04/10/2013
Na terça-feira, com o voto contrário de Luis Carlos Spengler Filho, PP, presidente da Comissão de Gestão Pública na Câmara, foi aprovado o projeto de lei 35/2013. Este projeto autoriza a administração de Pedro Celso Zuchi, PT, a ?anular e suplementar saldos de dotações orçamentárias, e criar crédito especial no orçamento vigente da administração direta e indireta de Gaspar?. Uma farra de números e sem explicações para a sociedade gasparense. A Comissão queria entender nos detalhes de onde sairá e para onde irá o dinheiro do Orçamento de Gaspar ? já aprovado anteriormente,sem modificações dos vereadores -e que o prefeito pediu agora para ser mudado. A administração petista mandou uma banana ao pedido da Câmara. Lá, vereadores do PT comandaram a sonegação destas informações aos fiscais do povo. E para piorar, a prefeitura mandou espalhar pela cidade que as obras estavam paradas por causa dos vereadores que queriam estas explicações. Na votação de terça-feira, os vereadores preferiram não esclarecer isto. Assinaram um cheque em branco, como das vezes anteriores.
A DANÇA DOS NÚMEROS II
Como ficou fácil mandar às favas a transparência enquanto a prefeitura não é capaz de organizar um orçamento estável, vem mais. É que está na Câmara o projeto de lei 52/2013. O que ele quer? ?Alterar o anexo I da Lei nº 3.525, de 19 de agosto de 2013, que dispõe sobre o Plano Plurianual (PPA) para o quadriênio 2014-2017, modificando a planilha de ações por programas: construção da nova Ponte sobre o Rio Itajaí-Açú?(e que está parada não por causa desta rubrica errada da prefeitura, mas por falta de recursos prometidos por Brasília e que se enrolam nos discursos, propaganda e na burocracia). Ou seja, bastou 40 dias para a prefeitura iniciar a correção do que ela fez e mandou errado para a Câmara aprovar e lá não se permitiu discussão alguma sobre possíveis erros. A Câmara e os vereadores neste caso são, mais uma vez, fantoches de algo que eles não produziram.
A DANÇA DOS NÚMEROS III
Quer mais? Deu entrada na Câmara o projeto de lei 51/2013. E o que ele quer? ?Alterar o Anexo I, da Lei nº 3.529, de 16 de setembro de 2013, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o exercício de 2014, modificando as planilhas de metas fiscais: a) Demonstrativo das Metas Anuais; b) Demonstrativo das Metas Fiscais Atuais Comparadas com as Metas Fiscais nos Três Exercícios Anteriores?. Ou seja, o prefeito Zuchi está propondo modificar algo que ele próprio fez, tornou lei faz pouco mais de 15 dias e não permitiu qualquer questionamento ou correções naquilo que enviou para a Câmara aprovar. Isto é deboche, arrogância, falta de planejamento ou incompetência? Acorda, Gaspar!
CAMINHÃO PIPA
O PT, o prefeito Pedro Celso Zuchi e alguns assessores seus envolvidos no caso, comemoram o fim deste rumoroso assunto. Apesar disso, este processo como o caso do mensalão, ainda suscita dúvidas técnicas do seu desfecho. Entretanto, uma luz vermelha acendeu no paço e num fato que corria em paralelo. Zuchi contratou à época para defendê-lo, o advogado José Carlos Schramm, hoje seu procurador geral na prefeitura. Mas, pagou com dinheiro da prefeitura, ou seja, dos gasparenses, mesmo sendo um assunto particular. Tudo ia bem até a promotora da Moralidade Pública, Chimelly Louise de Resenes Marcon, entrar neste caso de Improbidade Administrativa. Anderson Schramm ? recém-nomeado para presidir a 1ª. Jari ? é o advogado de Zuchi e cuida agora das alegações finais nesta causa. O caso rola desde 16 de abril de 2007 e a Ação Civil foi proposta inicialmente por Aurélio Marcos de Souza, quando ele era o procurador geral do município.
FANTASMAS DOS CEMITÉRIOS
Lembram-se daquela CPI dos Cemitérios aqui em Gaspar? Na Câmara, como era de se esperar, foi aquele abafa. As conclusões foram enviadas, por obrigação, para o Ministério Público e para o Tribunal de Contas. O Tribunal até ensaiou não ir adiante com o assunto. O Ministério Público do Tribunal, todavia, discordou frontalmente à intenção e à manobra política. O TCE então voltou atrás e decidiu: ?o MPTC (Despacho nº GPDRR/068/2013) manifestou-se por acolher a Representação na íntegra, com abrangência sob todos os itens constantes do Relatório de CPI?. E assim foi feito. Então...
