28/06/2013
CADÊ A MANGUEIRA? I
Faz tempo, a prefeitura mandou desapropriar 430 mil metros da antiga Fazenda Juçara ali na Margem Esquerda para instalar a tal Arena Multiuso. Como sempre, fez preço do jeito dela. O proprietário Gert Fritsch não aceitou. Na Justiça se discute o valor de mercado. Outros prefeitos vão pagá-la. E muito mais do que os entendidos da prefeitura arbitraram. E para ocupá-la, ganhou-se na Justiça uma imissão de posse. Vai se depender de verbas federais que não se tem para concretizar a Arena. Vai se levar anos até porque uma posse provisória dificulta a vinda de dinheiro, veja o que acontece com as casinhas de plástico. Tudo se apressou e se improvisou. Apenas para se cumprir uma promessa de campanha: liberar parcialmente aquela área para o CTG Coração do Vale fazer a sua festa, pois perdia ele a Cancha Schramm. Ela se tornava pequena e mudava de dono. E é ai que tudo se confunde.
CADÊ A MANGUEIRA? II
Gado ? e não foram poucas cabeças, mas centenas - foram parar na área pública ? mesmo sob litígio do preço e propriedade. E sem nenhuma autorização, formalidade, o gado pastou, engordou e fez lucro aos donos que ao antigo proprietário pagariam arrendamento. A prefeitura fingiu o tempo todo que não era com ela esta irregularidade. Favoreceu os amigos. Fez campanha. Fotos do gado e seus brincos provam a origem deles e dos laços. Como a dita oposição não se interessou e nem mesmo o Ministério Público, as parcas notas aqui não foram suficientes para o caso ser avaliado à luz da decência pública. Então, resolveu-se avançar mais.
CADÊ A MANGUEIRA? III
Neste ano, para ocupar melhor a área para o rodeio, resolveu-se desmanchar e vender a mangueira que servia para abrigar até 200 cabeças de gado. Não era coisa pouca. Tentaram vendê-la por R$10 mil, mas acabaram fechando por R$5 mil líquidos devido à pressa e o serviço que se tinha para sumir com ela de lá. Afinal com que ficou este dinheiro? Com a prefeitura? Com o CTG? Com particulares? Quem? Qual a permissão dada pela Câmara (em nome dos gasparenses) para tal venda e transação de um bem público?
CADÊ A MANGUEIRA? IV
A Comissão de Gestão Pública presidida pelo vereador Luiz Carlos Spengler Filho, o Lú, PP, interessou-se e foi lá. Documentou tudo. Conversou com os envolvidos. Estranhamente está em silêncio há quase dois meses. Participam desta comissão ainda Ivete Mafra Hammes e Marli Iracema Sontag, ambas do PMDB e Andreia Symone Zimmermann Nagel, DEM. Houve quem afirmasse de que a mangueira não é parte do negócio de desapropriação feito pela prefeitura. Balela. Enganaram a doutora Chymelli Louise de Resenes Marcon. Há uma Ata Notarial produzida pelo Cartório Santos no dia 12 de abril de 2012, no livro 315, folha 104 e sob o protocolo 8296, onde o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, afirma e testemunha que quando tomou posse da propriedade ele próprio enxergou esta mangueira e a deu como um bem público.
CADÊ A MANGUEIRA? V
Quando o desmanche da mangueira foi revelado aqui, o próprio prefeito correu atrás do prejuízo que se decidiu numa reunião de conhecidos. Não queria ele transtornos com o Ministério Público, justo no tempo da festa do CTG. Os compradores Elpídio da Silva (que desmanchou), Cesário Simão, Edmilson Simão e Gilberto Sthiller,o Beto, os compradores, devolveram parcialmente o material (telhas, madeirame, ferragens...). Outra parte, como se documenta, pode ser ainda encontrada estocada fora da Arena Multiuso. Entretanto, parte do acordo informal de desfazimento do negócio ainda não foi ainda completamente honrado. Tem gente esperando a devolução dos R$5 mil que se pagou (a quem mesmo?) pela madeira e o ressarcimento das despesas de desmanche de mais de um mês de serviço e o transporte (ida e volta, que não foi pouco). Como o assunto esfriou na Comissão e no próprio MP, o pessoal da prefeitura resolveu peitar os compradores de boa fé. E nesta semana o assunto se requentou. Acorda, Gaspar!
QUEM ELES QUEREM PUNIR I?
