02/07/2013
O FIM OU RECOMEÇO? I
O prefeito Pedro Celso Zuchi e sua vice, Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT, passam amanhã por uma crucial prova de fogo. O julgamento da Ação conhecida como a do Kit Torneiras no Tribunal Regional Eleitoral, em Florianópolis, vai encerrar ou recomeçar um ciclo de dúvidas e agonia. Se vencedor, sinaliza o fim dos impedimentos ao segundo mandato consecutivo do prefeito e enfraquece os possíveis recursos. Se perder, dá sobrevida ao candidato segundo colocado nas eleições de outubro passado, Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e seu vice, Rodrigo Boeing Althoff, PV. Eles ganham a chance de assumir a Prefeitura de Gaspar.
O FIM OU RECOMEÇO? II
Para relembrar. Pedro Celso Zuchi sofreu como candidato, duas impugnações do PPS e do DEM. Uma já foi julgada no Tribunal. Reconhecido o crime, foi condenado por cinco a dois a pagar R$25 mil de multa ao invés da cassação. A outra ainda não foi julgada e ficará prejudicada com o julgamento de amanhã. Já eleito, Zuchi teve um pedido de cassação feito pelo PMDB, segundo colocado. Nesta Ação, foram reunidas as acusações do PPS e DEM, mais a denúncia de compra de votos numa entrega de Kits Torneiras aos moradores nas casinhas de plástico na BR-470. Isto aconteceu em período não permitido pela Justiça Eleitoral, em hora de expediente da prefeitura, sob a supervisão de funcionários públicos comissionados que teriam pedido votos, para algo que deveria ter sido entregue muitos anos antes. Uma outra suposta compra de votos também ameaçou todo o mandato anterior de Zuchi. Levou três anos na Justiça. Livrou-se na última hora. O articulador daquela suposta compra de votos foi o suplente de vereador pelo PV e hoje no PRB, o secretário de Agricultura, Alfonso Bernardo Hostert que permanece réu.
O FIM OU RECOMEÇO? III
Este julgamento pode selar o fim de tudo que se quer contra o prefeito, porque o pedido engloba todas as acusações do PPS, DEM e PMDB. E se livre, ou penalizado por multas, continua no poder e os adversários chupando o dedo. Se perder, abre chance para Kleber. Zuchi vai agonizar por meses em recursos nos tribunais. Há possibilidade de, na interinidade, o presidente da Câmara assumir - dai o by pass que José Hilário Melato, PP, quer dar em Marcelo de Souza Brick, PSD -, pois Kleber já declarou que vai ser prefeito sem que tudo esteja julgado e ele confirmado definitivamente.
O FIM OU RECOMEÇO? IV
O que favorece Zuchi e Mariluci? Ele acabou de se livrar do estigma da Ação Caminhão Pipa e que afligiu um dia o presidente do TRE, Eládio Torret Rocha; o corpo fechado a tal ponto de em um julgamento, juiz ter dito que por muito menos o Tribunal já tinha cassado outros políticos, mas mesmo assim, livrou Zuchi de penalização idêntica aos cassados; a presidência da Fecam, uma força institucional a ser preservada; além da boa banca de advogados do PT, feita de relacionamentos para a causa. O que pesa contra: o seu histórico de reincidências; os inúmeros questionamentos no Ministério Público, bem como a vingança que o partido orquestrou contra a juíza eleitoral Ana Paula Amaro da Silveira, a qual se pronunciou nas impugnações. Este fato chamou a atenção da magistratura catarinense. Outro ponto contra? As terríveis e insistentes vozes das ruas pela moralização, inclusive por aqui.
O FIM OU RECOMEÇO? V
O PMDB de Gaspar está quieto. Muito quieto. Talvez não queira se decepcionar antecipadamente com o resultado; sabe que o caminho não será fácil; ou não sabe o que vai fazer se ganhar, porque preparado para governar, isto o partido não está, a começar pelo gerenciamento das críticas da imprensa e adversários. Outra. Para quem possui reais chances de ser poder, estranha-se muito que o partido nem se preocupou com a necessária governabilidade na Câmara.
ILHOTA FAZ TAC I
O prefeito de Ilhota, Daniel Christian Bossi, PSD, advogado, com o testemunho da procuradora geral Marli Zieker Bento, acaba de fazer um Termo de Ajustamento de Conduta com Ministério Público. É para não mais contratar funcionários temporários, os chamados ACTs, e os terceirizados, em funções essenciais, todas próprias do funcionalismo público. Bossi terá até janeiro de 2014 para regularizar a caótica situação da prefeitura deixada pelo seu antecessor, Ademar Felisky , PMDB (2005-2008 e 2009-2012). A negociação foi com a promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon, da Moralidade Pública. A promotora agora vai cuidar da situação de Gaspar que reluta em regularizar este assunto.
