta sim, pública. Há uma coerência: muda-se, com argumentos e silêncios. Mais. Marcelo está indignado com as cobranças de seus gestos políticos na Câmara.
MARCELO BRICK II
Marcelo, jovem, boa pinta, plugado nas redes sociais, surgiu como uma alternativa contra o vício que estava aí. Aquilo que incomoda. A cobrança é daquilo que ele próprio se vendeu. Por isso, Marcelo foi o mais votado. Um produto desejado. O primeiro sinal trocado: a campanha, ele não a fez com a candidata a prefeito do partido, a Teresa da Trindade. Se a candidatura era contra o vício, Marcelo eleito, o vício tratou do troco e da desmoralização, se não houve dissimulação no discurso de candidato. O vício ofereceu-lhe a vice-presidência da Câmara e num acordo de cavalheiros, a presidência no ano que vem. ?Não haverá troca alguma?, revelou-me à época na confidência de alguns passos. Marcelo esperava ser atendido nas suas indicações. Sentiu o bafo do poder aos ditos oposicionistas. Queixou-se no plenário e nas redes sociais. Ameaçam tirar-lhe o mimo do acordo. Então Marcelo resolveu jogar o jogo na toada do vício, até porque o PSD é um alinhado do PT, aqui e nacionalmente.
MARCELO BRICK III
O vício começou a desmontar caprichosamente o marketing, o novo, o diferente e provar que Marcelo é igualzinho a todos. Em março, o vício o colocou para relatar o projeto de lei que livrava os comissionados da prefeitura do ponto. Caiu na armadilha ? por ingenuidade ou afoiteza. Escreveu no parecer que ele era constitucional. Entretanto, esqueceu-se de assinalar, todavia, que era imoral. Rebolou. Achou este colunista culpado por mostrar esta estapafúrdia incoerência, que aos poucos se revela coerente com as mudanças do vereador. Posa de vítima. Quis ser o elo entre o governo do estado e Gaspar. Falhou por falta de rede. Marcelo quer ser o elo de Gaspar com Brasília, mas falta-lhe alguém lá para ancorá-lo. Com a sua comunidade, falta-lhe apoio do poder de plantão. Esta semana o vício lhe pregou mais uma peça. E ele se estabeleceu bem distante do que pregou no Facebook, entrevistas de rádios e jornais, Twitter...
MARCELO BRICK IV
Juvenil, Marcelo acabou decretando o fim da autonomia da atual legislatura da Câmara de Vereadores. Na passada, três vereadores do PT valiam mais do que os outros sete. Nesta, o equilíbrio durou até terça-feira (já havia sinais de fragilidades anteriormente. Agora, quatro vereadores do PT de Gaspar valem mais do que nove e que se diziam oposição). Não vou falar da aula de Direto Constitucional que Marcelo como relator deu para rejeitar as emendas dos próprios vereadores ao Orçamento. Pior do que ele, só o vereador Jaime Kirchner, PMDB, que sendo autor de emendas, votou contra elas. Vou me reportar à mudança ao artigo 29 da Lei Orgânica do Município. Moralizadora, ela dava aos vereadores apenas 30 dias de férias por ano. Marcelo como relator da matéria, foi contra. Alegação? Segundo ele, o assunto é complicado; pode até dar mais despesas para a Câmara no remanejamento de funcionários. Trololó. Foram os servidores os quais forçaram esta conclusão para a alegria da maioria dos vereadores, que votou a favor de Marcelo. Ou seja, quem manda na Câmara não são os vereadores, razão da existência dela, mas uma minoria para qual Marcelo legislou.
MARCELO BRICK V
E o que tudo isto tem a ver com a mudança do sobrenome de Marcelo? Nada. Ou, tudo. Durante as férias deste julho dos vereadores de Gaspar, houve cobranças da sociedade. Mal tinham começado a trabalhar (três meses) e já estavam de férias. Para se livrar da culpa, Marcelo espalhou que ele estava de ?plantão?. Isto irritou alguns. E aí eles voltaram das férias, com um projeto para pôr tudo em pratos limpos e dar uma resposta positiva aos reclamos da sociedade. Pois o vereador plantonista acabou de dizer à cidade e seus eleitores com o seu relatório e voto, que não quer a moralização da Câmara. Quer férias extensas no final e início de ano, e uma parada no meio do ano porque vereadores e funcionários da Câmara devem ter este privilégio sobre os demais.
