19/07/2013
DEBOCHE I
Na terça-feira, o jornal Cruzeiro do Vale, estampou aquilo que a cidade inteira sabe faz tempo: a secretária de Desenvolvimento Social, Maristela Cizeski, vive a viajar; deixa sem gestão e a descoberto, na obrigação profissional, uma área sensível. O governo de Pedro Celso Zuchi, PT, ao saber da reportagem fez de conta que Maristela não é sua secretária e se é, o que ela faz, está correto e possui a sua aprovação; e se não estiver certo, com o silêncio, mandou uma banana para quem está incomodado pela cidade com as viagens dela, pois é pagador com os pesados impostos, dos vencimentos da secretária, justamente para ela ficar aqui e resolver os graves problemas nesta área, os quais abundam pelo município. A vereadora Ivete Mafra Hammes, PMDB, pediu explicações. Vai aguardar. Os representantes de Zuchi na Câmara também preferiram o silêncio.
DEBOCHE II
Este é um típico caso de polícia. Por que? Há tantos fatos estranhos. O prefeito Zuchi além de calado, não mandou abrir uma sindicância para apurar a denúncia (e com isto ao menos tentar inocentá-la). Todos são cúmplices. Nem a secretária ficou abalada. Ao contrário, está convencida de que deve enfrentar quem teve a coragem de levantar tal assunto, ou quer respostas, para que aprendam de uma vez por todas, a não mexer com ela. Abjeto. Até falsidade ideológica está tipificada. Maristela em algumas oportunidades viajou alegando ser membro da Conanda ? Conselho Nacional dos Direitos da Criança e Adolescente - como representante não governamental da Pastoral da Criança, da Igreja Católica. Como, se ela é oficialmente, é uma secretária comissionada do governo de Gaspar, ou seja, um ente governamental? E o Ministério Público calado.
DEBOCHE III
As constantes e inexplicáveis viagens da agora secretária de Desenvolvimento Social remontam ao primeiro mês subsequente em que ela apareceu e assumiu por aqui como ?assessora administrativa? na secretaria. Ou seja, mais que outro servidor comissionado, ela deveria estar presente e fazer funcionar a área. Está tudo anotado e documentado. Está registrado em troca de e.mails, em passagens, em reportagens, em entrevistas, em seminários nos quais participou, em prestações de contas, ou quando isto não foi oficial, em registros de postagens em redes sociais...
DEBOCHE IV
Maristela chegou no dia 19 de agosto de 2011; no dia 21 de setembro, viajou. Repetiu a dose no mesmo mês nos dias 28 e 29 para o Tocantins. Em dezembro os registros de viagens são 20 (Florianópolis), 25 (Luiz Alves), 26 e 27. E para encerrar o ano de 2011, Maristela se ausentou de Gaspar nos dias 16, 21, 28,29 e 30 de novembro. Outros registros são de dezembro nos dias 14, 15 e 16 de dezembro, antes das férias. Recarregada foi a Florianópolis no dia 18 de janeiro de 2012. Em março foi a Roraima e Brasília nos dias cinco, seis e sete; e nos dias 19 e 20 do mesmo mês voltou à estrada. A agenda continuou pontuada de viagens nos dias nove, 10, 11 e 12 de abril; dois, três, quatro, 14, 15, 16, 17, 23 e 24 de maio. Antes de uma trégua de quatro meses, Maristela ainda viajou nos dias 18 e 19 de junho e só retornaria a estrada nos dias seis, sete e oito de novembro daquele ano para encerrar nos dias 10, 11, 12 e 13 de dezembro. Em 2013, o caso foi denunciado ao Ministério Público. Mas, pouco adiantou. E para citar os mais recentes de uma longa lista: nos dias quatro, cinco, seis e sete de junho, e nos dias nove, dez, 11 e 12 de julho Maristela estava na estrada novamente. Acorda, Gaspar!
SOBRE O TRAPICHE
Só na terça-feira, última sessão da Câmara antes das férias, é que os projetos de lei 28 e 29, para a compra de equipamentos e asfaltamento de ruas foram primeira e única discussão e votação. O prefeito Pedro Celso Zuchi, debochando dos vereadores, os agradecia uma semana antes pela aprovação que supostamente já teria acontecido. O líder do governo, o cunhado do prefeito, Antônio Carlos Dalsóchio, PT, nada explicou ou se desculpou.