ILHOTA FAZ TAC II
Entre os compromissos assumidos por Ilhota estão o de não contratar mais ninguém sem concurso público. A contratação de agentes de saúde será feita por meio de processo seletivo. O mesmo acontecerá nos casos de declarada emergência. Há uma recomendação para que nos cargos de confiança sejam prioritariamente preenchidos por servidores estatutários. Em 30 dias o Ministério Público receberá um raio-x da atual situação para confrontar os problemas a serem regularizados. Por fim, a prefeitura de Ilhota terá 120 dias para criar e enviar à Câmara uma legislação se disciplinando ao tema. E desde sexta-feira começou a correr os dez dias para divulgar na imprensa o que foi pactuado entre a prefeitura e o MP. Na coluna na internet, comprovadamente a mais acessada, disponibilizo na íntegra, os termos deste TAC.
SOBRE O TRAPICHE
O vereador Marcelo de Souza Brick, PSD, descobriu na sessão de terça-feira da Câmara que ele é oposição. Ficou-se sabendo também que Brick até defendia a atual administração petista, mas não fará mais isto. Ele está inconformado com o não atendimento das suas indicações para os munícipes, mas principalmente pela falta de respostas do Paço aos seus pleitos. Ciro André Quintino, PMDB, foi na mesma toada sobre o silêncio da prefeitura às suas indicações.
A festa de São Pedro continua um palco para políticos e enigmas decifráveis. O PMDB de Gaspar desqualificou o meu comentário ?O PSDB traído? feito na coluna dia 25 de junho. Estou de alma lavada. Cena um. Almoço de domingo, juntos o presidente do partido Carlos Roberto Pereira, o esperançoso Kleber Edson Wan Dall, a vereadora Ivete Mafra Hammes, o ex-presidente do partido, Valter Morello entre outros, com o provável candidato a deputado estadual, Joel Júlio da Costa, PSDB.
Cena dois. Na mesma festa e almoço. O vereador Ciro André Quintino e o ex-vereador e agora suplente Raul Schiller, ambos do PMDB, vários convivas com o deputado Aldo Schneider, PMDB. Só faltou na cena o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, PPS, ex-PMDB, o padrinho do deputado por aqui. Ai já seria demais. Concluindo: estes políticos com os seus ensaios e desmentidos é que fazem a credibilidade da coluna. Está à vista de todos, mas teimam e negam.
Do leitor da coluna, Vlad. O clima das manifestações está tão forte que hoje, dentro do ônibus, eu espirrei e a senhora ao lado disse: SAÚDE! O motorista gritou: é isso aí, EDUCAÇÃO! O trocador emendou: e SEGURANÇA! E, todos nós cantamos o hino nacional.
Duas que deveriam ser privatizadas para aumentar a eficiência para com os consumidores e gerar caixa ao governo do estado: Casan e Celesc. As que deveriam ser eliminadas com o mesmo propósito: as secretarias de Desenvolvimento Regional.
Por que o secretário de Obras de Gaspar, Soly Waltrick Antunes Filho, é o encarregado dos acertos com os compradores do madeirame devolvido da Arena Multiuso?
Uma consulta aos entendidos. Existe um caso estranho na prefeitura. Um diretor nomeado, ou seja, comissionado, já aposentado pelo INSS, precisou se afastar para fazer uma cirurgia (?). Como não pode receber auxílio doença, ele continua recebendo da prefeitura, mesmo afastado e sem trabalhar. Isto pode?
Contrata-se marqueteiro de verdade. Existe algum vereador de mentira em Gaspar?
Não tem jeito. O que nasce torto é difícil se desentortar. Lembram-se daquela concorrência 08/2013 para o dia dois de abril para a ?implantação, treinamento e capacitação, licenciamento e direito de uso permanente, manutenção e suporte, customização e atualização em softwares de gestão pública municipal, para atendimento das áreas de administração fazendária, administração geral e atendimento à população?? Deu rolo. Foi parar no Tribunal de Contas. Ela reapareceu como a 98/2013 e na sexta-feira aconteceu o pregão. Pois a promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon, da Moralidade Pública, expediu uma recomendação para o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT. Para que? Para suspendê-la para melhor análise. Este assunto é técnico e complicado.
Edição 1502
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