MARCELO BRICK VI
Com o relatório, Marcelo mandou uma banana para os eleitores e que sustentam esta máquina de representação do povo. Um jovem velho. Um novo com os vícios que ele próprio condenou nos discursos de campanha. Uma promessa que muda conforme o vento ou os interesses que esconde. São fatos. E eu não sou culpado por eles. Nem pela incoerência do vereador. E olha que ele nem completou um ano de mandato. Vai longe. Marcelo aderiu ao PT como o seu PSD. Faz o jogo. Marcelo quer garantir a presidência do Legislativo, num exercício de poder, no acordo que fez no início do ano. Então muda o discurso, como de sobrenome. Acorda, Gaspar!
GUINCHO NO GANCHO I
A concessão para execução de serviços públicos de remoção por guincho, depósito e guarda de veículos, decorrentes de infrações de trânsito, no município de Gaspar, continua vencida desde novembro de 2008. O Guincho Mondini, do Galego (Antônio Luiz Mondini), continua a atuar provisoriamente e formando de uma bela poupança com o serviço provisório a que se submeteu e que a prefeitura deixou rolar solta. E vai cobrar com juros e correção esta displicência dos administradores públicos. Faz bem e está certo. Por três vezes a prefeitura teve que voltar atrás num assunto que conduziu de forma errada segundo os preceitos do Tribunal de Contas. Nas duas últimas, em primeiro de abril deste ano, o edital de concorrência 22/2013 teve que ser cancelado. Havia uma ganhadora entre quatro ? sendo três daqui -, a Eireli, de Videira. Recursos acabaram desclassificando-a.
GUINCHO NO GANCHO II
Uma nova licitação, a 97/2013, foi feita no dia 11 de julho. Cinco participaram: a Eireli e as gasparensesMondini, Safe, Vô Bráulio e a vencedora, AC Kar Transporte de Cargas e Descargas (08.650.837/0001-98). Recursos para cá, impugnação para lá, no dia 20 de agosto ela foi dada oficialmente como vencedora, oferecendo para o município 26% do faturamento bruto mensal do negócio. Ela tinha 60 dias para iniciar. Oficialmente o prazo está estourando na semana que vem. O terreno que ela ocupará para a guarda dos carros apreendidos fica na Rua Fernando Krauss, ao lado da Say Muller.
SOBRE O TRAPICHE
Gaspar estima gastar R$ 75.833,30 na licitação 187/2013 no dia 14, segunda-feira. Ela será feita para a contratação de serviços técnicos de consultoria para a elaboração e atualização do Código Tributário Municipal. A prefeitura quer mais dinheiro, e esta busca está gerando conflitos. Há um mês, a prefeitura publicou a prorrogação de uma fiscalização numa indústria local, algo que já se iniciara em maio. O empresário não se nega a pagar os tributos, mas não quer pagar duas vezes. Como indústria, ele recolhe IPI (para o governo Federal) e ICMS (para o governo estadual). A prefeitura quer que ele pague ISS, um tributo municipal. ?eles têm que definir o que somos e quem receberá os tributos?, explicou e se queixou o empresário.
O presidente da Câmara José Hilário Melato, PP, revelou aos seus pares que está inclinado a ressuscitar um projeto de lei de 2009, em que só o prefeito de Gaspar poderá sugerir nomes de ruas, praças, pontes, viadutos, prédios e alas públicas. Vereador só servirá para aprovar. Melato é mais um que contribui para retirar a autonomia dos vereadores das suas prerrogativas constitucionais. O prefeito com poderes imperiais e acima da lei. Estes vereadores! Acorda, Gaspar!
O presidente da Associação de Moradores do Sertão Verde, Carlos Barbacovi, o Carlão, ex-candidato a vereador pelo PT, discorda do local onde a prefeitura escolheu para a Bunge reconstruir a Escola Angélica Costa ? o loteamento das casinhas de plástico, na BR-470. Depois de cinco anos enrolando este assunto, a prefeitura concluiu que o Sertão Verde é uma área de risco.
Da série, perguntar não ofende. O prédio que foi sede da Ceval, Seara e Bunge possui habite-se e licença do Corpo de Bombeiros?
Edição 1531
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