O Hospital de Gaspar fez o bazar com produtos da Receita Federal. Uma semana depois, nada de prestação de contas. Depois reclamam da transparência e verbas dos outros.
Falta de respeito. A vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, DEM, foi convocada pela prefeitura para comparecer ao ato de assinatura da Ordem de Serviço da duplicação da BR 470. Primeiro: há três poderes independentes. Segundo, o prefeito não pode convocar vereador (mesmo que fosse do seu partido ou base, que não é o caso de Andreia) para aparecer em atos solenes; no máximo, convidar, participar, informar... Andreia indignou-se. Registrou: ?vou lá porque sou gasparense, é uma obra importante para nós e vou representar os que votaram em mim, não porque estou sendo convocada?. Silêncio.
Da sessão de julgamento da cassação de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT, uma conclusão óbvia. A batata está assando no Tribunal Regional Eleitoral e eles se tornaram figurinhas conhecidas demais dos julgadores da corte. E há mais dois julgamentos, um deles, com as provas que dizem que faltaram para a cassação de quinta-feira: os depoimentos dos beneficiados pelos presentinhos em época de eleições.
O juiz Federal Ivori Luiz da Silva Scheffer ensaiou no Tribunal Regional Eleitoral uma tese singular: a de que todo político é limpo, salvo prova em contrário. Ele votou a favor do recurso contra a cassação e queria com a tese, retirar a multa de R$25 mil para o crime, seguindo o relator Carlos Vicente da Rosa Góes. Ivori combatia a tese da dúvida, expressa momentos antes pelo juiz blumenauense Hélio do Vale Pereira. Tensão. Ivori recuou.
Vira e mexe, em público, Pedro Celso Zuchi, PT, diz que os candidatos vão ter que derrotá-lo na próxima eleição a prefeito. Zuchi está no terceiro mandato, sendo o seu segundo consecutivo, o máximo permitido por lei. Não é possível que ele não saiba o que fala.
Meteorologista. O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, justificou que a escolha do ginásio João dos Santos para a solenidade de assinatura da tal Ordem de Serviço, era em função do mau tempo previsto para a hora do evento. Errou. Talvez ele tenha consultado a gerente da Defesa Civil, a amiga para todas as horas, a professora de Educação Física, Mari Inês Testoni Theiss.
Constatação. O ginásio, longe da BR 470, foi uma proteção contra protestos, ou seja, um outro mau tempo que acompanha políticos e governantes. Para lá acorreram muita gente que se dizia autoridade. Povo, quase nada. Verba necessária do governo Federal para terminar a ponte do Vale, nada. Passar pela BR 470, também nenhum autoridade se arriscou. Na imprensa, o destaque foi a capa do Jornal de Santa Catarina, de Blumenau, com a Ordem de Serviço do Povo, o que não aguenta mais os palanques e as armações dos políticos.
Espalharam que o governador Raimundo Colombo, PSD, fazia a sua primeira visita oficial a Gaspar. Foi proposital. Queriam lhe imputar um aproveitamento pirata na solenidade petista. É verdade que seu governo anda bem ausente por aqui e tenta se redimir com o projeto do Contorno. Colombo já tinha estado em Gaspar em meados de agosto do ano passado para a inauguração da fábrica de margarinas da Bunge. Estranho mesmo é que os que dizem seus porta-vozes por aqui nada falaram. Pior mesmo, foi ver a imprensa comer tal notícia plantada. Falta-lhe memória ou arquivo.
O vereador Jaime Kirchner se orgulha de ter o mesmo sobrenome da presidente argentina Cristina. Talvez isto, explicaria a razão pela qual ele destoa da bancada do PMDB; explicaria a razão pela qual não suporta os questionamentos na imprensa e porque a sua assessora está fazendo um jornal mensal só para circular no Belchior, com notícias suas.
Quer mais uma da Ditran ? Diretoria de Trânsito ? de Gaspar? Ela só possui uma monitora para controlar 400 vagas aqui no Centro. Show de planejamento, competência e resultado.
Estranho silêncio. A edição da quarta-feira do Diário Oficial dos Municípios - aquele que se esconde na internet ? o prefeito comunicou que abriu sindicância para apurar se é verdadeiro que um professor temporário, em tese, estaria praticando condutas de cunho malicioso, constrangendo aluno da rede pública municipal de ensino. Uau! Isto é um caso de polícia, ou não?
Qual a diferença entre a diferença entre condolências e complacência? Tem vereador que ainda não sabe.
Edição 1507
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