18/06/2013
AS RUAS DA DISCÓRDIA I
Gaspar inventou ruas. Elas não existem oficialmente. Os prefeitos e principalmente Pedro Celso Zuchi, PT, deu nomes nelas ao arrepio da Lei. Só para ares de legalidade. Ilegais e irregulares continuam. A Câmara, na legislatura passada, fechou o olho e as aprovou a rodo. Aqui sempre escrevi que isto era uma indecência e um problema. Os vereadores também fizeram o mesmo. O prefeito sancionou as propostas deles. Troca de favores. Coleta de votos e interesses. O jogo foi contra o Plano Diretor. Contra a lei. Contra o futuro da cidade. Contra a qualidade de vida das pessoas destas ruas. A favor de alguns espertos e privilegiados. Todos enganadores. E teve vereador, como Rodrigo Boeing Althoff, PV, engenheiro - ex-secretário de Planejamento do PT, ?dissidente? mais tarde, candidato a vice-prefeito com Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e também vereador da legislatura passada -, o desplante de propor um projeto de lei para legalizar o ilegal e o irregular. Pior: houve quem aplaudisse. Vergonhoso.
AS RUAS DA DISCÓRDIA II
Resumo. Tudo isto foi parar no Ministério Público. E há na Câmara e na prefeitura quem acha que o promotor é o culpado. Pode? Em Gaspar pode. Mas, a cidade está mudando. E muda a partir do titular do registro de Imóveis, Renato L. Benucci, concursado e cujos atos são submetidos à corregedoria do Tribunal de Justiça. Ele tem sido legalista, metódico e na dúvida, o Ministério Público tem sido o avalista ou consultor. Quem ganha com isto? A cidade, os cidadãos, as cidadãs. Os proprietários passam a ter segurança jurídica, orientação para o resultado e proteção documental. Mais do que isto, os cartórios ? intermediários deste processo onde tudo flui, trava e custa - perceberam isso. E se profissionalizaram. Um caminho de conhecimento e assessoramento está no Cartório Santos. É Rafael Schwartz, gasparense da gema. Os políticos deviam conversar mais com ele. O prefeito Pedro Celso Zuchi e a secretária de Planejamento, Patrícia Scheit, deviam inclui-lo nas suas consultas. Quase todos os problemas imobiliários de Gaspar estariam solucionados antes de se tornarem pesadelos. Ou seja, pela prevenção e orientação.
AS RUAS DA DISCÓRDIA III
E foi isto que perceberam os corretores legalizados de Gaspar, topógrafos, engenheiros e a subseção da OAB de Gaspar. Viram que as gambiarras imobiliárias estavam com os dias contados nos caminhos extra lei. E de que os políticos quebradores de galhos estavam os enganando. Sem alternativas, partiram para adequação técnica e profissional. E com que foram se consultar? Com o escrevente notarial Rafael Schwartz ? que faz uma dissertação sobre o tema. E onde ele foi rezar? Na cartilha do dr. Renato Benucci que registra os feitos de seus clientes. Benucci por sua vez se apega à lei disponível, com aval do MP para a assertividade dos atos notariais. E um e.mail com nove pontos do dia 22 de abril se espalhou pela cidade de uma reunião que aconteceu no dia 18. É longo, vou disponibilizá-lo nos comentários da coluna na internert, a mais acessada de Gaspar. Mas, o que está lá? Que o prefeito e os vereadores foram copiados. Se eles ainda erram, é porque desafiam o perigo, a lei, a orientação e o bom senso. Depois reclamam.
AS RUAS DA DISCÓRIA IV
E qual a sugestão do titular do Registro de Imóveis de Gaspar? ?Seguindo a mesma linha de pensamento dos topógrafos, corretores de imóveis e advogados da cidade, o Registrador (dr.Renato) comentou da necessidade que o Município tem em promover um alinhamento de suas ruas (Gabarito e Plano Diretor), bem como de um projeto para a regularização fundiária na cidade. Por isso, este e-mail será encaminhado ao Prefeito, seu Chefe de Gabinete, Procurador e Secretário de Planejamento, bem como todos os Vereadores para que tomem conhecimento desta solicitação das entidades de classe. Segundo estes profissionais, a regularização fundiária é fundamental para atenuar as questões decorrentes de informalidade, de suma importância para a Comunidade que anseia por segurança jurídica e que permitirão ainda uma arrecadação mais significativa aos cofres públicos?.
