06/08/2013
OS DOENTES I
Para que serve uma Secretaria de Desenvolvimento Regional? Para sangria do escasso dinheiro público estadual; para trampolim de candidatos a cargos eletivos; para emprego de políticos e seus cabos eleitorais que não possuem qualificação, competência e habilidades em suas profissões ou no mercado de trabalho. Uma excrecência. Uma vergonha. E ainda a SDR faz de bobos e trouxas os que participam (por Gaspar é o prefeito, o presidente da Câmara, o presidente da Acig e o representante sindical) daquelas reuniões ?solenes? nos municípios onde se decidem por verbas para entidades, como é o caso do Hospital de Gaspar.
OS DOENTES II
Quando o eterno candidato a deputado estadual Paulo França, PMDB, era o secretário, e faz anos, rubricaram os conselheiros da SDR uma verba de R$5 milhões para o Hospital de Gaspar. O secretário de Saúde da época, Dado Cherem, PSDB, zombou. O governador Luiz Henrique da Silveira, PMDB, criador destas secretarias para o nada, zombou. Mais. Afirmaram que ela não tinha autonomia para rubricar verbas fora do alcance do Orçamento estadual. A agonia à cata destes recursos prometidos, divulgados, propagandeados e que nunca vieram, já relatei tudo aqui, várias vezes. Vou poupá-los da repetição.
OS DOENTES III
Vire esta página. O governo do estado tinha um convênio de R$1,8 milhão com o Hospital de Gaspar. Venceu em dezembro de 2012. Numa destas reuniões da SDR ele foi ?renovado?. Só na palavra. Cobrado, o ex-secretário de Saúde, o médico joinvilense Dalmo Claro de Oliveira, PMDB, deputado federal derrotado, indicado por Luiz Henrique da Silveira para o cargo, disse que o que a SDR de Blumenau ?renovou? era ficção. No orçamento da secretaria de Saúde não havia nada. E nada fez. Gaspar está na mão. O Hospital acumulando dívidas. Os doentes, os fracos, desassistidos e pobres apesar da incúria da SDR, atendidos. O governador Raimundo Colombo escondido, refém do PMDB e do cabideiro das tais SDRs, as quais ele conhece muito bem, a tal ponto que quando candidato a governador foi claro: qualificou-as como uma excrecência e jurou fechá-las se eleito. Fez alianças com os políticos para se eleger e não as fechou. Colombo prefere fechar os hospitais.
OS DOENTES IV
E para completar o ato de desdém com Gaspar e o Hospital, o atual secretário Regional, César Botelho, PMDB, ao invés de ser o portador da solução, foi lacônico, dissimulado e mentiroso. Argumentou ? via imprensa - que para renovar o contrato, primeiro o Hospital de Gaspar precisava prestar contas do que recebeu. O ofício 266, de 14 de junho de 2013 da própria SDR ao gerente de contabilização da Secretaria Estadual de Saúde, Irã Jamur Pedro Zanin, assinado Joice Maria Barbeta, desmente o secretário. Ele prova que o Hospital prestou contas; está em dia. Como se vê, os políticos, a SDR, o governo do Estado e a prefeitura de Gaspar jogam juntos, com o mesmo argumento falso, não contra o Hospital, mas contra a cidade, os gasparenses, gente séria e principalmente o povo doente e necessitado.
OS DOENTES V
E por que jogam juntos? Para disputar um naco de poder e não de solução às comunidades de Gaspar e Blumenau, aos doentes, fracos, pobres, desinformados e desassistidos. Primeiro eles querem o Hospital para eles. Depois quem vencer, coloca lá o esquema que recebe verba pública (e poderá vir até em abundância). Ao fim, ao invés de prover saúde à população carente, sustenta a sua ?carente? e esperta rede de interesses. César Botelho apenas prepara o caminho para amanhã, em Florianópolis, ser mais uma do faz de conta com a secretária Tânia Eberhardt, do PMDB de Joinville, outra indicada do blumenauense Luiz Henrique da Silveira. Se as SDRs fossem fechadas, a economia de dinheiro público que se coloca no lixo hoje talvez desse para ser destinada à Saúde, salvar hospitais como o de Gaspar.
