05/07/2013
GASPAR SUBJUGADA I
Saúde para pobres, doentes, desinformados e manipulados pelo poder. Este assunto é sério no Brasil e por aqui. Faz tempo. Mas em Gaspar enrola-se. Teme-se apontar erros, responsáveis e omissos. É um jogo. Enquanto isto acontecer na antiga Gaspar, ela continuará pequena, para poucos: os que precisam de holofotes, entrevistas, fotos, reportagens; não o sacrifício que requer a solução. A sessão da Câmara de Gaspar na terça-feira estampou o cenário deste faz de contas, onde só os mais fracos pagam com as dores, angústias, esperanças e até com a vida o que os rancorosos, saudáveis, fortes, poderosos, famosos e vaidosos resistem ao necessário e urgente basta.
GASPAR SUBJUGADA II
Cena um. O vereador Marcelo de Souza Brick, PSD, manifesta-se contra a vinda de médicos estrangeiros. Em tese está certo. O problema da saúde pública antecede à falta de médicos no interior como Blumenau, Florianópolis e até Gaspar. Imagina-se nos grotões. O líder do governo e do cunhado, Pedro Celso Zuchi, Antônio Carlos Dalsóchio, discorda. Defendem Dilma Vana Rousseff, todos do PT. Uma marca da hipocrisia. O vereador Jaime Kirchner, PMDB, vai à mesma toada: acusa os médicos de capitalistas. Só o vereador é quem poderia ter esta condição. Conclusão: todos trabalham contra Gaspar, contra os mais fracos, contra os doentes. Nenhum deles deu a solução para a reiterada falta de atendimento nos postos e no Hospital daqui. Esta é a questão central. O problema está no nariz de todos. Inclusive dos vereadores, prefeito, seus assessores e da comunidade. Fizeram espetáculo com aquilo que está fora do alcance deles resolverem: a importação de médicos. Tergiversaram naquilo que é próprio deles solucionarem à sua gente; a mais sofrida, a que vota neles.
GASPAR SUBJUGADA III
Cena dois. Brick é do partido do governador. Avoca como porta voz do governo de Raimundo Colombo. Então Brick é parte da solução. Ele e o seu deputado padrinho, Jean Kuhlmann, e também o sumido Ismael dos Santos que vive a pescar votos do rebanho de evangélicos sem o compromisso com a comunidade. São governo estadual os vereadores Jaime, Marli Iracema Sontag, Ivete Mafra Hammes (que conhece bem este assunto) e Ciro André Quintino, do PMDB. E por quê? Porque o secretário da Saúde indicado por Luiz Henrique da Silveira era o médico joinvilense e suplente de deputado Federal, Dalmo Claro de Oliveira, do PMDB, que pediu para sair ontem. A substituta Tânia Eberhardt é da cota do PMDB. É do governo do estado a secretaria cabideiro Desenvolvimento Regional onde está empregado Kleber Edson Wan Dall, na Assistência Social, onde está o interlocutor de todos daqui no governo de Colombo, César Botelho. Ah, querem mais? Tem! Os deputados peemedebistas Aldo Schneider (Ciro) e Dirce Heiderscheidt (Ivete).
GASPAR SUBJUGADA IV
Cena três. E o PT de Dalsochio, de José Amarildo Rampelotti e de Hamilton Graff, o Mitinho (o que parece ser um exímio administrador de Hospital). Eles possuem a solução. Primeiro, a crise é criada pelo governo do PT. Em dez anos de poder tudo ficou pior na Saúde. A gestão e o SUS beiram a atos criminosos. Transferem-se responsabilidades e custos aos municípios e aos governos estaduais nas regras que se criam, mas não se sustenta financeiramente. E o que é feito dos interlocutores privilegiados como a gasparense honorária, a ministra Ideli Salvatti e o deputado Décio Neri de Lima? Bananas para o Hospital de Gaspar, a não ser quando for aparelhado pelos desempregados do partido, como foi um dia por Aldo Avosani. Ele estava lá. Fiscalizou os centavos, e ao fim com o alto salário que recebia na contrapartida da liberação das verbas municipais, pode conferir que era pouco, que não havia roubo e para não ficar manchado, saiu de mansinho para a prefeitura armar o bote de cortar os recursos para o Hospital. E nem vou falar do caso da escolha do genro para diretor clínico que parou na polícia e na Justiça. Muito menos da promessa de campanha de deixar o CAR aberto24 horas em sete dias por semana. Mentira pura. Está escrito.