AS RUAS DA DISCÓRDIA V
Pergunto: alguma dúvida? Sim. Por que os políticos ainda insistem na omissão, no antigo e no erro? Nesta terça-feira, o vereador do Belchior Jaime Kischner, PMDB, dá um passo adiante para superar o velho. A indicação 339/2013 pede a elaboração de folders explicativos para a população sobre os requisitos mínimos para: a) Metragem mínima de via pública; b) Critérios de desmembramento; c) Área Rural e Urbana; d) Loteamento; e e) Registro de escritura de imóveis.
AS RUAS DA DISCÓRDIA VI
Outra pergunta. O que é feito da revisão do Plano Diretor de Gaspar? Há um ano que se enrola e se esconde. É a empresa companheira Iguatemi que o faz. Nada é transparente. Tudo se resolve entre amigos. As audiências armadas entre os mesmos. Geógrafos, antropólogos, sociólogos e profissionais das áreas ambientais que participam do trabalho estão incomodados com as interferências políticas para amigos e poucos. Está mais do que na hora do Ministério Público por o dedo nesta questão e acabar com discursos dissimulados. O próprio Pedro Celso Zuchi foi à rádio na semana passada e exaltou o Plano Diretor de Berlim, na Alemanha, como testemunha de resultados numa das raras oportunidades que ele teve para viajar em sua vida ao exterior. Então ele sabe a importância de um Plano Diretor para uma cidade como Gaspar. Ou ele vai só louvar o que é dos outros, o que deu mobilidade, o que preservou a história daquela cidade que o encantou por isto? Está na hora de fazer história por aqui também. Acorda, Gaspar!
SOBRE O TRAPICHE
Caminhão pipa. Será que a novela terminou na Justiça depois de quase dez anos? Sobrou para o Joel Júlio da Costa, vereador à época em que se fez a CPI. E ele engoliu a isca de Pedro Celso Zuchi e do PT. Bastou ele se dizer pré-candidato a deputado estadual pelo PSDB e já virou alvo do massacre dos petistas. Joel à rádio se explicar. Estranho mesmo é o silêncio do advogado da causa popular, Aurélio Marcos de Souza.
Enrolado. Naquele processo que se pede a avaliação do terreno da massa falida da Sulfabril e que se abriga num já aparente assentamento precário por única culpa da prefeitura de Gaspar ? e que seria modelo de sustentabilidade, o das casinhas de plástico ? levou-se 35 dias para intimar o perito Elói Tomio e juntar o AR no processo de fixação do preço da desapropriação. Nele, a prefeitura tenta pagar desde 2009, o que ela acha que valia o terreno. Pobre sofre. E vive refém de compra de votos.
A deputada comunista de Florianópolis, Ângela Albino, esteve aqui preocupada em trazer verbas para o término do asfaltamento no morro do Serafim na ligação com Luiz Alves. E fez com isto com competente comunicação. A deputada nem sabe onde fica o Belchior Alto. E pelo jeito nem os deputados que dizem lutar por Gaspar como Ana Paula Lima, PT, Jean Jackson Kuhlmann e Ismael dos Santos, ambos do PSD, Aldo Schneider, PMDB e Gilmar Knaesel, PSDB, que deixaram Ângela se interessar pelo assunto.
Da ampla comunicação sobre a sua passagem, a deputada Ângela excluiu outra agenda que teve com Zucki. Ela veio cobrar as quatro indicações do PC do B em cargos de diretoria, no governo petista. Do trato, só Heriberto Geraldo Kuntz, diretor de Habitação.
Do leitor da coluna e ativo participante dos comentários na internet, Vlad: ?depois da monumental vaia, a PresidAnta já arrumou um jeito disso não acontecer de novo: Vai criar o Bolsa-Torcedor?.
Manchete da vergonha e incompetência: ?empresas de ônibus desistem da integração ao sistema de transporte coletivo urbano de Blumenau. Modelo, idealizado há três anos, não foi aceito por passageiros?, estampou ontem o Jornal de Santa Catarina. Isto mostra a força das permissionárias perante os políticos, o poder de plantão e os pobres passageiros. Juntos por interesses, votos e vantagens para poucos, transformam em angústia e caos o sistema de transportes publico urbano aqui em qualquer outro lugar. E depois se indignam com os protestos. Outra: quem disse que ônibus é transporte de massa?
Mais uma. As conselheiras Juçara Spengler, Silvania Janoelo dos Santos, Erica Jussara Monteiro Marques, Maria Esonita Schmitt e Jocilene da Rocha, representaram contra a secretária. Maristela Cizeski, de Desenvolvimento Social, e a assistente social Eloíza Probst por embaraçar as atividades do Conselho Tutelar. O desastre contra a infância e a adolescência continua em Gaspar.
Edição 1498
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