20/08/2013
NERVOSOS I
O Conselho de Desenvolvimento Urbano de Gaspar se reuniu na semana passada. Foi uma reunião tensa. O motivo? Os membros, influentes na cidade ou com interesses diversos, tiveram conhecimento do trabalho realizado pela Iguatemi Consultoria, de Florianópolis, especialista contratada para atualizar o Plano Diretor. Parte deste trabalho, obrigatório por lei (deveria ter sido feito em 2011, segundo artigo 187 da lei que o instituiu ),já havia sido antecipado aqui há três meses. Ou seja, não foi o PT e nem o prefeito Pedro Celso Zuchique quiseram atualizar o Plano Diretor. Na semana passada, o jornal Cruzeiro do Vale mostrou algumas conclusões da Iguatemi e a opinião da secretária de Planejamento e Desenvolvimento, Patrícia Scheidt. Foi o estopim do alvoroço.
NERVOSOS II
Aqui eu também já havia informado que os técnicos da Iguatemi estavam descontentes com os técnicos, curiosos e políticos de Gaspar. O pessoal daqui estava tentando interferir no trabalho da Iguatemi, levando recados para ?adaptar a atualização? às peculiaridades locais. A Iguatemi insiste que o que faz se estabelece no Estatuto das Cidades, nos códigos ambientais e urbanos vigentes. Nada mais. A prefeitura de Gaspar, quando formalizou a atualização do Plano Diretor, esperava o ?abrandamento situações? restritivas. O tiro parece que está saindo pela culatra. A prefeitura não possui o ?total controle? que queria ou esperava sobre Iguatemi e a revisão do Plano Diretor. O que pega agora? As alterações nos coeficientes de ocupação, restringido a quantidade de andares; as regiões que podem ou não serem aterradas e as regras da expansão do perímetro urbano.
NERVOSOS III
Na coluna da semana passada no artigo ?Qual a Pior Obra??, pontuei que a melhor para Gaspar nos dez anos de governo de Pedro Celso Zuchi e do PT, teria sidoaté agora, a implantação do transporte coletivo urbano. E qual foi a melhor obra do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, então no PMDB (hoje no PPS)? Sem dúvida, o Plano Diretor, pela lei 2803, de 10 de outubro de 2006 e que passou a vigorar em 10 de janeiro de 2007. Com ele, Gaspar começou a ter regras e ordenamento de ocupação e desenvolvimento. Começava a lidar minimamente com o futuro. Mas esta iniciativa custou muito caro ao ex-prefeito. Adilson mexeu com interesses poderosos da cidade os quais precisam exatamente da falta de regras. Com a falta de norma, vale o poder da negociação, da troca, amizade e da caneta de quem está no poder. Criam-se soluções particulares e não as integradas à cidade.
NERVOSOS IV
No tempo da elaboração do Plano Diretor, os poderosos deram pouca bola para o que se fazia,para as audiências públicas que o referenderam, bem como à tramitação dele na Câmara e que finalmente o aprovou. Foram ?surpreendidos?. Só perceberam quando das exigências e nas limitações das intervenções que queriam. Feriram-se entendimentos e interesses particulares. E aí Adilson virou o alvo. Ele não soube lidar com esta situação. Sem, ou rejeitando assessoramento, veio aquela fatídica entrevista na rádio. O desfecho e resultados são conhecidos amplamente. O rei ficou nu. Escaldados pela omissão, agora estes mesmos poderosos estão todos antenados. O PT e Pedro Celso Zuchi que foram os beneficiários diretos eleitoralmente daquela ira e situação sabem muito bem como ela se desenvolveu. E estão preocupados. Tanto que manobram a realização da obrigatória Audiência Pública e ao envio da revisão do Plano Diretor à Câmara. Possivelmente só para o ano que vem. Está mais do que na hora do Ministério Público se interessar sobre este assunto e acompanhá-lo mais de perto. Acorda, Gaspar!