GASPAR SUBJUGADA V
Cena quatro. Na mesma sessão da Câmara fico sabendo pelo palavrório que não leva a nada, que o presidente do Conselho do Hospital, Sérgio Roberto Waldrich, está fora do país. Está tentando um encontro com o governador. Como tentando? Vai continuar tentando se persistir nesta teimosia? A Acig a quem delegou parte da operação não possui qualquer representatividade depois que se deixou aparelhar. Ela não possui relacionamentos (nem na apresentação do Anel de Contorno na Acib ela foi). Samir Buhatem não é mais o ativo presidente. Cena cinco. Entra em ação o amigo do rei. O presidente da Câmara, o mais petista de todos, José Hilário Melato, ensaia para a próxima sessão um requerimento recomendando ao prefeito, hospital e Acig, acionarem a AMMVI para que ela interfira no governo do Estado em favor do Hospital daqui. Piada dupla. AMMVI é administrativa e não política. E por que Melato não faz este papel via a bancada do PP na Assembleia? Por que não sugeriu ao seu primeiro amigo a interferência da política e bem relacionada Fecam?
GASPAR SUBJUGADA VI
Epílogo. O governador vai atender a um pedido do Sérgio? A troco do que, se ele, o governo do estado, é refém na Assembleia dos deputados. A governabilidade passa pelo PMDB. Então tudo está mal avaliado. E contra Gaspar. Contra o Hospital. Contra os pobres, doentes, fracos e desinformados. Sérgio, eu não sou seu assessor. Mas, faça o simples, necessário e óbvio, por favor. Deixa de protocolos, de gente que não lhe ajuda e vá ao prático. Coloquem na roda os deputados, secretário regional e vereadores do PMDB que dizem representar Gaspar. Coloque os do PSD e o presidente da Câmara na engrenagem desta roda. Faça-a funcionar em nome de uma causa comunitária. Aponte os políticos que atrapalham a cidade e os cidadãos e cidadãs nesta causa. Não se alinhe aos palanqueiros de ideias. Eles precisam do caos e dos continuados problemas para alimentar os discursos e apontar culpados. Não subjugue a cidade. Escreva um novo capítulo. Pratique a solução, mesmo que impossível. Acorda, Gaspar!
SOBRE O TRAPICHE
Quando você perceber que, para produzir precisa obter a autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho; que as leis não nos protegem deles, mas pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada e a honestidade se converte em auto sacrifício, então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada? Any Rand ou Alissa Zinovievna Rosenbaum. Filósofa, escritora e darmartuga judia russa nascida em São Ptersburgo no dia dois de fevereiro de 1905, morta no dia seis de março de 1982 em Nova Iorque. Há alguma dúvida sobre a atualidade desta afirmação? Wake up, Brazil!
Cursos de capacitação de servidores municipais, agora só com autorização expressa da secretaria de Administração e da chefia de Gabinete de Gaspar. É o que diz o decreto 5.519. O secretário Alfonso Hostert se matriculou num curso de arroz irrigado no Rio Grande do Sul. Coincidentemente na cidade do seu assessor e na época da Expointer. Outros dois detalhes: a Epagri possui em Itajaí um dos melhores campos experimentais de arroz irrigado. Então não precisa ir tão longe, gastar e em outro ecossistema. Este dinheiro poderia ser poupado para fazer outras quatro máquinas funcionarem das cinco que diz ter a secretaria para o suporte da lavoura. Os agricultores agradeceriam.
O vereador Ciro André Quintino, PMDB, está alinhado com o deputado Aldo Schneider. A Festa de São Pedro foi o teste público. A leitura pragmática de Ciro é a seguinte: um vereador precisa de um deputado atuante, com força para ajudá-lo na comunidade.
O desligamento de Joel da Costa do PSDB, ele próprio anunciou a todos. A sua volta ao PMDB providencialmente ele escondeu. Esta coluna revelou com exclusividade. Esta é a tentativa de unir o seu antigo partido em torno do seu nome para a disputa estadual.
Outra exclusiva e em primeira mão aqui, na internet, onde a coluna é a mais acessada: o adiamento do julgamento da Ação contra Pedro Celso Zuchi, PT, no TRE para a próxima quarta-feira. Fontes. Interatividade. Credibilidade. Atualização.
A regularização dos admitidos da prefeitura de Ilhota pode encher um ônibus para trazê-los de volta a Gaspar.
Edição 1503
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