Sobre o Trapiche
Boi de piranha. Após nove meses de licitações, as passagens aéreas foram liberadas na Câmara. Os vereadores Ciro André Quintino, PMDB, e Marcelo de Souza Brick, PSD, foram os primeiros a irem a Brasília. Livraram o presidente José Hilário Melato, PP, do questionamento. Ele está rindo até agora.
Três da série perguntar não ofende. 1) quando será mesmo a próxima viagem mensal do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, a Brasília? 2) quando vão liberar a verba da ponte do Vale que nos discursos daqui já estava aqui há dois meses? 3) quando vão começar as obras da duplicação da BR-470? Há dois meses as máquinas roncariam no dia seguinte. Roncaram numa encenação há um mês para fazer a imprensa regional de otária ali na entrada do Belchior. Ontem ela caiu mais uma vez na cilada do Dnit. Ele armou o circo e veio aqui produzir propaganda afirmando que estava fiscalizando a obra. Mas qual mesmo?
Jornalismo premiado. O poder instalado se movimentou para desmoralizar e calar a Comissão de Gestão Pública da Câmara e este escriba. Quanto mais mexeram mais fedeu, mais expostos ficaram num jogo contra a Educação e o esclarecimento para a comunidade. Escalaram a diretora da Escola Luiz Franzói, Kelli Cristine Silva Santos, PC do B, para o serviço. E ela lavou a alma dos vereadores da Comissão de Gestão Pública e a minha também, mas não deixou nem um pouco vermelhos os que a usaram para este papel e que se desmascarou num piscar de olhos. Escreveu-me Kelli: ?não quero desmentir nada, quero sim questionar a forma como foi feita uma ?visita? que depois virou relatório de uma suposta denúncia?. Ou seja, queria ela ? e seus amigos - todos os problemas relatados e documentados de forma séria, escondidos, como é usual na prefeitura.
Jornalismo do abafa. Eu poderia encerrar os meus comentários por aqui (e na coluna na internet, na quarta-feira, há um longo arrazoado meu deste assunto) sobre o contundente e definitivo depoimento da própria diretora do educandário. Poderia encerrar o assunto com o agudo discurso da terça-feira, feito pelo vereador Luis Carlos Spengler Filho, PP, presidente da Comissão em questão, no qual ele discorreu sobre as ameaças e incoerências do caso; da diretora que foi aos jornais ensaiar a desmoralização. Todavia, prefiro ir mais fundo no que verdadeiramente tentam esconder sobre o projeto torto e a má execução no novo prédio da escola, os quais são de responsabilidade das secretarias de Planejamento, Obras e Educação.
Jornalismo dos amigos de ocasião. A escola da Bateias, reduto de Pedro Celso Zuchi e seu cunhado Antônio Carlos Dalsochio,ambos do PT,coincidentemente, é a escola de Doraci Vanz (chefe de gabinete de Zuchi) e de Neivaldo da Silva (secretário de Educação nos dez anos de governo de Zuchi). Ela então, por si só deveria ser um exemplo para a cidade. Mas, não é. Ao contrário. E foi isto que pegou na vaidade de todos.Nem vou falar do IDHM onde a educação botou o índice do IBGE e da ONU no chão. Vou me referir ao Ideb do MEC. Basta consultar na internet. Hoje o Ideb da Luiz de Franzoi (4,9 em 2007, 5,4 em 2009 e 4,2 em 2011, ou seja, vergonhosamente caiu) e de Gaspar é lastimável, se comparado com municípios vizinhos, Santa Catarina e o Sul do Brasil. Sintomático, não é? Então este pessoal precisa de gente analfabeta, ignorante, desinformada, amedrontada e alinhada nos interesses para sobreviver e propagar versões, fantasias e comprometer o futuro das nossas crianças ao invés de produzir resultados exemplares em seus próprios redutos. Acorda, Gaspar!
O ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, PPS, na discussão da revisão do Plano Diretor, resolveu esclarecer. Foi ele e não o atual prefeito, quem desapropriou, pagou e escriturou os imóveis da Margem Esquerda e do Poço Grande, necessários para a construção da Ponte do Vale. ?O local foi definido através do sobrevoo de helicóptero e estudos feitos por técnicos da prefeitura e do Dnit. Era o ponto mais estreito do Rio Itajaí-Açú e próximo das rodovias BR 470 e da Rodovia Jorge Lacerda, para posterior ligação com a Rodovia Ivo Silveira?, justifica Adilson em documento que publicou esta semana.
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