30/08/2013
A PENITENCIÁRIA I
Na coluna passada eu escrevi que os terrenos de Blumenau para a futura penitenciária do Vale foram rifados tecnicamente. E que sobrou o de Gaspar ?o qual já mostrei há meses em primeira mão, não é possível colocar a cadeia pública que o prefeito de lá, Napoleão Bernardes, PSDB, quer. Estranhei o silêncio do governo do Estado e do cabide de empregos de políticos, sugadouro do escasso dinheiro público dos nossos pesados impostos, a Secretaria de Desenvolvimento Regional de Blumenau, em assunto tão sério, e classificado por eles próprios, como urgente.
A PENITENCIÁRIA II
Olha só esta. O governador Raimundo Colombo e o prefeito Daniel Bosi firmaram uma parceria. E por ela, a penitenciária está a caminho de Ilhota. Bosi e o secretário César Botelho, da SDR, passaram quarta-feira olhando terrenos nas localidades de Pedra de Amolar e Escalvados na divisa com Navegantes e Luis Alves; foram eles também à margem direita na Boa Vista, Ilhotinha, Minas e algumas áreas próximas a divisa de Itajaí e Brusque. Ufa! Este novo plano do governo do Estado vai exigir do Judiciário a criação da Vara de Execuções na Comarca de Gaspar para cuidar de 800 apenados. Também haverá reforço no âmbito da Polícia Militar.
ARENA MULTIUSO I
O que se ensaiavam entre churrascos, correligionários, amigos, parentes, relatado só aqui, virou projeto de lei, o 32/2013. Ele foi apresentado pessoalmente na Câmara pela vice-prefeita Mariluci Deschamps Rosa e pela primeira dama, Liliane Dalsóchio Zuchi, na terça-feira depois da sessão. A Arena Multiuso e Praça da Juventude serão, se aprovado o PL, do GTG Coração do Vale e do Moto Clube Gaspar por um período de dez anos. Durante o encontro, os vereadores da base de apoio e da oposição se mostraram inclinados a aprová-lo.
ARENA MULTIUSO II
O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, e seus assessores, gostam de uma polêmica e perigo. Tratam a coisa pública como particular e a população como tola. O que dizia o Decreto nº 4.242, de março de 2011? Desapropriava aquela área de 435.945,14m²de Gerhardt Horst e Tânia Conrad Fritzsche, para ser a tal Arena Multiuso e Praça da Juventude. Uma comemoração, um discurso de vingança e que logo foi parar na Justiça, onde está até hoje. O prefeito desapropriou; botou preço baixíssimo e de propósito, depositou judicialmente uma ?entrada?.Ganhou da Justiça uma imissão de posse, ou seja, a autorização para ocupar provisoriamente. Os mega planos dos discursos, pelo jeito, miaram. Os recursos que estariam disponíveis e sobrando em Brasília, nunca vieram e também não foram buscar.
ARENA MULTIUSO III
Se não vão fazer a Arena e a Praça prometidas nos palanques, por que a desapropriaram e arrumaram encrenca na Justiça por isso? Por que vai cedê-la por dez anos a um GTG e a um Moto Clube, que coincidentemente tem o filho do prefeito como dirigente? E os outros CTGs e Motos Clubes, ou Jeep Clube, por exemplo? E se os donos do terreno ganharem a causa e pedirem mais do que a Prefeitura quer pagar? Como fica quem quiser fazer outra promoção lá naquela área que é pública e passa a ser particular por concessão sem ônus? Pede-se ao CTG e ao Moto Clube? Paga para eles? Como ficam as melhorias já feitas naquela área e pagas pelo dinheiro do povo? E os bens que foram retirados de lá e que a prefeitura nada recebeu? E os bois que pastam de graça? E o Inquérito que move o Ministério Público para exatamente verificar o desvio de uso da área? E por que a urgência deste projeto? Este assunto, aliás, já foi rejeitado uma vez pela Câmara no projeto de lei nº. 75/2012. Ele autorizava o Poder Executivo dar ouso ao GTG Coração do Vale. Aí tem. Vendeu-se uma coisa;disfarçou-se e vai se fazer outra e para poucos. Até o fundamento jurídico é tênue, o tal prejulgado pré-julgado 1552 do Tribunal de Contas.