DOENTES VI
Está na hora do ministério Público compreender o jogo criminoso dos políticos e em nome da sociedade enquadrar essa tal de SDR e o governo do Estado, da mesma forma como está tentando fazer com a prefeitura de Gaspar. Eles não possuem pudor, palavra, sensibilidade e comprometimento algum. A SDR de Blumenau e seu secretário blumenauense do PMDB, também trabalham contra Blumenau e os blumenauenses. Com a omissão e a mentira, estão colocando mais de 30 mil atendimentos por ano no saturado sistema público de Blumenau. Pior. Atendimento ambulatorial que deveria ser feito pelos postos de Saúde Gaspar, e que não é feito por esperteza, incapacidade ou economia de recursos, como se comprovou, mais uma vez na sexta-feira, durante a audiência no Ministério Público. Acorda, Gaspar!
SOBRE O TRAPICHE
Todos no Conselho do Hospital sabem. Rodrigo Fontes Schramm, PT, - aquele que acabou com a Expogaspar, que aparelhou a Acig, que teve que sair da secretaria de Turismo -, dá as cartas para as confusões nos bastidores do Conselho do Hospital. Ele trabalha para inviabilizar o hospital profissional e autônomo. Faz muito tempo. Quer o hospital mendigo, fraco e os empresários fora de lá para o Hospital ser do seu PT.
A promotora Luciana Uller, da primeira Vara e que cuida da Cidadania, foi dura na reunião de sexta-feira. O PT está ressentido. Não esperava. Luciana fez a princípio uma opção pela comunidade e por fatos concretos. Ela está escaldada com os recentes episódios dos abrigamentos e adoções, armado pelo poder de plantão, a prefeitura e o PT. Ao final ficou exposta diante do que se concluiu nas corregedorias sobre o caso.
O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, está inconformado com o acordo aceito por seus representantes durante a audiência pública na sexta-feira no Fórum. Já orientou. Quer brechas técnicas e jurídicas para descumprir o acordado. Mas, perguntar não ofende: por que Zuchi preferiu estar presidente da Fecam e passar o dia em São José do que tentar resolver o problema para os gasparenses aqui em Gaspar? Isto mostrou que ele não está interessado em ver o Hospital funcionando para os gasparenses.
Gaspar é uma cidade que não avança. O presidente do Conselho Municipal de Saúde não possui qualquer formação ou ligação com a área da Saúde. Ou seja, não compreende nada do que fala. Madereiro aposentado. É encomendador de defuntos. É boca alugada do seu partido conveniência o PT (foi vereador pelo PDT e depois foi parar no PP), o qual quer aparelhar o Hospital de Gaspar para dar emprego à gente como ele. Euclides Rampelotti preferiu acusar, sem fundamento, provas e documentos os atuais administradores do Hospital de ladrões. Teve que engolir a irresponsabilidade. Na sexta-feira eu relatei isto tudo, com exclusividade, nos comentários da coluna na internet.
Maior vergonha foi à denúncia que se fez na audiência. Na sexta-feira, os seis postos de saúde de Gaspar, os quais consomem R$17 milhões por ano, não tinham um só médico. Todos que precisaram de atendimento ambulatorial se dirigiram ao Hospital, endividado, com médicos e trabalhadores de salários atrasados. Um Pronto Atendimento do Hospital faz o serviço dos seis postos municipais, da mesma prefeitura que nega as verbas contratadas ao Hospital, que atende 24 horas sete dias por semana. A secretária de Saúde, Márcia Adriana Cansian, presente, mostrou que não possui qualquer controle desta esbórnia. Mais: quer dar lição de ética e técnica nos atuais administradores do Hospital.
A Gaspar acordada. Fez bem a bancada do PMDB (Ivete Mafra Hammes, Ciro André Quintino, Jaime Kirchner e Marli Iracema Sontag) e o vereador Luiz Carlos Spengler Filho, PP, em propor férias de 30 dias por ano como qualquer trabalhador para os nossos 13 vereadores. Eles estão voltando de férias depois de pouco mais de quatro meses de trabalho. Aliás, tomaram posse em primeiro de janeiro e já curtiram 30 dias de férias de cara e antes de trabalharem. Com a proposta, os cinco vereadores dão uma resposta à sociedade e aos que diziam estar de ?plantão? nas férias.
Sem acesso. Sem transparência. No dia sete de maio, a vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, DEM, fez a indicação 261. Nela, sugeria a criação de uma ouvidoria municipal, ou seja, um canal direto da prefeitura para ouvir as queixas, críticas e sugestões dos gasparenses e dar encaminhamentos internos. A vereadora foi mais além. Sugeriu até ao prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, um modelo de projeto de lei para ser remetido à Câmara, pois esta iniciativa tem que ser do Executivo. Adiantou-se. Como a prefeitura não é transparente, não tomou a iniciativa até agora. Só silêncio.
Edição 1512
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