AS TETAS
Na última sessão da Câmara de Gaspar houve uma disputa interessante e reveladora. PT e PMDB debateram para ver quem mais ocupa mais cargos comissionados nos governos municipal, estadual e federal. Tudo isto, naturalmente, sustentado com os nossos pesados impostos. A montagem, que representa além das palavras, é de Henrique Gustavo F. M.
SOBRE O TRAPICHE
A promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon, da Moralidade Pública, interessou-se pela área que a prefeitura desapropriou para nela instalar a tal arena multiuso, ?ante as denúncias dando conta da utilização indevida do bem imóvel?, justificou ela para instaurar o inquérito 06.2013.0010172-4.
O técnico da Secretaria Estadual da Saúde veio aqui no último minuto. Foi na sexta-feira. O médico Renato Castro achou lindo o Hospital de Gaspar e o plano apresentado a ele. Mas, não se comprometeu com recursos que o viabilizem. Dependerá da decisão de outros.
Armadilha. A nova administradora do Hospital, Dilene Jahn Mello Santos, está falando que um dos objetivos é o atendimento de saúde mental. Ou seja, a internação de drogados e similares. Esta é uma das exigências para se receber recursos estaduais. Coisa antiga. E se não houver leitos disponíveis com equipes multidisciplinares especiais? Virá a internação, à meia boca, por força judicial para as famílias se livrarem dos incômodos. Se fosse tão bom, qual a razão dos outros hospitais rejeitarem a tal saúde mental como um dos objetivos deles, inclusive quando Dilene estava no Santo Antônio, em Blumenau?
As pessoas e as criaturas. Quem trouxe a Coopervida para o Hospital de Gaspar? Celso de Oliveira, PMDB. Quem recomendou? A Secretaria de Desenvolvimento Regional, PMDB. Quem trouxe Orivald Maciel Filho? A Coopervida.
Em Gaspar, quem lida com Saúde propagandeia que o SUS é uma maravilha. Mas, estes mesmo falsos propagandistas, quando doentes não buscam o SUS para a cura de suas doenças. Correm aos planos de saúde e hospitais particulares. Na semana passada tentaram invadir o Hospital Sírio Libanês que trata de presidentes, incluindo Lula e Dilma, e onde está internado José Sarney. Era para se mostrar esta diferença. O leitor da coluna, o Vlad, resumiu bem: ?o Hospital Sírio Libanês deveria ser transformado em presídio modelo... Afinal é a instituição que mais recupera bandidos no Brasil...?.
Quem estava na reunião do Hospital na sexta-feira? A enfermeira Elisabeth de Souza, ex-funcionária do Hospital e hoje diretora geral da secretaria de Saúde de Gaspar. Não estava à vontade com a exposição de Dilene dos Santos.
Domingo, dia 18, fez um mês que foi assinado, naquele palanque político armado para os desinformados aqui em Gaspar, a ordem de serviço para o início da duplicação da BR 470. Segundo a gasparense honorária, a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, em um mês as máquinas já estariam trabalhando a pleno. Não estão. Pior. Segundo, o superintendente regional do Dnit, em Rio do Sul, engenheiro Elifas Marques, vai demorar. Na entrevista ao Jornal do Meio Dia Ric Record, de Blumenau, tudo irá ao ritmo do Dnit, das indenizações, das greves e não dos discursos. Valha-me Deus.
Infortúnio. O presidente do Samae, Lovídio Carlos Bertoldi, foi a uma volta de 15 dias à Itália. Afinal ninguém é de ferro. Lá, deu sopa ao azar. Ladrões levaram todos os documentos e o dinheiro.
O presidente da Associação de Moradores do Bela Vista, o corretor de seguros Pedro José Garcia, insiste em jogar fora e para especuladores imobiliários, parte do belo terreno que ganhou em doação para a Ambevi. Agora, disfarçou a vantagem da venda que quer fazer e assim concluí-la. Colocou alternativamente o aluguel de área nobre por R$500 mil por 20 anos. Neste caso, é claro, que não deveria haver alternativa. Apenas o aluguel ou comodato as opções para sustentar a Ambebi e preservar o seu patrimônio que não adquiriu, mas ganhou.
Edição 1516
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