O DOENTE I
O presidente do Conselho do Hospital de Gaspar, o ex-executivo Sérgio Roberto Waldrich, delegou ao conselheiro Rodrigo Fontes Schramm - o petista número 1, há muito e sempre inconformado de que o Hospital não seja da prefeitura, dos companheiros e parentes -, a função de servir à Câmara, todas as informações administrativas e que geraram dúvidas. Sérgio faz isto por ingenuidade, teste ou tática, nas três, mais uma vez,com alto risco para sua reputação e o Hospital. Se há vontade para esclarecer e punir, de forma isenta, contra quem orquestrou o deslize, Rodrigo e a Câmara marcarão pontos. Se for contra o Hospital, como sempre eles quiseram, então a comunidade, gente de bem, doentes, pobres, desinformados e desassistidos perderão mais uma vez.
O DOENTE II
Na quarta-feira houve mais uma rodada de esclarecimentos com o Conselho Municipal de Saúde. Reunião intencionalmente tensa, ideológica, partidária.O Conselho foca nos problemas de gestão do Hospital. Ele não age para soluções integradas, comunitárias ou então para se esclarecer em como se gastam os outros R$17 milhões em oito postos de Saúde, os quais notoriamente têm falta de atendimento. Em decorrência disto, sobrecarrega operacionalmente, nos custos e na dívida, o Hospital. A nova administradora Dilene Mello Santos ainda trabalha no plano emergencial dos 100 dias. O pedido do presidente Sérgio é para ela focar nesta reestruturação funcional, relacionamento interno, qualidade operacional ao Hospital e deixar as picuinhas políticas ou das disputas de vaidades de lado.
O DOENTE III
O conselheiro Rodrigo Fontes Schramm sempre foi contra o Hospital profissional. Sempre o enxergou e lutou para ele ser um mais um local de poder da turma dele, cabide de empregos, aparelho do PT e da prefeitura. Foi contra inclusive a revitalização física do Hospital, liderada na época pela Acig. Saiu da Acig para fortalecer a Ampe contra a Acig. Rodrigo queria o Hospital velho, decadente, sem condições de atendimento para controle. Rodrigo, como ex-secretário de Turismo, Indústria e Comércio acabou com a Expo Gaspar justamente após se enrolar numa prestação de contas que quase cassou o prefeito e sua vice Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT. Agora, Rodrigo voltou com a carga toda pregando a transparência. Excelente. Também a defendo, inclusive para os casos ainda não totalmente explicados no trato da coisa pública.
O DOENTE IV
Sergio Waldrich já fez apostas táticas que não deram certo, mas não tirou lições. Acreditou, por exemplo, no prefeito Zuchi, que queria ver reaberto a todo custo o Hospital para sair bem na foto e na festa. Agora Zuchi lhe nega o dinheiro dos serviços prestados;Zuchi já tentou repassar o Hospital que não é municipal à Furb ignorando o próprio Sérgio, isto sem falar na história do caso de polícia do genro, do companheiro fiscal Aldo Avosani, e o fechamento parcial do CAR para diminuir as despesas da prefeitura na área de saúde pública. Sérgio apostou nas promessas dos governadores Luiz Henrique da Silveira, PMDB, Raimundo Colombo, PSD, e dos secretários Paulo França, César Botelho e também ficou na mão. Apostou em Celso de Oliveira e aí vieram a Coopervida, Orivald Maciel Filho. Agora Sérgio aposta em Rodrigo. Então qual será a surpresa que o espera? Alguém já perguntou ao Rodrigo se ele possui algum interesse que as ideias, planos, ações e resultados de Dilene e Sérgio deem certo para Gaspar, o Hospital e a cidade? Acorda, Gaspar!
SOBRE O TRAPICHE
Feijoada do PMDB de Gaspar. Estava lá evangélico Jovino Cardoso, DEM, vice-prefeito de Blumenau, candidato declarado a deputado federal. O ex-vereador Kleber Edson Wan Dall, PMDB, diz que se afina com Rogério Peninha Mendonça, PMDB. Como fiel, ele e a igreja se alinham mesmo é com Jovino.
O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, passou a semana em Brasília na sua viagem mensal. Disse que foi lá ver a verba de R$17 milhões da ponte do Vale. Há um mês ela foi anunciada, comemorada e ocupou as manchetes como empenhada e praticamente liberada. Mais uma enganação.
Como funciona na era da comunicação. A gerente de Defesa Civil de Gaspar, Mari Inez Testoni Theiss, anunciou que foi a Florianópolis e não conseguiu falar com o secretário estadual, Milton Hobus. Queria verbas para tapar o buraco da Rua Anfilóquio Nunes Pires. Primeiro, ela não marcou nada com o secretário, ele estava na Alemanha. Segundo: para pedir, é preciso o decreto de Emergência, que não se fez e não publicou porque o prefeito não assinou. Está viajando.
Perguntar não ofende. Pode um funcionário público comissionado pedir e gozar férias? E no exterior? Onde isto é permitido?
Edição 1519
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