Olha só a gracinha que apareceu na terça-feira no Diário Oficial dos Municípios ? aquele que se esconde na internet? A portaria 3.124, de 20 de junho de 2013. O que ela quer? A abertura de sindicância para apurar os fatos denunciados em jornal de circulação local, e sua autoria. E quais são fatos? Os denunciados aqui nesta coluna no dia 11 de junho de 2013, envolvendo o desaparecimento dos autos de infrações de trânsito de nº 55634940D a 55634945D, ?bem como os repasses destas informações ao referido meio de comunicação?.
QUEM ELES QUEREM PUNIR II?
Observaram? A prefeitura não quer apenas apurar e punir quem eventualmente prevaricou na Ditran, mas quem fez a denúncia de algo errado (ou entre amigos) à imprensa. A administração municipal quer punir a transparência e não o errado. Quer desmoralizar e intimidar a imprensa, não o erro. Se querem saber quem passou a informação e as cópias das infrações retiradas do sistema para esta coluna, a Comissão não saberá. Faz parte do sigilo profissional. E não é a primeira vez que isto acontece na atual administração petista. Lembram-se daquele laudo da Defesa Civil e da Ditran que concluiu que a ponte estava doente, oferecia perigo e precisava ser interditada parcialmente e de urgentes obras? Pois bem. Este laudo ficou em segredo contra o perigo a que estava exposto à população. Eu obtive o laudo e o divulguei. Ao invés de reparar a ponte, a primeira ação foi a tentar descobrir quem me ofereceu o documento. Deu no que deu. Será que a história vai se repetir? Acorda, Gaspar!
SOBRE O TRAPICHE
Esta semana será posta a prova mais uma vez a tese de que o prefeito de Gaspar tem o corpo fechado na Justiça, como ele, o partido e os amigos alardeiam por ai. O julgamento da Ação que pede a cassação do mandato de Pedro Celso Zuchi e sua vice, Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT, e impetrada pelo PMDB de Gaspar, vai ser julgada na quarta-feira pelo Tribunal Regional Eleitoral. O recurso 809-97.2012.6.24.0064 trata daquela denúncia que engloba todas as do PPS e DEM, mais a distribuição de kits torneiras para os que moram nas casinhas de plástico às vésperas das eleições com a orientação de funcionários da prefeitura. O juiz relator é Juiz Carlos Vicente da Rosa Góes.
Com tantos problemas na saúde pública de Gaspar, o vereador Jaime Kirschner, PMDB, do Belchior ocupou a tribuna na Câmara para defender a importação de médicos de Cuba . E para justificar a qualidade deles, Jaime assegurou ? mas não deu a fonte desta afirmação - que os dirigentes totalitários da Venezuela (Hugo Chavéz, que morreu tratando-se em Cuba) e da Bolívia (Evo Morales) quando estão doentes vão para Cuba. O primeiro péssimo exemplo deles é que eles deviam ter qualidade de saúde lá nos seus próprios países e não precisar ir para outros, para esconder as suas doenças e deficiências como líderes e péssimos administradores públicos. Os pobres e isolados brasileiros merecem mais do que isto vereador. Outra. Segundo. O que não funciona no Brasil não é a falta de médicos apenas, mas o precário sistema sério de saúde pública e esta vergonhosa tabela do SUS congelada desde a década de 1990.
Companheiro da onça. O líder do governo de Pedro Celso Zuchi, José Amarildo Rampelotti, PT, ficará de licença dois meses. E vai ceder a vaga para a Cleia Schramm no rodízio. Mas ela vai trabalhar um mês. O outro será o recesso de julho.
Afinal qual foi o primeiro jornal tabloide de Gaspar? Talvez o Silvio Rangel com a sua Gazeta do Vale possa nos responder.
Está mais do que na hora de se levantar a quantidade de alugueis que a prefeitura paga em Gaspar e como ela faz disso um exercício político, poder, discriminação e indireta cabala de votos. Acorda, Gaspar!
Na coluna do dia 21 ao relatar os 53 anos da ponte, informei que Blumenau emprestou dinheiro para a sua construção e que por isto o prefeito de lá deu o nome a ela. Errei duas vezes. Quem deu dinheiro para o prefeito Dorval Pamplona de Gaspar construir a ponte e até sobrou para a Escola Frei Policarpo, foi mesmo Hercílio Deecke, ex-prefeito de Blumenau (1951-1956/1961-1966), mas na condição de secretário da Fazenda do governador Heriberto Hülse (1956-1960). Todos eram da UDN.
Edição 1501
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